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ARTIGO A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL

A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
Fabiana Costa do Amaral
Rogério Maria Ricetti
RESUMO
O artigo tem como objetivo mostrar a importância do lúdico na Educação Infantil para o processo de Alfabetização, destacando o valor das brincadeiras na Educação Infantil, ponderando a reflexão acerca a pesquisa do lúdico no âmbito escolar como um ponto de partida para novas pesquisas e novos estudos a respeito do assunto. O lúdico pode ser caracterizado a partir dos jogos, brinquedos e brincadeiras e a Educação Infantil, suas principais particularidades e modalidades, bem como a necessidade de resgatá-los para as escolas e colocá-lo a serviço do trabalho pedagógico, sobressaindo o valor dos jogos com regras e os espontâneos, lembrando que a brincadeira traz subsídios fundamentais como memória, emoção, linguagem, atenção, criatividade, motivação e ação. A importância de se buscar para a criança um tempo e um ambiente o qual a criança possa ser ela mesma, possa se inserir no mundo por meio das atividades reais e expressivas abrangendo, a expressão corporal, os jogos e sobretudo a arte de brincar, mostrando como o lúdico é essencial no processo do ensino aprendizagem, a educação necessita estar ligada à motivação e ao bem-estar do educando.
Palavras-chave: Lúdico. Educação infantil. Alfabetização

INTRODUÇÃO
Essa temática foi selecionada com a finalidade de refletir a importância da ludicidade na prática pedagógica, sobretudo no processo de alfabetização, assim promovendo o ensino aprendizagem na alfabetização da criança, pesquisar quais as necessidades que vivem no âmbito escolar para a inclusão da cultura do lúdico; distinguir as dificuldades localizadas pelo educador diante do emprego do lúdico em sala de aula, e por fim evidenciar os benefícios da ludicidade no espaço escolar tradicional, beneficiando o desenvolvimento da aprendizagem. Portanto, as atividades lúdicas podem ampliar na criança a atenção, a imaginação, a memorização, enfim, muitos aspectos que estão em andamento no momento em que a criança está na pré-escola.
´Valido ressaltar que outra finalidade é confirmar o desempenho do professor como mediador, com capacidade de deixar as suas aulas mais interativas e dinâmicas no dia a dia, tendo como auxilio o jogo /brincadeira, procurando uma maneira de análise, reflexão, identificando interesses e necessidades das crianças, resultando no trabalho pedagógico de acordo com suas realidades, suas experiências, suas emoções e descobertas. Servindo de alerta para professores, pais e instituições a importância das brincadeiras para a Educação Infantil, pois esses jogos se transformam em aprendizagem.
Os resultados dos jogos e das brincadeiras receberam mais atenção sendo averiguados a partir do período em que os pesquisadores analisaram a atuação lúdica como um processo da comunicação, ou seja, a possibilidade da criança ter maior entendimento acerca da linguagem e o pensamento do outro, sobretudo na Educação Infantil, o qual é o início da caminhada do aluno, que terá uma longa jornada que o espera no âmbito escolar e na vida, é de suma importância que o educador desempenhe a forma lúdica de ser para que a criança nesta primeira experiência que auxilia a deliberar o sentido das outras que hão de vir, seja estimada como criança e tenha ambiente, tempo e oportunidade para brincar, auferindo estímulos que irão contribuir para o ampliação e construção do seu conhecimento de forma mais divertida.
O importante nas atividades lúdicas não é apenas a atividade realizada, porém a atuação de como é realizada, a ocasião vivenciada, permitindo a quem vivência momentos de fantasias e realidades.
REFERÊNCIAL TEORICO
O LÚDICO E O DESENVOLVIMENTO INFANTIL
Sabemos que toda criança tem direito de brincar, e muito cedo estas crianças já se encontram no ambiente escolar, sendo esse um dos motores de mencionar a importância das reflexões e pesquisas acerca do lúdico na Educação Infantil. Desse modo, o ser humano está introduzido numa sociedade informatizada e informativa, precisando de indivíduos capacitados a criarem as próprias opiniões, seres funcionais, eficazes, responsáveis pelos seus atos, e o lúdico é um grande auxiliar no desenvolvimento cognitivo, físico, afetivo, entre outros aspectos.
