Perigos na internet: Os desafios que colocam em jogo a vida de jovens e adolescentes nas redes sociais
Na internet, jovens realizam desafios perigosos, dos quais podem
colocar a vida em risco e trazer sérios danos à saúde.
Há tempos, com o surgimento de novas redes sociais como TikTok, Instagram e Facebook, os meios de interações ganharam novas transformações e hoje, tudo é válido pelo engajamento e like. Dentre a busca pela aceitação e por conteúdos que ‘viralizem’, adolescentes, jovens e até mesmo crianças se arriscam em desafios que podem colocar em jogo a saúde física e bem-estar.
A morte do jovem Gustavo Riveiros Detter, que se enforcou diante de outros três adolescentes que assistiram a tudo pela internet, trouxe alerta aos casos. O menino, que morava no litoral Sul de São Paulo, participava do jogo do Enforcamento (Jogo da asfixia ou desmaio) traduzido por ‘The Choking Game’ no qual os participantes precisam usar cordas e objetos para se enforcarem, morreu após usar uma corda e um saco de areia para cumprir o desafio. O jovem, que estava em live com outros 3 adolescentes que assistiam tudo, ficou imóvel, e ao perceberem que Gustavo estava inconsciente, alertaram uma prima que estava no quarto ao lado. A jovem encontrou o primo já desacordado e chamou o tio. Segundo o delegado do caso, os três adolescentes foram identificados. O caso aconteceu em 2016, mas não parou desde então. Atualmente, surgem novos desafios como Tide pod, Benadryl (jogo de asfixia, “apagão”), rasteira, sal e gelo, e o famosa baleia azul.
Tide Pod Challenge: Desafio da capsula de sabão
Tide Pods são capsulas de sabão da marca Procter & Gamble que passou a ser reconhecida no momento devido ao consumo pelo público das redes sociais que participam dos desafios. O produto é rotulado como risco à saúde pelo Centro de Controle de Prevenção e Doenças. O objetivo do jogo é ingerir a capsula de sabão líquido que serve para lavagem de roupa. A proporção do desafio aumentou na região dos Estados Unidos, região onde é comercializado o produto de origem americana. De acordo com o pronunciamento da Harvard Medical School em 2018, “Não é como se eles não soubessem que pode ser perigoso. Além do fato de que é comum saber que detergente não é comida, tem havido muita cobertura da mídia sobre os perigos de crianças pequenas entrarem nelas, sobre como os Tide Pods não são apenas venenosos, mas possivelmente letais.”
Desafio da Rasteira
Também conhecido como “quebra-crânio” ou “roleta humana” é na verdade uma brincadeira agressiva que pode levar a pessoa a morte ou condições severas em quesito de saúde. Em 2020, o desafio tomou novas proporções, ocorrendo na grande maioria das vezes entre amigos nas escolas. Na maioria dos casos, os jovens que são vítimas do jogo, acabam desmaiando ou tendo fraturas de ossos, causando luxação, lesões irreversíveis, traumatismo craniano e até mesmo morte instantânea.
Jovens e adolescentes são vulneráveis aos desafios perigosos da internet
De acordo com o Instituto Pensi (Instituto de Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil), os cérebros dos adolescentes, jovens e crianças estão em processo de desenvolvimento. A parte responsável por lidar pelo pensamento racional e crítico (localizada no córtex pré-frontal) não atinge o desenvolvimento até aproximadamente os 20 anos. Ou seja, os adolescentes estão sucetíveis e naturalmente mais impulsivos, propensos a agirem sem pensar na consequência das ações de imediato.
Existe também a fase de autoafirmação, que intensificou-se com as grandes massas de mídia e redes sociais, que estimulam cada vez mais essa “audácia” e “necessidade de viralização” por meio dos algoritmos que prendem e incentivam esses mesmos jovens a consumirem conteúdos que na maioria das vezes não são saudáveis.
Sendo pai, mãe ou pessoa responsável por um adolescente, criança ou pessoa que está em fase de desenvolvimento ou condicionada a seguir estímulos das redes sociais (que boa parte das vezes são irracionais), é importante o papel acolhedor, incentivador e conselheiro, para que os filhos e menores de idade tomem consciência da importância de entender as consequências destes desafios e atividades que podem ser fatais.
Fonte: Knowledge at Wharton / Council on Communications and Media / Instituto Pensi.
