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A Periodização da Língua Portuguesa

Universidade Federal da Bahia
Disciplina: LETA-13
Professor: Américo
A Periodização do Português brasileiro

Para uma análise acurada do estudo da construção do português brasileiro, além de todo contexto histórico, deve-se levar em consideração alguns autores, dentre eles: Serafim da Silva Neto,Teyssier, Pessoa e Tânia Lobo. O primeiro, divide o estudo da língua em três partes: língua geral, crioulo de negros e índios e o português, estando, todas elas em constante conflito. A sua primeira fase começa em 1532 (com o início da colonização do Brasil) e dura até 1654 (com a saída dos holandeses do país). O autor, apesar de extremamente preconceituoso e racista consegue desenvolver suas teorias com bastante embasamento histórico. Na fase inicial, um dos fatores mais importantes é a demografia histórica que possuía um maior número de índios, um nível intermediário de negros e um menos expressivo de brancos. Uma outra característica desse período, é o uso expressivo da língua geral (falada por toda a população da época e criada a partir da miscigenação), essa língua, na época, era conhecida como língua brasilica.
Na segunda fase o elemento indígena vai desaparecendo, através de massacres às diversas tribos existentes no país e também as doenças as quais eram expostos. É neste momento, que devido a mistura dos falares metropolitanos, surge uma nivelação linguística que fica conhecida como koíne. Com o aumento da escravidão, cresce a influência da população negra. Nesta fase, durante sua maior parte, a língua geral era usada pelas pessoas por completude, por esta razão em 1701, o rei de Portugal recomenda o ensino da língua portuguesa aos índios e dessa forma, na década de 1750 a língua geral vai perdendo espaço, dando surgimento a novos dialetos. Esse período seria o mais apropriado para o fim da segunda fase, entretanto, ela perdura até 1808.
A terceira fase começa a partir de 1808 e tendo em vista à chegada da família real no Rio de Janeiro, ela gera muitas mudanças culturais no litoral brasileiro, e assim, o litoral e o interior são divididos em séculos justapostos. É com a sua chegada, que a ideia de civilização no Brasil é formada. No âmbito da linguagem, é nesta fase que o Marquês de Pombal proíbe a língua geral no país. Devido a extração de ouro na região das Minas, muitos portugueses fazem do território brasileiro sua residência, dessa forma, a população brasileira (composta em sua maioria por negros, índios e mestiços) dispõem de um contato maior com a língua o que resulta no aprendizado da mesma.
O segundo autor é Teyssier, assim como Serafim, divide o estudo da construção do português em três fases.
A primeira, começa em 1552 (período colonial) e se estende até 1808 (chegada de D. João VI). Nesta fase, o autor é muito superficial, já que não consegue se aprofundar em seus estudos, devido a duração extensa da mesma. Teyssier, não dá importância as culturas indígenas e africanas e coloca a cultura portuguesa com uma maior influência no processo linguístico. Minimiza a língua geral e também sua decadência no século XVIII.
A segunda, dura de 1808 (chegada da família real) a 1822 (regresso de D. João VI a Portugal). Por conta de sua pequena duração, a mesma é considerada fraca e imprecisa, além da presença de outros grupos (negros e índios) serem ignorados.
A terceira começa a partir de 1822, e tem como principais aspectos a imigração dos europeus (1870-1950), a extinção do tráfico negreiro e a urbanização e industrialização do país. A extinção do tráfico negreiro é um fator crucial para o estudo da história da linguagem, já que, por conta desse momento, houve o aumento do mercado interno dos escravos e consequentemente a mobilidade da língua através dos mesmos, viajando para diversos estados do país, favorecendo a troca de “falares”, “culturas” e muitos outros aspectos.
O terceiro autor é Pessoa e diferente dos dois primeiros, divide o estudo em duas fase. A primeira dura de 1534 a 1750 e tem como característica relevantes o multilinguismo e a descoberta do ouro.
A segunda fase é subdivida em três momentos. O primeiro de 1750 (extração do ouro) a 1808 (chegada da família real). O segundo, de 1808 a 1850 (fim do tráfico negreiro, usando também – assim como Teyssier - a  mobilidade da língua. O terceiro, de 1850 (abolição da escravatura) a 1922 (semana de arte moderna), a data ideal para o terceiro momento seria 1930 com chegada dos imigrantes no Brasil e a república, entretanto, o autor confunde língua escrita com língua falada e por isso termina a fase em 1922 dando ênfase na semana de arte moderna.
 A quarta autora é Tânia Lobo, além dos seus pressupostos na história da língua, ele faz uma análise dos estudos dos três autores citados anteriormente. Segundo Tânia Lobo, o trabalho de Serafim sofre a falta de coerência na caracterização de cada uma das três fases, além de ressaltar a irrelevância dos holandeses na primeira fase. O trabalho de Teysssier (para Tânia) minimiza o o contingente negro e indígena e é a pesquisa menos elaborada. Já o de Pessoa, Tânia diz que, o autor considera concomitantemente a histórica da língua falada e a história da língua literária.
A autora divide a histórica do estudo da língua no Brasil em três pressupostos, sendo eles: histórica demográfica linguística (multilinguismo), crescimento populacional (urbanização e o processo de escolarização ao associado ao de estandardização -padrão – linguística). De acordo com esses pressupostos a mesma divide a língua em duas etapas.
A primeira tem início no século XVI e dura até 1850, a autora não localiza o multilinguismo nesse primeiro momento. E tem uma postura equivocada quando postula a não escravidão, não escolarização e não estandardização da língua.
A segunda dura a partir de 1850, em que o multilinguismo é localizado, a urbanização, a escolarização e a estandartização da língua também são.

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