6° Prêmio {CURA} - Intervenção na obra de Lina Bo Bardi

Equipe de projeto: Arthur Rocha, Fernanda Matos

Localização: São Paulo, SP - Brasil

Ano: 2021

architecture ARQUITETURA Competition exposition lina bo bardi MASP visualization Render vray Concurso

“E o vazio do vão é a peça fundamental deste conceito;
este espaço intermediário projetado por Lina é um
lugar onde o sujeito é indivíduo livre e soberano, um
lugar por definição aberto ao indeterminado, um vazio
impregnado de possibilidades.”

Olivia de Oliveira | Lina Bo Bardi, obra construída.

JUSTIFICATIVA. Primeira obra de Lina Bo Bardi ao manifestar o desejo de integração entre arquitetura, arte, cidade e povo foi o MASP. O seu denominado “belvedere” abriga essa relação citada. O vão é um cosmo indeterminado, o “intervalo silencioso”.
É o espaço do encontro que promove manifestações políticas e ao mesmo tempo é uma atmosfera lúdica, em outras palavras, o vão é a “ágora democrática”. Surge a intenção de ocupação do vão, valorizando o espaço igualitário para debater pautas étnicas colocadas por artistas contemporâneos. É iniciada uma idealização do MASP como museu de arte popular fomentando a interlocução entre arquitetura, arte e usuário e, paralelamente, resgatar a memória dos que contribuíram com a conformação do espaço urbano.

CONCEITO E PARTIDO. O objetivo é conceber uma intervenção branda, com caráter sutil em contraste com a robustez arquitetônica da obra. Os espaços buscam, através da atmosfera e dos percursos, um caminho que dialoga com os fragmentos da memória, evidenciando aquilo que está “oprimido’’, mas não suprimido. Partindo de uma exposição sensorial, desenvolveu-se uma narrativa com a expografia afim de trazer à tona discussões presentes no cotidiano indígena e preto, perpassando por temas que demandam notoriedade: igualdade de gênero, raça, demarcações de terras, quanto a valorização da cultura dos povos originários do Brasil.

Planta da intervenção

01. Espaço expositivo
02. Sala de projeção
03. Palco
04. Rede

Corte AA

a. Projetores de imagem
b. Estrutura metálica para palco com revestimento de piso vinílico
c. Painéis metálicos com fechamentos de fibra de algodão cru
d. Mastros metálicos Ø = 50cm
e. Vigas de seção circular Ø = 30cm
f. Viga secundária para apoiar equipamento de iluminação e som Ø = 30cm

Diagrama da proposta | acessos e fluxos

ESTRUTURA. Concebida como prolongamento do vão, a estrutura tensionada é o meio entre arte e indivíduo, tornando o ato de caminhar convidativo até a área descoberta do museu, por entre seu trançado, apresentando ao visitante edifício e obra de um novo ângulo e um espaço lúdico, de descanso e reflexão. É um convite para ver através.

A experiência é concluída conectando o percurso com a fachada do edifício, que por sua vez recebe projeções de fotografias e curtas independentes. Concomitantemente foi incorporado uma zona cenográfica para acomodar as apresentações, limitada pelos painéis de exposição.

Detalhamento

01. Fundação

Aparelho de apoio metálico
Fundação de concreto

02. Mastro

Pilar de seção tubular metálico Ø = 50cm
Cabos de aço atirantando a rede
Rede de nylon fixa nas Estruturas metálicas concebidas

03. Painel

Montante metálico 6x6mm
Montante metálico 12x6mm
Fibra de algodão cru

Perspectiva do espaço de exposição “cotidiano”

EXPOGRAFIA. A expografia pretende explorar as recorrentes temáticas relacionadas a esses dois grupos étnicos, desvinculando-se do passado com caráter trágico, propondo uma curadora de artistas cujas obras retratam os respectivos costumes e tradições de modo a valorizá-las e confrontar o estigma de cultura marginalizada imposto.

REFLEXÃO. “...o brasil é máquina de gastar gente, gastou seis milhões de índios e o equivalente a negros para eles? Não! para adoçar a boca do europeu com açúcar para enriquecer uns poucos, o povo foi gasto como carvão neste país bruto”. Darcy Ribeiro

ARTISTAS. Jaime Lauriano . Helô Sanvoy