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trabalho final de curso

Os processos de arruinamento são naturais e inerentes a arquitetura, especialmente no que se refere à sua materialidade. Tais são determinados por inúmeras variáveis, das quais destacam-se a idade do edifício e a continuidade de seu uso. Nas últimas décadas, estes processos vêm acontecendo de maneira cada vez mais acelerada e os edifícios passam a se deteriorar cada vez mais rápido, não por má qualidade de seus materiais ou mesmo design arquitetônico, mas pela falta de utilização e, consequentemente, de manutenção destes objetos.
Considerando este cenário, diversos arquitetos e artistas tomaram e tomam posições de forma a protestar e levantar questionamentos atrelados a situação espacial, social, econômica e ecológica destes edifícios. Em paralelo a nova produção arquitetônica global vem avançando tanto na maneira de projetar como na maneira de construir e se aproveitando de ferramentas computadorizadas e novas tecnologias tornam a concepção da forma mais otimizada e a própria forma mais clara e precisa.
Analisando estes dois contextos, onde de um lado há o arruinamento de edificações jovens e desprovidas de vitalidade, que apesar do preenchimento espacial, criam vazios sociais no meio urbano, do outro lado há a produção de novos conteúdos arquitetônicos que tendem a buscar vazios espaciais na periferia de grandes cidades, se espremer nos desafios que são os pequenos lotes, ou até mesmo demolir estruturas materialmente estáveis para concretizar a nova arquitetura. A partir daí surge a ideia de aliar essas tecnologias vanguardistas ao processo de revitalização das grandes cidades, a fim de encontrar soluções não só para obsolescência destes esqueletos urbanos como também para as demandas das cidades e da sociedade contemporânea
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O edifício, que se caracteriza como um desses esqueletos e que se encontra numa posição de destaque na cidade do Recife, aparece como uma oportunidade de experimentação dentro destas esferas. O projeto então busca fazer com que este objeto se adapte ao programa cultural de um espaço dedicado às ruínas contemporâneas. Espaço esse que vem para agregar de forma dinâmica as discussões relacionadas a tais ruínas. Por este motivo, propõe-se um programa fluído e que reúne, não só espaços de exposições e administrativos, como também espaços de pesquisa e aprendizado e ainda espaços fluídos e multifuncionais. Aproveitando-se de uma lâmina livre para viabilizar o programa decide-se extrudar dois volumes verticais. Os volumes configuram, respectivamente, o Átrio principal com pé direito de 5 pavimentos e chegada do edifício na parte frontal e o volume de banheiros e reservatório na extremidade oposta que são concebidos a partir de estudos paramétricos para se concretizarem em uma malha triangular de estruturas metálicas.
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