[ENSAIO] Cafuas à tona

Releitura da ocupação no meio urbano projetado de Belo Horizonte
Equipe: Claudia Mimbela Flores + Ester Caprilhone + Lourdes Maria Serbake + Vitor Pereira
O ensaio a seguir se ampara no artigo “Transcendências da forma: o projetado, o induzido e o espontâneo em Belo Horizonte”, escrito pela doutora Patrícia Capanema Álvares Fernandes.
"A cidade de Belo Horizonte se materializa a partir de um sonho antigo entre os mineiros."
 Assim é proposto pelo engenheiro Aarão Reis o plano da futura capital do estado: o traçado geométrico imposto buscava o controle pela racionalização segmentando a então sonhada cidade, criando nós a partir da interseção das vias arteriais presentes no plano. No entanto, a inserção da malha regular não garante a conservação da topografia, do relevo, dos ventos e riachos. Houve um rompimento entre o espaço a ser construído com o sítio pré-existente.
Atualmente, o reflexo dos planos diretores transcendem a malha urbana de Belo Horizonte. Tal qual outras metrópoles, o processo de descentralização e a suburbanização da habitação destinada a pessoas de baixa renda converge com o mal aproveitamento da função social da terra. O simbolismo presente nas cafuas vem à tona como forma de resistência da parcela marginalizada da época - as quais também fizeram parte na consolidação da cidade, porém, não receberam os devidos direitos. ​​​​​​​
           construtores de Belo Horizonte                                                                 construtores de Brasília

O experimento proposto é repensar as estruturas sociais a partir da realocação das cafuas no epicentro do plano diretor de Aarão Reis. O uso de hiperestruturas como subversão dos valores pré concebidos provoca a reflexão sobre a fragilidade da cidade de Belo Horizonte e a força daquilo que está sendo negado: os rios, quem habita e o que é imposto.
[ENSAIO] Cafuas à tona
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