|JORNAL DA RESISTÊNCIA|
ENTREVISTA COM ÁGADE CONCEIÇÃO

A representante da CCAM (Comunidade Ciborgue Anárquica Marciana) fala pela primeira vez comigo através de uma ligação via satélite, "É a primeira vez que querem ouvir o que temos para dizer," ela disse, "Em 2056 as coisas não estavam boas. Eu tinha família para bancar e uma avó doente. Precisávamos muito de dinheiro e o meu pai não conseguia pagar tudo. Então quando a Space X anunciou a parceria com o governo para que civis se voluntariem para buscar soluções em Marte e iniciar uma colonização em troca de uma pensão mensal generosa para a família dos voluntários, eu fui imediatamente." 

Ágade Conceição então me mandou um arquivo de fotografias digitalizadas de seus antepassados, raras impressões desgastadas com o tempo. "Muitos têm histórias parecidas com a minha, gente pobre, desesperada, marginalizada que precisava de dinheiro e estava disposta a correr o risco por isso..."

"...eles nos submeteram a treinamentos intensos, aprendi coisas que nunca nem sabia que existia, sobre física, mecânica e química. As provas de resistência física eram as piores, todos os dias eu via gente da minha idade, vinte e dois na época, e gente mais nova ainda, vomitando e desmaiando nos simuladores. Todo dia era um banho de suor, vômito e sangue, o que não era tão diferente das nossas realidades na época. O mundo era uma competição selvagem de recursos vitais."

Ágade se referiu às guerras civis por água e petróleo, pragas que cresceram resistentes à agrotóxicos e bactérias a antibióticos, tudo isso abaixo de uma grande cicatriz na camada de ozônio derretendo o gelo ártico e inundando cidades. Veneza havia sido evacuada dois anos antes. "Com o mundo cada vez mais desesperado, era fácil se encantar pela perspectiva de sair do planeta," Ela pausou, sua voz falhou, mas Ágade era forte porque seu rosto endureceu e sua voz ficou mais alta e firme. "Eles nos disseram que voltaríamos para casa, para nossas famílias. Só precisávamos concluir as missões e então eles viriam nos buscar." ​​​​​​​
A missão Apsu I incluiu mais de duzentos voluntários e uma equipe de vinte cientistas com o objetivo de encontrar soluções para os problemas da terra e instalar uma colônia no solo marciano. Foi a missão mais cara da história da exploração espacial, contou com o apoio de mais de cento e vinte países. A frota de foguetes contava com sistemas de habitação e recursos para a construção de pontos de apoio e fertilização. "Você pode até achar que tem noção do tamanho, mas você nunca viu aqueles foguetes, antes dos lançamentos eles eram como arranha-céus, uma cidade de flechas brancas prontos para nos lançar ao espaço.
Eles cuidavam das nossas dietas, não podíamos mudar significativamente nossa massa corporal pois qualquer erro de cálculo poderia causar um desastre. O contrato que assinamos eram quilômetros e quilômetros de papel, tinha mais cláusulas do que eu poderia entender na época, mas eu me lembro de uma em especial, 'Não nos responsabilizamos judicialmente pela morte do voluntário uma vez que ele tinha plena consciência dos riscos que teria que enfrentar.' Esse era o valor de nossas vidas, uma cláusula num contrato."

