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{ diáspora Nordestina - tfg } agosto.2020

Diáspora Nordestina
do sertão ao largo da batata

Trabalho Final de Graduação (TFG) - Universidade Presbiteriana Mackenzie - 2020
Orientadores: Abilio Guerra e Angelo Cecco
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O projeto situado no Largo da Batata se inicia com a memória de um espaço nordestino em São Paulo, que sofreu transformações e ainda está em constante mudança, tendo uma vida diversificada. Um lugar de todos e de ninguém, de tudo ou nada, o Largo da Batata se mostra com potencial para resgatar a energia do povo nordestino que marcou sua identidade nessa grande metrópole.
A praça, como um espaço e convivência de arte, é uma conexão do projeto para o miolo de quadra e fundos de lote. Unindo o Largo da Batata, o Largo de Pinheiros, a Rua Fernão Dias e o miolo de quadra, projeta-se uma nova centralidade, uma praça com novos usos, que podem se expandir para o entorno preexistente. Dentro desse contexto, o programa se divide em um espaço cultural, de dança e música e exposição; um galpão já existente, porém realocado que trata de instalações e ensaios científicos, chamado Ciência Prima; um teatro Arena, com o intuito de ser um palco experiências corpóreas de arte, cenografia, dança e música; uma área de dinâmicas espontâneas através de andaimes.
A ideia do Centro de Interpretação implantado no Largo da Batata é acolher o entorno, o público, usando de artifícios de lembrança e afeto, como a paginação de piso que remete ao Rio São Francisco e o cobogó semelhante ao desenho de mandacarus. São esses detalhes, considerando a história do meio, que permitem a sensibilização do usuário. A ideia é que seja possível compreender o contexto através de conjunto de experiências que a intervenção abriga, através do conjunto de sua paisagem. O projeto olha para o Largo da Batata, respeitando o espaço existente e suas apropriações, mas resgatando a memória através da identidade e do patrimônio cultural do sertão e suas trocas ao chegar na capital paulista.
Ao iniciar o projeto, destaca-se o potencial do térreo. O projeto começo com a abertura de alguns poucos lotes, tendo o cuidado de sem usar o que não está sendo utilizado ou podendo realocar quando possível. O desenho é composto por uma linha sinuosa, com a intenção de relembrar o Rio São Francisco, Velho Chico, que no meio do sertão permanece perene. No meio da praça “seca”, encontra-se a linha fluída que cria um trajeto no projeto. O programa é composto por um espaço cultural com o térreo livre, formando uma praça coberta que se abre como percurso térreo para o Lardo da Batata, a rua Fernão Dias possuindo agora o caráter de praça e a rua Cardeal Arcoverde. As três conexões possibilitam a fruição pública e espaços de permanência. Continuando esse percurso, passamos pela grande cobertura que abriga o espaço de leitura, o teatro arena e o galpão Ciência Prima, o qual já estava na área antes, e por ser de grande importância para produção da rua Fernão Dias, foi mantido. Além desses três programas, essa cobertura também possui uma passarela, permitindo um novo percurso diferente do térreo. Ela possibilita uma nova perspectiva para o teatro e o espaço de leitura, além de se conectar diretamente com a praça de andaimes. A praça, que foi aberta através do fundo de lote inutilizado, possibilita um novo caminho urbano, entrando mais na quadra e saindo da rua Cardeal Arcoverde. Essa praça de andaimes, existe com a intenção de possibilitar múltiplos usos cotidianos, que não dependam do programa arquitetônico, sendo um auxílio para a composição do espaço público. O fechamento dessa cobertura central do projeto é em cobogó, elemento arquitetônico muito presente nas construções pernambucanas, e o qual o desenho é inspirado em mandacarus. É a delicadeza dos elementos, juntamente com a história do entorno que cria um novo espaço público que olha para o Largo da Batata.
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