Unindo dança, música e poesia, Cebola - cascas de um todo faz uso da metáfora das camadas de uma cebola para refletir sobre os tipos de relacionamento e a dualidade do sentimento amor, que hora machuca, hora se eterniza.
Com trilha sonora inspirada na bossa nova, com músicas que falam das dores e das alegrias do amor, o espetáculo transita por um caminho que busca no íntimo de cada pessoa, lembranças de relacionamentos.
Retratando o amor entre os sexos, mas também o amor da amizade e da família, o espetáculo faz uso das letras das músicas brasileiras e suas melodias para compor sua dramaturgia, com coreografias fortes e revigorantes, dialogando com todos os tipos de público.
O conceito para os figurinos partiu da potencia da obra em dialogar com memórias e as emoções provocadas por tais. Com uma trilha sonora tomada por bossa nova, o estilo buscado nos figurinos se alinha ao trazer uma linguagem de alfaiataria minimalista. A modelagem sob medida traz uma ergonomia necessária a performance corporal que a coreografia exige, ao mesmo tempo que gera fluidez e amplitude aos gestos com uso de tecidos fluidos e saias amplas. O preto e branco usado para dar unidade ao elenco também desloca os interpretes do ambiente ao redor, colocando-os em um espaço-tempo atemporal, sendo memórias em um ponto, hora atuantes em suas próprias historias.
O espetáculo retrata não somente o amor entre os sexos, seja heteronormativos ou não, mas todas as formas de amor possíveis de serem manifestadas, do fraterno ao romântico. Inspirado nisso a escolha de peças femininas em corpos masculinos, e vice e versa, trazem a reflexão das múltiplas facetas que todos nos abrigamos, as múltiplas formas de amor que expressamos ao longo da vida, o feminino e masculino que habita em cada um de nós e como se relacionam amorosamente dentro e fora.
A cor vermelha que se destaca em dois acessórios (o par de cadarços das botas do bailarino Rafael e os suspensorios de seu parceiro Fernando) durando o dueto desses dois interpretes é inspirada pela lenda japonesa Unmei No Akai Ito, A lenda diz que o destino conecta as pessoas com um fio vermelho no dedo mindinho e independente do tempo ou distância, essas pessoas irão se encontrar e realizarão uma história, seja ela de amor ou ódio. O akai ito não se limita a casais afetivos. Ele nos liga a pessoas importantes que passam/ram em nossas vidas. Tratar com carinho seus laços é criar um bom karma e quem sabe romper o ciclo karmico.
FICHA TÉCNICA:
Direção: Kelson Barros
Bailarinos: Alex Araujo, Fernando Ramos, Rafael Oliveira , Rafi Sousa
Coreografias: Rivaldo Ferreira e todo o elenco.
Figurinos: Gabriela Araújo
Edição de vídeo: Rafi Sousa.
Produção: Dafne Nascimento