A viagem para Marte durou treze meses e vinte dias e nesse tempo cada foguete atualizava para a base a cada 48 horas. Dois foguetes foram perdidos nesse espaço de tempo, um no quinto mês por colapso da câmara de combustível e o outro na entrada da atmosfera marciana. Os primeiros humanos em Marte chegaram em uma chuva de destroços e sangue, nunca encontraram todos os corpos. As naves restantes da missão Apsu I chegaram em solo já de luto, com muita dificuldade de comunicação. "Não importa o quanto você treine, por quanto tempo você treine, você não entende como é, até estar lá. Precisamos usar essas armaduras grandes e pesadas para preservar nossos corpos, para respirar. Marte é fria, é vazia, a única coisa que nos esquentava eram uns aos outros e a esperança de voltar para casa, era tudo o que importava para nós.
"O deus que dá o nome da missão Apsu, era a divindade suméria das águas doces subterrâneas e era justamente isso que mais procurávamos. Com muita dificuldade conseguimos criar um sistema que funcionasse, juntos, em comunidade. É muito mais fácil conviver com outras pessoas quando não existe o conceito de dinheiro e classe. Éramos apenas um grupo unido pela sobrevivência e ainda somos. Os recursos não vinham com tanta frequência como deveriam e a comunicação sempre falhava. Tínhamos que nos virar sozinhos a maior parte do tempo.
"Desde o começo nós sabíamos que tinha algo de errado com os cientistas. Eles eram mais desapegados, falavam pouco da terra, e evitavam olhar nos nossos olhos quando puxávamos esse assunto. Os meses passavam e os anos passavam e eles ainda não nos olhavam nos olhos quando falávamos de casa. Não sei dizer quando exatamente percebemos que fomos abandonados, mas eu sei dizer exatamente quando decidimos fazer algo a respeito."

O documento público oficial Missão Apsu I, que conta com trezentas assinaturas incluindo as dos voluntários, a equipe de engenheiros, cientistas e políticos, narra que "A missão Apsu será o grupo a preparar o solo marciano e a coletar informações recebidas através de pesquisas de campo. A equipe irá passar cinco anos em Marte até que outro grupo os substitua para dar continuidade ao trabalho pré estabelecido.

"Cinco anos. Nos disseram que duraria cinco anos. Cinco benditos anos suados e cruéis. Cinco anos de esperança inabalável e medo de morrer antes de voltar para casa. Era isso que nos fazia enfrentar as noites geladas de tempestade e desertos inóspitos. Cinco anos, e então enviariam mais pessoas. Eu queria muito poder abraçar a minha mãe. Minha avó morreu no ano em que pousamos." Ágade aqui enxugou uma lágrima solitária, a voz ainda firme. "Se passaram seis anos, sete, oito e nada. Nesse tempo, o espaço nos mudou. Nossos corações não batem mais como antigamente, algo químico reagiu em nossa pele e fomos elevados pela gravidade. Ficamos cada vez mais inorgânicos, não monstros, mas também não mais humanos. Nós sentimos nossos ossos perdidos sob a nossa pele. Às vezes a dor é tão intensa que só desmaiamos. Ninguém nos avisou sobre isso, não havia uma cláusula avisando que nos tornaríamos seres trans-humanos. As cirurgias que eu presenciei, como nos mudaram..." Ágade se aproximou da câmera, um olhar feroz. "Os nerds, era assim que chamávamos os cientistas, eles sabiam disso. Eles sabiam de cada efeito e de cada risco. Nós éramos suas cobaias, nós éramos seus ratos de laboratório. Não nos enviaram para colonizar Marte, nos enviaram para morrer."

Na terra a missão foi abafada. As famílias que denunciaram a inconsistência da Space X e a falta de notícia dos seus familiares perderam o direito às pensões devido à cláusula de responsabilidade, fazendo outras famílias se calarem também. A maior parte das casas que enviaram seus parentes para Marte eram de origem humilde e muitas vezes extremamente dependentes das antes mencionadas pensões. Mas a família de Ágade fez barulho, contribuíram para a exposição do esquema de mentiras da Missão Apsu I e reuniram grande quantidade de apoiadores que foram às ruas em protesto. A Space X atualmente sofre um processo judicial. Algumas famílias ainda afirmam querer ir para Marte atrás de seus parentes perdidos, alegando que lá seriam melhor cuidados do que aqui neste planeta decadente. Os marcianos, no entanto, não querem voltar para a terra.

