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SuperNada superaram tudo em concerto intimista no TAGV

O Teatro Académico Gil Vicente recebeu pela primeira vez no seu palco os SuperNada. A banda de Manel Cruz, Miguel Ramos, Ruca Lacerda, Eurico Amorim e Francisco Fonseca esteve em Coimbra para apresentar o seu 1º álbum, intitulado “Nada é Possível”.
 
Num roteiro pelo norte e centro do país, os SuperNada chegaram e encantaram. Após a sua paragem pela cidade dos estudantes na passada Queima das Fitas 2012, escolheram o TAGV para um “concerto mais intimista” na noite de sexta-feira, dia 30. Segundo o guitarrista, Ruca Lacerda, a banda esperava “uma coisa mais tranquila”, com o próprio concerto “ligeiramente alterado para anfiteatro”.
 
Os SuperNada juntaram-se em 2002 e só contam com um álbum lançado. “Nada é Possível” começou a ser gravado em 2006 e só saiu em Março deste ano. Ruca Lacerda explica a demora de 6 anos. “Todos os elementos dos SuperNada tocam noutros grupos, o que ocupa algum tempo”, e a somar a isso “houve muitas paragens e quando começávamos a gravar os temas já estávamos cansados deles”, aponta o guitarrista. Este disco de rock alternativo é composto por 16 faixas que abordam temáticas diferentes.
 
Ruca Lacerda esclarece o título deste primeiro disco que pode ser visto como um trocadilho: “era possível não ter havido um disco, também é possível acontecer o nada”. Mas o membro da banda sugere ainda outra interpretação, que “é possível, quer dizer que os SuperNada são possíveis.”
 
A actuação ficou marcada pela forte atitude do quinteto e pela maneira calorosa como trataram os seus fãs. Desde o convite ao público de abandonar a cadeira e se juntar em redor do palco, passando pela desnudação de Manel quando, a certa altura tira a camisola e lança água aos seus colegas, às intervenções corriqueiras que, de quando a quando, eram disparadas dos lugares por espectadores menos envergonhados. Tudo contribuiu para um ambiente familiar e descontraído que nem os pequenos problemas técnicos surgidos conseguiram atrapalhar. Apesar de sentados, poucos foram aqueles que não acompanharam, de uma forma ou outra, os fortes ritmos que seguiram a voz já conhecida e envolvente do vocalista. Manel Cruz tornou o concerto invulgar ao auxiliar-se, ao longo de todo o concerto, de vários objectos, aparentemente, vulgares (megafone, um gravador, maracas …) que trouxe consigo e a cada tema mantinha ocultos.
 
“Não tocamos mais porque não temos mais nada”, desabafa Manel antes de um encore teatralizado. O público não desistiu até conseguir que a banda regressasse ao palco. Uma vez de volta, os SuperNada presentearam os espectadores com uma música “ainda por terminar” e até ao momento desconhecida dos fãs.
 
No rescaldo do concerto não foi possível encontrar uma cara descontente. Desde os fiéis seguidores às pessoas que conheciam menos bem a banda, a opinião acerca do trabalho apresentado era unânime. “Gostei bastante, acho que têm um registo muito único e são muito bons ao vivo”, declara a espectadora Matilde Bernardo. Joana Amorim também corrobora a ideia, o concerto “superou as expectativas”.
 
Os concertos dos SuperNada não costumam ser calmos nem sentados, o público está habituado a expulsar a energia aos saltos e aos gritos. O TAGV arriscou e trouxe rock para uma sala pequena e acolhedora. Joana Amorim acredita que a natureza do espetáculo não se desvirtuou com esta alteração “é a essência do Manel. Acho que aqui ele conseguiu muito bem transformar SuperNada em intimista”. Já Maria Pinheiro compara com o concerto dado pela banda na Queima das Fitas “que teve menos interação com o público do que hoje”.
 
Depois da paragem em Coimbra a banda nortenha segue com a apresentação do disco no Porto, em Guimarães, em Ílhavo e em Arcos de Valdevez.
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