É importante deixar claro que durante o método de desenvolvimento das crianças, a família precisa estar sempre presente, visto que “escola e família não se excluem, se completam” (MEYER, 2008, p. 44) e assim a criança sente-se mais segura durante a realização das atividades na escola. Quando a criança brinca, ela é natural, livre e na Educação Infantil descobrimos um desempenho social que é “valorizar os conhecimentos que as crianças possuem e garantir a aquisição de novos conhecimentos” (MEYER, 2008, p. 44), isto é, por meio das brincadeiras as crianças estarão capturando novas ideias e novos conceitos.
 A criança tem características especificas que precisam ser respeitadas. O professor precisa estar continuamente se modernizando para poder ampliar um trabalho que contemple as distintas necessidades das crianças que são cidadãos com pouca idade, porém produtoras de história e cultura. Portanto, na Educação Infantil, o lúdico é de extrema importância para o crescimento das crianças, até mesmo intelectualmente, pois as brincadeiras trazem consigo “um brincar compromissado com a qualidade de vida da criança” (MEYER, 2008, p. 22), sendo que os professores serão responsáveis por elas naquele espaço e estarão comprometidos na valorização do ser humano.
Então, a brincadeira é importante para o desenvolvimento social e psicológico, é por meio dela que a criança pode manifestar os seus sentimentos em relação ao mundo social. A criança consegue viver e reconhecer a realidade por meio das distintas brincadeiras que existir, logo, quanto mais ela brinca, maior será o desenvolvimento conforme as distintas concepções, até mesmo corporal. As atividades com jogos ajudam na ampliação da imaginação, simulação e táticas, e quando as circunstâncias são esquematizadas por profissionais possuem a finalidade de propiciar para a criança a construção de novos conhecimentos e novas habilidades, “brincar é uma linguagem, é a nossa primeira forma de cultura” (MEYER, 2008, p. 33), isto é, a partir do lúdico é possível compreender e apreender com as diferenças e com as limitações do outro.
 Vygotsky (1991), faz utilização das palavras de Montessori, quando expõe que “o jardim de infância é o lugar apropriado para o ensino da leitura e da escrita”, Vygotsky (1991, p. 134) porém, estas desvendem as referentes aptidões durante o momento lúdico. A criança atua naturalmente durante as brincadeiras, e o autor acrescenta que:
“Uma criança não se comporta de forma puramente simbólica no brinquedo; ao invés disso, ela quer e realiza seus desejos, permitindo que as categorias básicas da realidade passem através de sua experiência. A criança, ao querer, realiza seus desejos. Ao pensar, ela age”. (VYGOTSKY, 1991, p. 78).
As atuações internas e externas são intrínsecas, a imaginação, a interpretação e a vontade são métodos internos administrados pela atuação externa.
Sabe-se que existe um grande número de brincadeiras, brinquedos e jogos nas diferentes culturas, podendo modificar de acordo com a região, e através destas as crianças aprendem a cooperar umas com as outras, respeitando as regras atribuídas, desenvolvendo e explorando as capacidades físicas, as emoções, sentimentos e afetos. Segundo Vygotsky, “a essência do brinquedo é a criação de uma nova relação entre o campo do significado e o campo da percepção visual, ou seja, entre situações no pensamento e situações reais” (VYGOTSKY, 1991, p. 81). Por meio do brincar, as crianças têm seu aprendizado de modo espontânea, sem pressão ou medo de errar, sentindo prazer pela aquisição de novos conhecimentos, desenvolvem a sociabilidade, fazendo amigos, aprendendo e convivendo respeitando o direito dos outros e normas postas.
Sabemos que o ato de brincar é espontâneo, assim quando as crianças estão no processo de interação por meio das brincadeiras, elas aprendem a participar das atividades, sem esperar gratificação ou recear uma repreensão, improvisando alguma coisa criativa e inteligente. Meyer (2008, p.39) nos faz pensar por meio de suas palavras “o brinquedo enquanto objeto, é suporte da brincadeira, é o material que permite fluir o imaginário infantil”, a criança permanecerá no meio da representação, preparando-se para o amanhã, por meio das experimentações ao seu redor, diante dos seus limites, procurando um sentido para a sua vida.
Sabe-se que a ação de brincar é uma das atividades fundamentais do momento da infância. Nesse contexto, surge o seguinte questionamento: Os educadores estão realmente aflitos com esse assunto? Se não estão, necessitam começar a refletir acerca do tema, tendo em vista que uma das propostas de ensino na Educação Infantil é “atender as crianças de maneira que se respeitasse à infância, com suas especificidades e singularidades” (BARROS, 2009, p.52), isto é, ampliar um trabalho adequando ocasiões de conhecimentos, os quais os professores admitam a criança como um ser funcional no processo de ensino e aprendizagem.
