O Vazio na Paisagem (photography)
Projeto Artístico no âmbito da unidade curricular: Arte e Cultura Contemporânea 3º ano 1º semestre TCAV/ESMAD 2020
O Vazio na Paisagem
É uma evidência que o corpo carnal é coisa no mundo habitado, que a condição de vida é organizada no vazio. Por conseguinte, a perceção da forma “physis” do corpo remete para a ocupação do vazio, o corpo existe porque o mundo o alberga.
O corpo por ser finito, local e temporal, pertence ao mundo como um fenómeno que preenche o vazio e paradoxalmente, existe porque este o recebe. O vazio confere, portanto, forma a tudo quanto o envolve, conferindo uma infinidade de possibilidades de configurações (1). Ao longo da história da arte houve sempre uma constante preocupação na definição da ideia de espaço.
O corpo por ser finito, local e temporal, pertence ao mundo como um fenómeno que preenche o vazio e paradoxalmente, existe porque este o recebe. O vazio confere, portanto, forma a tudo quanto o envolve, conferindo uma infinidade de possibilidades de configurações (1). Ao longo da história da arte houve sempre uma constante preocupação na definição da ideia de espaço.
Para muitos artistas o espaço vazio era considerado a contraimagem da forma construída. O espaço vazio era inerte, desabitado, apenas necessário para a definição das formas, assemelha-se a uma desocupação.
A contemporaneidade trouxe-nos uma leitura bem mais complexa. Permanecer num espaço implica sentir, incorporar, fundir, em suma, captar sensações hápticas. Perante um espaço como o deserto não ser apenas a linha do horizonte que o defina, mas os 360 graus do corpo que o sente, a luz, a cor, a temperatura, os desenhos provocados pelas deslocações do ar no espaço(2). Pensar o vazio na paisagem é ter plena consciência da nossa corporalidade (presença) no espaço, humaniza-o e incita a vivê-lo em liberdade. “Este é o caminho procurado pelo escultor ao longo de toda a sua carreira, a união simbiótica entre matéria e corpo, Cheio e Vazio” (3).
A contemporaneidade trouxe-nos uma leitura bem mais complexa. Permanecer num espaço implica sentir, incorporar, fundir, em suma, captar sensações hápticas. Perante um espaço como o deserto não ser apenas a linha do horizonte que o defina, mas os 360 graus do corpo que o sente, a luz, a cor, a temperatura, os desenhos provocados pelas deslocações do ar no espaço(2). Pensar o vazio na paisagem é ter plena consciência da nossa corporalidade (presença) no espaço, humaniza-o e incita a vivê-lo em liberdade. “Este é o caminho procurado pelo escultor ao longo de toda a sua carreira, a união simbiótica entre matéria e corpo, Cheio e Vazio” (3).
Para a realização do projeto procurei as evidências do corpo subentendido na paisagem e quis fotografar as evidências das sensações que o vazio na paisagem transmite, sensações mencionadas na linha 13. Tal como as fotografias de Cody Cobb (4) pretendo que ao retratar a paisagem externa capte também a solidão sentida durante o processo, encontrando assim a aliança entre a matéria e o corpo.
1 ROSA, Jorge Leando, “O Corpo e a Carne: Duplicidades Contemporâneas”, in Nada, no10, Lisboa, 2007, pp. 5-19
2 VENTURA, Susan “E o elevador irrompeu em direcção ao céu, atravessando as nuvens rumo ao infinito”, in Nada no10, Lisboa, 2007, pp.49-55
2 VENTURA, Susan “E o elevador irrompeu em direcção ao céu, atravessando as nuvens rumo ao infinito”, in Nada no10, Lisboa, 2007, pp.49-55
3 TAVEIRA, Rogério (2011) “O Corpo como Vazio na obra de Alberto Carneiro” Revista: Estúdio. ISSN 1647-6158. Vol. 2, (4): 169-173.
4 Fotógrafo contemporâneo de Seattle, Washington. “Capta breves momentos de quietude extraída do caos da natureza.”
4 Fotógrafo contemporâneo de Seattle, Washington. “Capta breves momentos de quietude extraída do caos da natureza.”