"Não somos mais humanos então não seguiremos mais leis humanas." Disse Ágade. "Nós nos rebelamos contra a Space X e contra todos que nos esqueceram aqui. Não mais seguimos ordens, nenhum de nós. Hoje somos a Comunidade Ciborgue Anárquica Marciana e somos deformados, vermelhos e escória abandonada, mas somos livres. E temos o nosso manifesto." Ela concluiu por fim. 
 |Manifesto Amarciano|

|Nós somos a escória da Terra, 
|As cobaias que vocês enviaram e esqueceram. 
|Vocês, terráqueos 
|Jamais saberiam o que é amar ao próximo. 
|Isso mesmo, vocês
|Pois não somos mais da mesma raça. 
|Nossos ossos diminuíram, 
|Nossa pele feriu-se
|E nosso coração atrofiou.
|Jamais teríamos uma vida digna novamente na Terra. 
|E nada disso vocês nos contaram.  
|Nos desumanizaram, e portanto, 
|Por não sermos mais humanos, 
|Nós nos trans-humanizamos, 
|Viramos os ciborgues das suas ficções, 
|Mais fortes do que um humano jamais poderia ser. 
|E estamos prontos para a batalha. 
|A partir de hoje, Amarte é de todos e de ninguém, 
|Não deixaremos vocês repetirem conosco
|A história dos nossos antepassados
|Não somos colônia de povoamento 
|E muito menos de exploração
|Somos seres intergalácticos, poeira estelar, 
|Lutamos contra o colonialismo, 
|Somos vermelhos como o nosso lar 
|E continuaremos sendo
|Até o último batimento do nosso coração.
CONTEXTO
Em 2030, estudiosos descobrem que todos os recursos não renováveis da Terra seriam gastos em aproximadamente 100 anos, e os renováveis com baixíssima estimativa de possível renovação, devido principalmente à crescente população. Surge então um projeto desenvolvido pela SpaceX com colaboração da NASA, que anuncia a primeira tentativa de habitação em um planeta vizinho: Marte, o planeta vermelho. Para que a colonização ocorresse de forma bem sucedida, haveria a necessidade de voluntários dispostos a correr o risco. Como convencer pessoas a se alistarem para uma aventura tão incerta, tão perigosa? Além disso, que pessoas estariam dispostas a arriscar a sua vida? A resposta então pareceu clara: o contexto sociocultural da Terra era da maior desigualdade já existente em toda a história, onde pessoas miseráveis vendiam até os corpos de seus parentes mortos para estudos em troca de um mísero tostão. Essas pessoas, muitas vezes até estudadas, precisavam prostituir a sua dignidade todo dia em troca de poder alimentar a si e sua família, completamente inapta ao mercado desenfreado e diariamente atualizado. 
Aí se estabelece a resposta: o chamado prometeria pagar uma pensão para as famílias dos voluntários, e garante também a quem for que terá a chance de voltar para casa num prazo de até cinco anos. Foram contratadas pessoas em condições de extrema pobreza, que serviram como cobaias, acompanhadas de astronautas profissionais contratados pela Space X, que estariam lá na real intenção de vigiar e garantir os reais planos da empresa.  
Supostamente, todos estariam lá na tentativa de criar uma colônia de povoamento em Marte. Durante cinco anos, receberam formação multidisciplinar técnica e teórica, além da intensa preparação física para conseguirem se manter por lá. As tradicionais roupas de astronautas seriam substituídas por armaduras (uma versão aprimorada da Mars EVA da SpaceX) provedoras de oxigênio e outras condições de temperatura e pressão que evitassem ao máximo as alterações corporais dos seus usuários. O que os voluntários não teriam consciência é da programação de todo esse maquinário. 
 A SpaceX escolhera apenas pessoas de baixa renda para servirem como cobaias em Marte, já que caso acontecesse algum problema com elas as consequências não seriam tão graves. A vida deles não era boa, era 100% controlada pelos cientistas e com muitos tratamentos indignos até para ratos de laboratório. A real faceta desse projeto estava se revelando. 
Ágade, latina e imigrante, trabalhadora em uma pequena empresa de TI em um subúrbio no norte dos Estados Unidos, outrora estudante bolsista de programação computacional no seu país natal, achando estranho o passar do tempo e nenhuma previsão do retorno prometido, tinha um plano em mente: ganhou a confiança dos cientistas que encabeçavam todo o projeto por lá e acabou por ser nomeada monitora da tripulação. Num momento em que a trupe de cientistas dormia, começou a investigar o código por trás das máquinas que usavam, desde a que vestia até as de avaliação de saúde. Percebe dados que nunca foram revelados: não havia nenhum plano de retorno. O corpo humano de todos em que ali estavam havia se atrofiado, impossibilitando a vida saudável de qualquer um dali que retornasse à Terra. 
A SOLIDÃO
O clima inóspito de Marte, desde o início de sua colonização, fez obrigatório o uso das armaduras, esses trajes dispõem de diversas funcionalidades diferentes, desde a disponibilidade de oxigênio até proteção de radiação. Porém elas não puderam proteger os corpos dos astronautas dos efeitos do espaço e da gravidade. A princípio seus corpos sofreram uma intensa atrofiação, sua mobilidade apenas sustentada pelas próprias armaduras que os prendiam, porém essas eram apenas o começo das complicações que sofreriam.