Assim de acordo com Barros(2009), o momento do brincar é preciso“[...] ser percebido como uma atividade essencial e potencializadora do desenvolvimento, e que proporciona à criança durante seu processo a capacidade de ler o mundo adulto, opinando e criticando-o.” (BARROS, 2009, p.54-55). As palavras brinquedo e lúdico são postas lado a lado, e nessa ocasião começam as reflexões para identificar quais as ligações delas com a vida das crianças.
Múltiplos autores creem que o brinquedo e a atividade lúdica são fundamentais para a educação inicial, apreciam os blocos de construção, o emprego de histórias, fábulas e a relação das crianças com a natureza. Assim como os jogos sensoriais, de linguagem e matemáticos, o material dourado, entre outros. Conforme a autora mencionada, recentemente, os professores precisam refletir que: O brincar colabora para o método de formação da subjetividade do sujeito, analisando que somos desenvolvidos por nossas experiências sociais, pelo contato com os objetos da cultura, durante nossa história de vida. (BARROS, 2009, p.100).
É de suma importância ressaltar que o brincar precisa aparecer do referencial das próprias crianças, da iniciativa delas, sendo que “o próprio processo de brincar já possibilita a construção do conhecimento sobre o mundo, oportunizando leituras sobre ele” (BARROS, 2009, p.182), prevalecendo às brincadeiras do jogo simbólico, o contar histórias, brincadeiras tradicionais, sendo atividades que auxiliam no desenvolvimento das crianças.
Durante o período da Educação Infantil, a criança adquire vários conhecimentos, desenvolve várias habilidades, tendo como suporte as atividades lúdicas, sendo estas entendidas como situações e/ou momentos em que as crianças expressam diversos sentimentos, melhoram a socialização entre as outras, vivenciando ocasiões de trabalho em equipe, de forma lúdica e prazerosa. São motivadas a ultrapassar os próprios limites, lembrando que, Conforme Ferreira (2011), a criança enquanto cria, desenvolve além de outros fatores, o pensamento crítico.
  O professor necessita pesquisar e estar precavido às necessidades das crianças para conseguir escolher materiais apropriados, que estimule nelas o interesse, favorecendo-os a criatividade, introduzindo personagens e situações novas, tornando o jogo mais rico, incluindo novas possibilidades de aprendizagem. Segundo Ferreira (2011) menciona em seu artigo cientifico, a maioria das aquisições das crianças é conquistada por meio do brinquedo, sendo obtenções que ajudam no desenvolvimento intelectual das crianças durante a infância, refletindo em suas vidas quando adultos.



ECOAR ACERCA DA UTILIZAÇÃO DO LÚDICO EM ATIVIDADES PEDAGÓGICAS
Recentemente, os debates teóricos que envolvem o método de ensino e aprendizagem estão cada vez mais intensivos no trabalho pedagógico, orientados para práticas que abrangem ação significativa do estudante percebendo-o como agente e construtor do próprio conhecimento. Por conseguinte, nesta expectativa, o docente torna-se atenuador entre o educando e o objeto de estudo, e para que isso aconteça há necessidade e a utilização de estratégias, além de recursos adequados com o intuito de despertar e o desejo de aprender.
Dessa maneira, na Educação Infantil, o lúdico simula uma ação original para o ingresso do procedimento de aprendizagem, já que a criança absorver o conhecimento através das brincadeiras, ou seja, por meio do contato com o espaço lúdico e compreendendo com conteúdo que estão no currículo escolar. Portanto, a sugestão da ludicidade na sala de aula, garantida pelos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) fazendo que o processo de ensino e aprendizagem se consolide em um âmbito harmonioso e favorável para a criança.
Entretanto, muitos dados intervêm no método de atividades lúdicas na sala de aula, até mesmo os pensamentos tradicionais que põe limites no espaço escolar. Entre eles, podemos destacar a oposição por parte dos próprios educadores que escolhem por não empregar recursos lúdicos de maneira constante em sua prática docente.
