PASSAGE HALLS
Existem alguns sentimentos que são tão abstratos que se tornam difíceis de colocar em palavras o que eles despertam em cada indivíduo. Liminal spaces é um exemplo disso mesmo. Existe uma certa calma nestes espaços, que nos transportam para uma realidade paralela. Liminal pode significar limiar, neste projeto, transmite por isso um rito de passagem, um corredor ambíguo entre o conhecido e o desconhecido. Estes espaços são caracterizados por estruturas modernas, no entanto uma ausência é clara, a do indivíduo.
Adaptei esta definição cânone à minha visão, por isso não segui todas regras, daí ter incorporado alguns elementos que tornam esta idealização mais pessoal. A bola é, por isso, um objeto que simboliza o ser que transita nestes corredores. O seu espelho, uma reflexão do que o indivíduo é. A bola espelhada representa o ser que permanece num não lugar, e por este motivo a sua identidade é anônima e polida como o espaço envolvente.
Estes ambientes, assemelham-se à realidade, transmitindo a ideia de como hoje estamos rodeados de edifícios e construções que não servem para nada mais do que local de passagem e de consumo, que incorporam de uma maneira falhada a natureza nestes mesmos, com o objetivo de mascarar a sua artificialidade. Esta ideia está bem presente na primeira imagem, na qual a relva se encontra atrás de uma vitrine, num ambiente bem controlado e quadrado. Esta limitação é algo imposto pelo ser Humano e que colide com o caráter da natureza. Existe uma escolha bem clara, se pretendemos interpretar estes espaços como um sonho, uma realidade paralela utópica ou como ruínas do que outrora foi a nossa existência.
