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espaços esquecidos e moldados pelo tempo

espaços esquecidos e moldados pelo tempo.
 Essa foto eu fiz em uma viagem à Ouro Preto.
 Estava com a minha câmera de médio formato, uma Yashica Mat 124G, seria a minha segunda vez usando a câmera e por consequência minha segunda experiência com este formato.
 Minha primeira experiência foi numa ida à fazenda da minha família próxima a Brumadinho.
 
Essas quatro fotos que selecionei me remetem a um tipo de melancolia formada pelo tempo, uma solidão. 

 A foto é de uma escada, um beco, que conecta duas ruas movimentadas de Ouro Preto que quando passei estava trancada. Coloquei a câmera entre as grades do portão e fiz a imagem. 
 A conexão de dois polos movimentados, esquecida e não utilizada, solitária e até mesmo escondida mas que não deixou de existir.
 Essas duas fotos foram feitas em espaços diferentes.
 
 A primeira foi a minha ida a fazenda. 
 Logo que cheguei me deparei com esse carro, ele não fazia parte da paisagem da última vez que estive ali, mas mesmo assim ele parecia ter se integrado com maestria a ela.
 Quando decidi sair pela propriedade para caminhar e tirar umas fotos decidi que seria natural enquadrar o carro esquecido e moldado pelo tempo, ele parecia resistir e compor o espaço.

 Na segunda foto senti algo parecido, mas não da mesma forma, dessa vez não encontrei algo que "não deveria estar ali" como na primeira, mas sim algo que parecia pertencer de "corpo" e "alma" ao espaço, talvez Ouro Preto não existisse sem o carro e o carro não existiria sem Ouro Preto.
 Nessa situação a relação do espaço com o objeto enquadrado foi um pouco diferente, o esquecimento parecia vir da própria cidade com o carro, mas não existia um movimento de desassociação entre eles no valor de existência mas sim de um tipo de "comunicação".
 Nesta última foto a relação deixa de ser do espaço com o espaço, ou de um objeto com um espaço, mas se torna de uma pessoa com o espaço.
 Também tirei na minha viagem à Ouro Preto. O enquadramento veio de uma forma natural, estava andando pelos becos e quando cheguei nessa rua ainda andando tirei a foto.
 A composição, o tamanho da pessoa em relação ao espaço me traz uma sensação de solidão e pertencimento indireto. A pessoa faz parte do espaço, integra a paisagem, mas de uma forma solitária.


 Em todas as fotos eu usei a Yashica Mat 124G, na fazenda usei um Kodak Portra 160 e em Ouro Preto o mesmo filme mas de iso 400. Ambos foram revelados no laboratório Lab:Lab em Curitiba.


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