Destarte, no campo educacional contemporânea, o trabalho pedagógico orientado para o processo de aprendizagem na Educação Infantil adquire um caráter lúdico, tendo como finalidade a consolidação da informação através de atividades capaz de estimular divertidamente tanto o aluno quanto o educando no âmbito educativo. Dessa modo, o lúdico na Educação que acaba se tornando um instrumento pedagógico que ajuda da prática docente, enriquecendo significativamente os procedimentos voltados para o processo de alfabetização. Conforme Rosa (2003) “o lúdico deve ser visto e praticado de forma consciente, pois não é mera diversão ou preenchimento de tempo, e sim, um fator essencial para uma educação de qualidade ao indivíduo” (ROSA, 2003, p. 40).
Conforme o autor Soares (1998), a alfabetização é a aquisição da escrita e da leitura. Assim, um método que acontece pela competência técnica de escrever e adotar o que está sendo grafado, codificar, constituir semelhanças entre sons e letras, fonemas e grafemas, isto é, quando o sujeito passa a entender  as unidades menores que compõe o princípio de escrita. Conforme a autora Emília Ferreiro (1985), não entende a alfabetização como uma espécie, porém a idealiza e entende como um procedimento descontínuo que começa muito cedo e que não há fim, isto é, se desdobra por toda a vida. Desse modo, alfabetizar é ter habilidade dos códigos da escrita, segundo a autora, o conceito de alfabetização modificar-se em decorrência das pesquisas realizadas, atualmente, da cultura e da chegada da tecnologia
Sendo assim, na atividade lúdica o importante não é o produto da atividade, o que dela temos como consequência, entretanto sim o próprio desempenho, o momento vivido. Portanto, o lúdico precisa percorrer a proposta pedagógica alinhando-se aos conteúdos do currículo escolar.
 A brincadeira e o jogo são as melhores modos de a criança transmitir sua comunicação sendo um utensílio que ela possui para relacionar-se com outras crianças. É através das atividades lúdicas que a criança pode conviver com os diferentes sentimentos que fazem parte da sua realidade interior. Ela irá aos poucos se conhecendo melhor e aceitando a existência dos outros, estabelecendo suas relações sociais (PINTO; LIMA, 2003, p. 5)
Segundo Santos (2000), a ludicidade “na medida em que propõe estímulo ao interesse do aluno, desenvolve níveis diferentes de sua experiência pessoal e social, ajuda-o a construir novas descobertas, desenvolve e enriquece sua personalidade”. (SANTOS, 2000, p.37) reflete um instrumento de atitude pedagógica, concebendo o professor como um condutor, avaliador e estimulador do método de ensino e aprendizagem.
O lúdico é uma maneira de envolvimento do aluno com o mundo, podendo usar de utensílios que gerem a imaginação, a exploração, a curiosidade e o empenho, tais como jogos, brinquedos, padrões e exemplificações concretizadas usualmente pelo  educador entre outros. O lúdico admite uma maior interação entre os tópicos abordados, e quanto maior for essa interação, maior será o nível de percepções e reestruturações cognitivas realizadas pelo aluno (BRASIL, 1997).
Logo, o “brinquedo e brincadeira relacionam-se com a criança e não podem ser confundidas com o jogo” (FORTUNA, 2000, p. 2). Por conseguinte, podemos perceber que as brincadeiras são atividades espontâneas que ocorrem de modo livre, já o jogo tem regras que devem ser seguidas. Portanto, a autora recomenda que a brincadeira auxilia no desenvolvimento da imaginação e o jogo cresce o raciocínio. Nesse aspecto, Segundo Almeida (2013), a brincadeira “[...] como atividade recreativa. A maioria das brincadeiras não possuem regras explícitas pré-estabelecidas, mas sim criadas momentaneamente ou seguidas por tradição cultural” (ALMEIDA, 2013, p. 18).
Entende-se que a proposta do lúdico no âmbito da educação infantil vem solicitando uma alfabetização significativa, incorporando na vida da criança conhecimento, através das particularidades do conhecimento do mundo. De acordo com (FANTACHOLI, 2011, p. 5), a inclusão de brincadeiras, jogos e brinquedos na prática pedagógica podem apresentar distintas atividades que colaboram para inúmeras aprendizagens e para a ampliação da rede de definições construtivos tanto para as crianças como para os jovens. Assim, o educador poderá empregar as brincadeiras de forma a formar a criança ter competência de resolver suas ocasiões problemáticas.
