Daniel Ferlete's profile

sobre retratos, luzes e Júlia

sobre retratos, luzes e Júlia
Numa nublada terça à tarde, Júlia veio até aqui, disposta como sempre. Aceitou ser modelo por um dia, enquanto eu explorava foco, luzes e ângulos. As poucas luzes do dia e a lente escura foram ajustadas na edição. Ao pensar nos tons terrosos de suas roupas e nas sombras fortes, busquei criar algo caloroso e acolhedor, como ela é em minha vida. Essa sensação se espalha na imagem, com as luzes te guiando para os olhos de Júlia. Nesse instante, algo ocorre: você é levado por um olhar sem fim, que te observa e te faz mergulhar em pensamentos infindos, num oceano de sensações.
Entre alguns cafés surgiu uma questão para nós: qual é a função do retrato? Eu, normalmente, não me sinto confortável em fazer esse tipo de foto. Acho que há algo que me deixa com uma certa culpa ao pensar que alguém não ficou feliz com sua imagem.

Chegamos em um ponto que é: um retrato não necessariamente terá a função de fazer você se sentir bonito; ele acima de tudo transmite a sua personalidade, e cabe a quem fotografa captar e transmitir essa mensagem. E com isso em mente, fiz essa foto como uma percepção minha sobre a força que sinto vindo dela.
Então a modelo tornou-se fotógrafa. Essas foram as suas perspectivas.
Ao final da sessão, quis experimentar algo com luzes e dei a Júlia a missão de escrever uma mensagem de fé e esperança para a humanidade. Esse foi o resultado.
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