Memorial àqueles que ficaram | Recinto e Percurso | Projeto V | FAU Mackenzie
“Órfãos da covid lidam com o luto, sobrevivência e saudade do abraço”. Efeito da incompetência do governo federal, o Brasil se encontra mais uma vez, assolado pela fragilidade social exarcebada. Negacionismo, apatia e corrupção, fizeram mais de 113 mil jovens se despedirem dos seus pais precocemente, durante esses 3 anos de pandemia. Motivos estes, que influenciaram a decisão de projetar um memorial para aqueles “invisíveis” aos olhos do Estado.
O Recinto, desse modo, cumpre a função de ser um local de reflexão, reconstrução de memórias e sobretudo luta. Para que a barbárie posta à mesa durante esses anos, jamais caia no esquecimento e seja, em hipótese alguma, repetida. Pensado, como um lugar de signficância, este busca por meio dos recortes na alvenaria, com formas geométricas, criar um espaço para aqueles mais ingênuos, de recreação, permanência, e criação das brincadeiras próprias.
Com linhas perpendiculares, simples e sem adornos, o “Memorial àqueles que ficaram” enfatiza os estágios na vida de um ser humano, com começo, meio e fim. Contudo, tais linhas são interrompidas ocasionalmente, para que surta o efeito de cessação daqueles que se foram antecipadamente. O recinto conta, somente, com duas paredes com 7metros no perímetro superior, revelando implicitamente que as crianças que ali brincam, estão sendo amparadas.
Finalmente, a materialidade do memorial aos órfãos da covid, é dada pelo emprego de blocos cerâmicos, amarrados com vergalhões de aço, o qual junto com a geometria e espessura garantem a estabilidade das alvenarias. Já as formas geométricas impressas nas paredes, ganham vida através de diferentes tipos de amarrações. Mais adiante, o percurso será desenvolvido com barras de madeira pré-fabricadas e conexões metálicas.
Imagens Maquete - Entrega Intermediária
