Illustra-interpretation 
of this poem by Margarete Silva. 

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" vou parir pela manhã a primeira flor na boca 
uma palavra antes de ser primavera
sabes meu amor se a vida fosse minha 
entregava-te as estações todas nesta 
dos braços caem-me sementes gestos 
sítios onde morrer de corpo aberto
até quando o amor quiser e eu for do amor
como tu és dos sítios onde não ando
como pedra fica-me o coração dentro 
à espera que a pedra bata e fure o destino
e é como quando sem ti se vestem as árvores
como quando são folhas e ninhos entre elas
é onde imagino uma casa nossa 
há no mundo uma beleza que te pertence
no abrir dos braços e sorrir saudade
fugir pelos carreiros nos montes dos sonhos
onde soubemos inventar a felicidade
e é a felicidade que me visita quando isto é
silêncio "

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vou parir pela boca...
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