Por Guilherme Cezário (Twitter: @cezgui_)

O Rio 2016 surpreendeu muita gente. Antes dos Jogos começarem, a repercussão negativa em torno da estrutura da Vila Olímpica e a possibilidade de atentados terroristas criaram dúvidas sobre a realização da competição. No entanto, a abertura dos Jogos Olímpicos, bastante destacada pela imprensa internacional, parece ter acabado com qualquer receio de fracasso.

Elogiada pelo The New York Times e outros grandes jornais internacionais, a cerimônia que deu início aos Jogos contou com a presença de vários componentes da história do Brasil — além de celebridades nacionais como Gisele Bündchen, Caetano Veloso, Gustavo Kuerten e Gilberto Gil. O auge de toda a abertura, porém, foi o acendimento da pira olímpica. Vanderlei Cordeiro de Lima, medalhista de bronze em 2004 nos Jogos de Atenas, foi o nomeado. A história parece tê-lo recompensado pelo ocorrido na Grécia, quando foi impedido de disputar o ouro depois ser acometido por um padre irlandês.
O ex-corredor acendendo a pira olímpica (Foto: Reprodução/COI/Facebook)
Desempenho do Brasil

Em casa, o Time Brasil teve seu melhor desempenho em Olimpíadas. Com sete medalhas de ouro, seis de prata e seis de bronze, a equipe brasileira terminou em 13° lugar no quadro. Destaque para a seleção masculina de futebol, que, liderada por Neymar, ganhou seu primeiro ouro em Jogos Olímpicos. Destaque, também, para o vôlei masculino, que conquistou sua terceira medalha de ouro olímpica.

Outras modalidades que merecem destaque são a Ginástica Artística — que conseguiu uma dobradinha no pódio na prova de solo individual masculino; Diego Hipólito e Arthur Nory, que levaram prata e bronze, respectivamente. Já no boxe, Robson Conceição venceu a primeira medalha de ouro para o Brasil em toda a história da modalidade. No salto com vara, Thiago Braz conquistou o ouro após saltar 6,03 m.

O baiano Isaquias Queiroz, dono de três medalhas, talvez seja a maior estrela brasileira no Rio 2016. Com duas pratas e um bronze, o canoísta se tornou o maior medalhista olímpico brasileiro, em quantidade, em uma única competição. As decepções, porém, ficaram a cargo da seleção feminina de futebol, do basquete (feminino e masculino) e da natação.

A primeira, que bateu na trave nas últimas edições, caiu diante da Suécia. A seleção de Marta e Cristiane empolgou no início do torneio, mas não conseguiu manter o ritmo e foi eliminada sem chance de disputar ao menos o bronze. No basquete, tanto as seleções feminina quanto a masculina caíram na primeira fase.

A expectativa em cima da natação, é verdade, não era tão grande. Desfalcado de Cesar Cielo, que não conseguiu a classificação, a equipe da natação tinha algumas esperanças. Algoz de Michael Phelps em Londres, Thiago Pereira era a principal promessa de medalhas na modalidade. Nos 200 m medley, prova em que é especialista, o brasileiro decepcionou e ficou apenas com a sétima colocação. Phelps venceu a prova.
Michael Phelps e  Usain Bolt.

Os dois chegaram desacreditados ao Brasil. Decidido a se aposentar após Londres 2012, o nadador retornou às piscinas para brilhar. Depois de um hiato entre competições, Phelps se tornou o maior atleta olímpico da história no Rio. Dono de 28 medalhas — cinco no Brasil, com quatro de ouro e uma de prata —, o americano, ao que tudo indica, irá se aposentar da prática profissional.

Já Usain Bolt, dono de nove medalhas de ouro, três delas no Brasil, vinha cambaleando desde os Jogos de Londres. Sofreu várias lesões e chegou a ficar fora das seletivas jamaicanas. Mas, como todos sabem, o Raio deu a volta por cima e se consolidou como um dos maiores atletas de todos os tempos. Ao todo, Bolt e Phelps somam 37 condecorações — 31 de ouro. Os dois transformaram a desconfiança sobre seus desempenhos em meras especulações.

Os Jogos dispuseram de cerca de 85 mil homens para cuidar da segurança. Para minimizar surpresas e a chance de ataques terroristas, o Rio de Janeiro teve o maior contingente de sua história. Em entrevista ao site da organização, rio2016.com, o secretário encarregado, Andrei Augusto Passos Rodrigues disse: “Será a maior operação da história do Brasil”. O que era motivo de preocupação, não foi destaque.” A segurança, principalmente nos locais que visitei, foi muito bem feita. Não tive problemas com isso. Minha única crítica é a acessibilidade. Tive problemas para entrar por causa das filas”, diz a cearense Bruna Costa, consultora de negócios.

Turismo

O ingresso de estrangeiros é bastante comum em torneios desse tamanho. O Rio 2016, segundo balanço apresentado pela Prefeitura carioca e divulgado pelo Portal G1, recebeu cerca de 1,17 milhão de turistas. Cada visitante, em média, gastou 424 reais. O país com maior representação foram os Estados Unidos, seguidos por Argentina e Alemanha. “A oportunidade de ter um evento assim no nosso país é única. Tentei aproveitar de todas as formas”, disse o paulista Anderson Castro, gerente de estratégias bancárias.
Rio 2016
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