Destarte, pode-se associar as ideias a respeito do brincar como uma técnica pedagógica de grande apoio para o desenvolvimento infantil. Do mesmo modo, o brincar aceita que a criança venha se organizar para a vida abrangendo o mundo físico e social. Pode-se observar no cotidiano, como a vida da criança gira em torno do brincar. Por este motivo, educadores têm utilizado a brincadeira na educação, por ser um elemento essencial na formação da personalidade, tornando um instrumento para a construção do conhecimento.
Assim, o brincar desampara o seu posto de ser um simples entretenimento para se tornar componente essencial no desenvolvimento físico, intelectual e social. De acordo com o Referencial Curricular Nacional da Educação Infantil, BRASIL (1998):
Educar significa, portanto, propiciar situações de cuidado, brincadeiras e aprendizagens orientadas de forma integrada e que possam contribuir para o desenvolvimento das capacidades infantis de relação interpessoal de ser e estar com os outros em uma atitude básica de aceitação, respeito e confiança e o acesso, pelas crianças aos conhecimentos mais amplos da realidade social e cultural. (BRASIL, 1998, p. 23)
Desse modo, a atuação de brincar vem gerar a construção da autonomia e da criatividade, admitindo um artifício de aprendizagem significativa na vida da criança. Segundo o (FANTACHOLI,2011, p.1) “[...] brincar é uma importante forma de comunicação, é por meio deste ato que a criança pode reproduzir o seu cotidiano, um mundo de fantasias e imaginação”. Desta forma, afirma (ANDERE, 2011, p. 2) “O jogo ajuda a criança a construir suas novas descobertas, desenvolve e enrique sua personalidade e simboliza um instrumento pedagógico que leva o professor a condição de condutor, estimulador e avaliador da aprendizagem”.
Sendo assim, a avaliação que está sendo demonstrada pela autora não é para qualificar ou classificar, contudo para esboçar alternativas. Diante do método de ensino-aprendizagem podemos entender no dia a dia escolar que cada criança tem suas formas para absorver o conhecimento. Assim sendo, o professor necessita respeitar o aluno em sua particularidade e consentir os distintos modos de ensinar, pois há muitas maneiras de se aprender.
Portanto, é posicionado diante de atividades que lhe possibilitará a emprego de conhecimentos prévios que já tem consigo, para a construção de outros mais organizados no futuro. É valido ressaltar que a inclusão da ludicidade no planejamento escolar e nas atividades desenvolvidas na sala de aula, resulta na promoção de uma educação eficaz e mais significativa na vida da criança. Propõe-se que a escola seja um local que solicite a troca e vivência de experiências, colaborando de forma positiva na realização de uma aprendizagem significativa e flexível.
A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL PARA O PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO
É relevante mencionar que a ludicidade é um agente que está muito presente no espaço escolar na Educação Infantil. É indispensável falarmos de Educação infantil sem referir a ludicidade, pois tanto os jogos quanto as brincadeiras, são elementos fundamentais para a aprendizagem e desenvolvimento da mesma. Mesmo sendo um direito da criança um ensino de qualidade, sabe-se que nem toda criança tem oportunidade de acessar a uma educação que tenha um diferencial para oferecer para o público infantil. Com a mediação do professor, as crianças se sentem mais motivadas a criar as suas brincadeiras, se sentem seguras com a presença do adulto por perto.
