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CARTAZ | A ordem e o progresso

“Em sua luta pelo poder, o proletariado não tem outra arma
senão a própria organização.” — Lenin

No contexto atual em que a direita política vem ganhando força em várias partes do
mundo, incluindo o Brasil, é fundamental que haja uma organização e mobilização da classe trabalhadora para combater essas ideologias e lutar por seus direitos. Sabe-se que no capitalismo a indignação popular é cíclica, a sociedade sempre busca uma forma de melhorar suas condições, mesmo que algumas vezes de maneira falha. Em 2018, teve-se a eleição de Jair Bolsonaro, um ex-deputado que afirmava que faria diferente de todos os políticos e que salvaria os brasileiros da situação precária que eles se encontravam. É com esse discurso “revolucionário” que a direita mascara seus ideais e engana a população. Com o avanço da tecnologia, vê-se ainda mais a disseminação de notícias falsas. Essas crises cíclicas marcam os momentos mais importantes e decisivos das sociedades.

O Construtivismo Russo, que iniciou em 1913, traz uma nova ferramenta de
comunicação de grandes massas. As formas geométricas e as cores minimalistas
apresentam-se como símbolos e representações de simples interpretação para grande parte das pessoas, criando assim uma forma de expressão artística própria e popular.

“O Construtivismo é a única corrente artística das vanguardas a se inserir numa tensão e, a seguir, numa realidade revolucionária concreta, e a colocar explicitamente a função social da arte como questão política.” (ARGAN, 1992, p.323)

A obra acima — L. Abreu. Ordem e progresso. Rio de Janeiro, 2023. Montagem digital 297 x 420 mm. — faz um convite à população a se unir em prol de uma sociedade mais justa, convida à classe trabalhadora brasileira a se juntar e se organizar para juntos lutarem contra o crescimento do facismo.

O triângulo, com seu crescimento ao longo da composição, simboliza tanto o crescimento do movimento revolucionário quanto representa um alto-falante, transmitindo a mensagem de que é necessário juntar-se para que a voz do proletariado seja ouvida. Os punhos cerrados, organizados e também crescentes, reforçam a ideia de união e força coletiva. A frase "Ordem e Progresso", retirada da bandeira brasileira, nesse contexto aparece como uma consequência da ação de união da sociedade, somado à imagem das manifestações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro. A paleta de cores escolhida baseia-se nas cores do Brasil, que trazem uma conexão direta com o contexto nacional. O vermelho, símbolo da vertente política comunista, representa a luta do proletariado e sua busca por mudança. A exclusão do verde, que remete ao militarismo e ao integralismo no Brasil. O objetivo central é buscar um senso de coletividade e encorajar a ação revolucionária.



Referências bibliográficas
ARGAN, G. C. (1992). Arte Moderna: do Iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia das Letras.
Santos, L. S. dos. (2014). Construtivismo Russo: A Arte e o Design Gráfico dos Cartazes Soviéticos. Rio Grande do Sul: Centro Universitário de Univates.

Proposta acadêmica da disciplina de História da Arte. Todos os direitos reservados.
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CARTAZ | A ordem e o progresso

Trabalho prático abordando o contexto político brasileiro e utilizando-se de características do movimento construtivista russo.

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