Steve Stoer's profile

A BONANÇA_Parque Nacional da Peneda 2020

A BONANÇA // SERRA DA PENEDA // PITÕES DAS JÚNIAS


A neve desviou as pegadas de um fotógrafo que parte à descoberta de florestas prístinas. Steve Stoer gosta de se perder entre vegetação primitiva, debaixo das copas de árvores centenárias de um verde impossível — daquele que escasseia. Mas, quando pelo caminho “encontra outras coisas inesperadamente belas”, como num percurso por Pitões das Júnias, em Montalegre, alonga-se antes “de entrar na mata para chegar às zonas virgens”. 
Esta fotogaleria de um dia de neve no Gerês não integra o projecto Florestas Prístinas, que Steve Stoer se prepara para transformar numa exposição e num livro. Antes, faz parte de ser testemunha dos “resquícios belos do nosso planeta. “Vou a sítios deslumbrantes, mas ao mesmo tempo tenho uma noção da realidade. As coisas estão realmente a desaparecer a uma velocidade estonteante”, partilha, ao telefone com o P3. “Mas não me interessa mostrar este lado negativo, que com a massificação das imagens e da informação quase se banaliza. O meu objectivo é fazer o oposto: sensibilizar pela beleza das coisas, para as protegermos”.
Imaginar florestas intocadas que tiveram tempo e espaço para crescer, quer na sombra das árvores vivas, quer nos ecossistemas que albergam as árvores mortas, “pode ser difícil”. Por isso, Steve mergulha no que ainda resta delas: a Laurissilva, na Madeira, a Mata da Albergaria, na Serra do Gerês, e, “ainda que com algumas reservas depois de grandes incêndios”, a de Margaraça, na Serra do Açor. Fotografa com uma grande angular, para que quem vê as imagens mergulhe também. Com ele, leva sempre alguém a quem pede que explique o que sentiu, depois de emergirem dos banhos de floresta. Na Floresta de Białowieża, na Polónia, um dos maiores exemplos da floresta nativa que existia na Europa, encontrou muito “poucas referências humanas”; quer agora visitar a ilha de Yakushima, no Japão. O sentido de urgência não desaparece. Só palpita a cada reencontro com “a alma da Terra”.



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