 Levando em consideração a ideia de educação motivadora e criativa, podemos mencionar o procedimento de Paulo Freire, que pode ser aproveitado em salas de aula para melhor efetivação das aulas de maneira lúdica. Esta metodologia é diferenciada em relação ao modelo tradicional da educação e investiga o pensamento crítico, e a criança apresenta a livre expressão para falar e debater. Conforme Freire (1987), o ensino não necessita estar exclusivamente com o educador, mas sim com o educador e aluno, a educação não precisa ser bancaria, enchendo os alunos de conteúdo sem poder se expressarem. Na educação tradicional, leva em consideração a sonoridade e repetição, na educação libertadora preza-se pelo diálogo, e pelo saber em conjunto. Freire (1987), menciona que:
O método Paulo Freire não ensina a repetir palavras, não se restringe a capacidade de pensá-las segundo as exigências lógicas do discurso abstrato; simplesmente coloca o alfabetizando em condições de poder e re-existenciar criticamente as palavras de seu mundo, para, na oportunidade devida, saber e poder dizer a sua palavra.( FREIRE 1987, p. 07)
Portanto, os intermediários educadores da educação infantil, necessitam velar pelo ensino de maneira criativa, e a partir das atividades sugeridas, impulsionar o desenvolvimento da criticidade a partir da sua realidade, instituindo e recriando o seu mundo.  Oferecendo essa autonomia à criança, ela pode ter capacidade de alcançar e interferir a propósito de as suas vivências, isto é, na realidade em que está implantada, tornando-se “sujeitos de sua própria história”, como menciona Freire. Quando o professor e o aluno têm autonomia no método educativo que é dialógico, dentro e fora da sala de aula, a inter-relação entre esses indivíduos se faz de maneira grupal, contraindo não somente um saber, entretanto saberes, que foram levantados com a interação entre ambos. Freire (2011), nos recomenda:
É neste sentido que ensinar não é transferir conhecimentos, conteúdos, nem formar é ação pela qual um sujeito criador da forma, estilo ou alma a um corpo indeciso e acomodado. Não há docência sem discência, as duas se explicam e seus sujeitos, apesar das diferenças que os conotam, não se reduzem a condição de objeto um do outro. (FREIRE, 2011, p. 25)
 Portanto, diante do exposto, podemos entender a importância do diálogo entre educador e educando, para que o ensino-aprendizagem seja realizado de maneira efetiva e ativa, evitando as metodologias tradicionais em que o educador  é o detentor do saber. Não é apenas porque as crianças são ainda pequenas que o seu saber não necessita ser valorizado, pois mesmo ainda pequenas, elas já acarretam em sua bagagem muitos conhecimentos não sistematizados, que compete ao professor estimar e saber como trabalhar com a visão de mundo de cada um, a criança se sente importante quando se dá valor ao que ela já sabe, sem ignorar seu conhecimento. Reforçando esta ideia, Freire (2011), expõe que:
 Por isso mesmo pensar certo coloca ao professor ou, mais amplamente, a escola, o dever de não só respeitar os saberes com que os educandos, sobretudo os das classes populares, chegam a ela – saberes socialmente construídos na pratica comunitária -, mas também, como há mais de trinta anos venho sugerindo, discutir com os alunos a razão de ser de alguns desses saberes em relação com o ensino de conteúdo. (FREIRE, 2011, p. 31)
 Os educadores que seguem esta metodologia, abdicam do autoritarismo e disseminam da dialogicidade como maneira de modificação das pessoas e de sua realidade e não adaptação a ela. Segundo Dallabona e Mendes (2004):
O lúdico permite um desenvolvimento global e uma visão de mundo mais real. Por meio das descobertas e da criatividade, a criança pode se expressar, analisar, criticar e transformar a realidade. Se bem aplicada e compreendida, a educação lúdica poderá contribuir para a melhoria do ensino, quer na qualificação ou formação crítica do educando quer, para redefinir valores e para melhorar o relacionamento das pessoas na sociedade. (DALLABONA E MENDES, 2004, p. 02)
O aprendizado e a experiência por meio do lúdico são estimados reciproca, pois não apenas o educador  adquire saberes e o educador ensina, tem o aprendizado do saber da criança por parte do educador ou mediador: esses saberes são compartilhados entre si.
Conforme Dinello (2007), a criança desenvolve sua personalidade por meio das expressões que são obtidas no transcorrer de todo o seu aprendizado. Amplia também o seu pensamento a cada brincadeira que brinca continuamente aprende alguma coisa, nada fica solto ou perdido. Segundo Bettelheim (1988), as crianças, se manifestam através das brincadeiras, e no seu mundo imaginário, vivem o que queriam viver e pensam muitas coisas que gostariam de dizer, porém por algum motivo as retêm. As suas brincadeiras são sua linguagem considerada por vezes secreta, somente as crianças compreendem o significado daquilo que estão brincando e encenando.


METODOLOGIA
O tipo de pesquisa adotado quanto aos procedimentos técnicos será a pesquisa bibliográfica. Para o cumprimento deste procedimento. A pesquisa se dará também na investigação e consulta a periódicos e livros impressos e em meio digital que tratam da riqueza teórica do tema investigado que é A importância do lúdico na Educação Infantil para o Processo de Alfabetização. Elaborado a partir da literatura estudada e dos objetivos da pesquisa.  Por sua vez, no que concerne aos objetivos da pesquisa serão utilizadas as pesquisas – exploratória, descritiva e explicativa.
