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Ephemeral and Urban Artistic Interventions

Intervenção Artística Efêmera "O Invisível também sangra" 
(João Pessoa - PB, 2016)
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Ephemeral Artistic Intervention "The invisible also bleeds"
(João Pessoa, Brazil, 2016)
“Se puder olhar, vê. Se podes ver, repara.” José Saramago (O ensaio sobre a Cegueira)
A cidade invisível é a cidade que não pode ser vista de forma viciada, entorpecida por uma realidade que nos foi imposta através de uma cultura dominante, como a cultura do automóvel individual e da insegurança. Ela só pode ser vista se for reparada e, como o “reparar” é olhar com responsabilidade a si e ao que lhe é externo, isso só acontece quando o indivíduo abre a sua consciência para esse tipo de olhar, tendo assim uma reflexão afetuosa, crítica e política. Dessa forma, com o “reparar” é possível enxergar que a cidade invisível possui tanta vida quanto a visível, pois é apropriada pela figura do errante ou marginal - prostituta, ambulante, morador de rua -, mas tem a sua existência negada por não ser reconhecida.
A série “O invisível também sangra” não tem o poder de tornar o espaço visível, mas tem o objetivo de despertar a atenção para que a barreira do “olhar” seja quebrada e que assim seja possível de se “reparar”.
O local escolhido para a primeira ação da série foi a escadaria do Beco Gabriel Malagrida no Centro Histórico por este ser fragmento da cidade invisível de João Pessoa.

Intervenção Artística Efêmera "O invisível também sangra"
(Recife - PE, 2016)
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Ephemeral Artistic Intervention "The invisible also bleeds"
(Recife, Brazil, 2016)
A segunda intervenção da série “O invisível também sangra” ocorreu em Recife no dia 06/09/2016. O local escolhido foi a travessia de barco no rio Capibaribe entre os bairros Poço da Panela e Iputinga que, apesar de existir há mais de cem anos, é pouco conhecida pelas pessoas que circulam no entorno. Considera-se que existem nesse lugar três tipos de invisibilidade: do rio, da comunidade Skylab e da travessia. Juntos eles compõem um sistema percebido como um reflexo do que ocorre em algumas cidades que, com a negação do rio enquanto espaço pertencente a elas, atraem pessoas também consideradas invisíveis que fazem desse lugar seu habitat e da travessia sua mobilidade.
A intervenção aconteceu durante a primeira “vivência coletiva da investigação experimental realizada pelo INCITI/UFPE: A Ciclorrota Sensitiva do Cavouco.” Segundo o professor Werther Ferraz, “a experiência envolve soluções de mobilidade criativa, sensibilização ambiental e instrumentos para integração sócio espacial.”

A série “O invisível também sangra” não tem o poder de tornar o espaço visível, mas tem o objetivo de despertar a atenção para que a barreira do “olhar” seja quebrada e que assim seja possível de se “reparar”.

Intervenção Artística Efêmera e Performática "Centro pra quem?" 
(João Pessoa - PB, 2016)
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Ephemeral and Performative Artistic Intervention "Who is the center for?"
(João Pessoa, Brazil, 2016)

O centro é pra quem? É centro pra quem? É centro?
Os nossos centros, que deveriam ser o coração da cidade, estão perdendo o seu significado. É pra lá que tudo converge, é lá onde surgem os encontros, é lá onde a vida pulsa! É lá que nos deparamos com a cidade real e onde temos que encará-la com todos os seus sons, paisagens e percursos. É a cidade real que está se perdendo. Que tipo de cidade você quer para o futuro? E perguntamos de novo: Centro pra quem?
Projeto efêmero, itinerante e performático fruto de uma semana de workshop da Pós-Graduação de Design e Arquitetura de Espaços Efêmeros com o arquiteto espanhol Javier Peña Ibáñez (
professor do Instituto Europeu de Design, IED, e diretor do Festival de Arquitectura y Diseño de Logronho, o Concéntrico).
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