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O diabo na rua, no meio do redemunho

O diabo na rua, no meio do redemunho...

“Grande Sertão: Veredas” acabou virando uma espécie de bíblia pra mim. É como se eu sempre encontrasse nele algo onde eu possa me apoiar. Tem uma parte que, na última vez em que li, mexeu muito comigo.

Desde o início do livro o Riobaldo, personagem-narrador, levanta a questão da existência do diabo. O diabo existe ou não existe? Existe. Não existe. Sempre com o desejo de, em algum momento, colocar isso a prova. Até que um dia, num lapso de coragem (eita!), ele vai até uma encruzilhada disposto a fazer um pacto com o Demo. E, mesmo com medo, ele permanece ali por um tempo, aguardando e invocando a aparição do Que-Diga - eu amo essa nomenclatura. “Ser forte é parar quieto; permanecer”. E o que acontece é que... não acontece nada. Não aparece nada. Mas, ao mesmo tempo, depois desse lapso de coragem, dessa travessia, tudo muda. É como se dali em diante o Riobaldo tivesse conquistado um lugar no mundo. E me deixado o convite e a esperança da possibilidade de fazer o mesmo. Me mostrado que existe algo, uma força humana, que pode ir além.

O processo de atravessar algumas coisas é tão difícil, medonho e infernal. Mas hay que ter coragem.

“Tu vigia, Riobaldo, não deixa o diabo te pôr sela...”
O diabo na rua, no meio do redemunho
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