Trata-se de um estudo de natureza descritiva e bibliográfica, a ser realizado por meio da análise de artigos, teses, dissertações publicadas nas fundamentais bases de dados em educação. A seleção dos textos será segundo os seguintes critérios para inclusão: Abordagem quantitativa, qualitativa, revisão de literatura, relato de experiência e/ou outras publicações em periódicos que disponham de dados válidos para a análise de abordagens de educação e processo de aprendizagem através das mídias sociais no ensino fundamental. 
Conforme Lakatos e Marconi (1992), a pesquisa bibliográfica tem intenção fazer com que o pesquisador tenha conhecimento de tudo o que tenha sido documentado acerca de um determinado objeto pesquisado, admitindo o apoio paralelo na análise e manipulação de suas informações. Desse modo, foi realizado a catalogação por meio de uma investigação de produções científicas na Biblioteca Virtual orientado para as seguintes bases de dados: Google Scholar, Scientific Eletronic Library Online (Scielo), entre outros. De modo, que a pesquisa se denomina como uma Revisão de Literatura, a pesquisa de modo descritivo, que corrobora que se tome conhecimento de material relevante, tomando-se como base o que já foi publicado sobre o tema, de modo que se possa elaborar uma nova abordagem (SENA; CAMINHA, 2015).
 Método
O método a ser usado será o hipotético-dedutivo visto que este é compreendido a partir da presença do seguinte esquema: problema – hipóteses – dedução de consequências observadas – tentativa de falseamento – corroboração. Com este esquema, considera-se que a execução deste compreende os passos fundamentais para a investigação e escrita do artigo (LAKATOS; MARCONI, 2001).

CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio da pesquisa concretizada podemos concluir que o emprego de jogos e brincadeiras lúdicas, em todo o âmbito escolar, é de suma importância para o método de ensino-aprendizagem das crianças, pois solicita a interação, a sociabilidade, e estimula à criatividade da mesma, ela aprende de uma maneira lúdica, dinâmica, e prazerosa, e a partir disso estabelece um conhecimento partindo da sua realidade. Desse modo, foi possível compreender que alguns educadores comprovaram certa contradição, entre a maneira que expressaram seu conhecimento acerca da ludicidade, e a seu exercício no âmbito escolar, sendo evidente que o lúdico era pouco empregado em sala de aula para gerar o ensino-aprendizagem.
Podemos importante planejar as atividades pedagógicas implantando brincadeiras e jogos lúdicos como intercessões educativas, pois o brincar é uma mediação bastante ativa para o ensino das crianças, sendo um direito delas, independente, de sua cor, classe social ou religião.
Sabemos que infância é um período no qual a criança está começando a desenvolver suas aptidões e potencialidades. Logo, é importante conceder ocasiões prazerosos e educativos, envolvendo brincadeiras, jogos, brinquedos, contação de histórias, fazendo com que ela sinta-se livre para que possa usar a imaginação. As crianças que participam dos momentos lúdicos desenvolvem-se de forma mais espontânea e ativa perante a sociedade na qual estão inseridas. Na visão de Vygotsky (1991), os brinquedos didáticos e os jogos de faz-de-conta auxiliam no desenvolvimento dos movimentos finos e amplos do corpo, bem como levam a criança a vivenciar diversas funções intelectuais (velocidade, equilíbrio, cálculo), além do trabalho em grupo, cooperativo.
Segundo os autores Piaget e Inhelder (2001), o lúdico estimula a criança a atuar de modo ativo, reflexivo, questionador, curiosa, torna-a um ser social, que designa e respeita as regras atribuídas pela sociedade, tendo em vista diferentes brincadeiras e jogos que representam uma situação-problema. Sendo está apontada pela criança, em que a mesma depara com a solução de maneira criativa e inteligente, possibilitando-lhe o desenvolvimento intelectual.
Sendo assim, trabalhar com o lúdico é importante na construção do conhecimento na Educação Infantil, uma vez que auxilia no desenvolvimento da imaginação, do raciocínio, da criatividade. Da mesma forma, na construção do sistema de representação, envolvendo a aquisição da leitura e escrita, visando à formação dos aspectos motor, cognitivo, físico e psicológicos das crianças. Esse artigo abordou o lúdico em sala de aula, procurando incentivar a reflexão dos educadores junto à Educação Infantil, esperando contribuir, de forma positiva, com as práticas docentes.

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ARTIGO A IMPORTÂNCIA DO LÚDICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
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