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Nem Tudo Que Queimou Perdeu a Cor

Branding - Coleção Nem Tudo Que Queimou Perdeu a Cor.
A coleção Nem Tudo Que Queimou Perdeu a Cor, foi um projeto unificado do Atelier Rodrigo Calixto e da oficinaetos, com peças de design e artes plásticas, produzidas com a madeira Pinho de Riga - Pinus sylvestris, e com acabamento da técnica japonesa Shou Sugi Ban.
A madeira utilizada na produção das peças da coleção, foi o Pinho de Rigä (Pinus sylvestris), originária da região da Eurasia. Essa madeira veio para o Brasil durante as viagens da colonização, segundo alguns historiadores e pesquisadores como lastro de navio, e quando chegavam aqui eram vendidas para a construção civil, trocadas por mercadorias ou até descartadas. Outras linhas de pesquisa entretanto, defendem que o Pinho de Rigä nórdico, com a intenção de uso voltada para a construção civil, por ser tratar de uma madeira de crescimento rápido, leve e resistente, características comuns à essa família de árvores (pinus).
Por ser uma madeira não endêmica no Brasil, e ter sido amplamente usada na construção civil, como tábuas para piso e vigamento para telhados principalmente, trata-se de madeira de demolição, ou como a oficinaethos costuma dizer "madeira de redescoberta"e até "madeira de garimpo".
Shou Sugi Ban é uma técnica japonesa de acabamento para madeiras, que consiste na queima controlada e calculada da madeira. A carbonização através dessa técnica, adquire maior resistência a quase todos os efeitos naturais, principalmente à umidade, além de pigmentar a madeira de preto.
A técnica foi desenvolvida na ilha de Naoshima há aproximadamente 300 anos pelos pescadores locais, na busca por alternativas para fortalecer estruturalmente suas casas, que sofriam com os eventos climáticos e invasão das marés.
Esse acabamento de madeiras ficou popular no início dos anos 2000 através dos projetos do arquiteto japonês Teronobu Fujimore.
O projeto de elaboração da marca, seguiu em paralelo e de forma colaborativa com a produção das peças executadas para a exposição. Durante a queima da obra de arte Xilopixel, notamos que o Pinho de Rigä após a carbonização ressaltava os relevos dos anéis de crescimento da madeira, principalmente nos cortes de topo. A partir desse relevo, foram geradas diversas monotipias carimbadas manualmente, originando o símbolo usado na marca da coleção. 
O convite para a inauguração da coleção na SP Arte 2022, consiste em uma peça de madeira de resíduo da produção das peças, com mesmo acabamento, e silk screen 1/1 e um buraco com sementes de vinhático. Acompanha o convite uma carta e uma bula com instruções de plantio.
Ficha Técnica:
Direção: Paulo Ferreira / Rodrigo Calixto
Design: Paulo Ferreira
Motion Graphics: Paulo Ferreira
Fotografias: Thomás Rangel

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