Já afastados uns dos outros fisicamente devido a necessidade de uso constante dos trajes, as dilacerações e o surgimento de doenças, também foram forçados a se afastar da própria humanidade. Membros retirados e substituídos por próteses improvisadas, fios de cobre interferindo com sua ligações nervosas, ossos de areia expostos e metais entre os dentes, cada mordida uma carga elétrica. Eles não eram mais humanos, eram seres inorgânicos e a dor era parte de quem eram.

Treinar, pesquisar, trabalhar, treinar, pesquisar, trabalhar… assim resumiram-se os dias na base de resistência Amarciana. A alimentação não se fazia mais necessária, o famoso “Sono da Beleza” terráqueo foi substituído por recargas na base de energia nuclear do planeta. A relação dos habitantes de lá foi-se tornando tensa e desconfiante, visto que todo assunto trocado acabava sempre retornando a constituição e defesa da nação. 

Algo estava faltando, a solidão não era mais apenas causada pela falta de família e amigos, mas da falta de algo substancial da experiência de ser humano. A contradição foi estabelecida: como uma sociedade que têm seus conceitos baseados na colaboração e no amor mútuo, não teria acesso ao mesmo amor que prega?
Durante sua viagem a Marte, anos antes, um protótipo simulador de realidade foi utilizado para que os passageiros pudessem se manter entretidos quando não estivessem dormindo ou trabalhando durante os 440 dias de viagem até o destino. Após a chegada, o simulador foi deixado de lado e todos focaram em trabalhar arduamente para o processo de estruturação do planeta que estava por ser colonizado. Um processo cansativo, escasso e cruel que não valeria nem uma fração dos frutos que suas famílias receberam.
Quando parou para analisar e criticar sobre suas condições de cobaia, Ágade comunicou sua tripulação de um por um, foram formando uma revolução silenciosa, planejavam pegar todas as armas que continham na espaçonave e ameaçar os seus chefes a os dirigirem de volta para casa. O plano de fato chegou a dar certo inicialmente, conseguiram desconectar todos os cabos de conexões interplanetárias, sejam as de onda sejam as de satélite de Marte, conseguiram se armar e realizar a demanda a trupe, que foi obrigada a revelar a verdade de toda a história: A armadura EVA V ainda não possuía eficiência contra algumas condições atmosféricas do local, fazendo com que os corpos humanos após certa quantidade de tempo passado lá, mesmo protegidos, atrofiasse. Desde o coração e pulmões até ossos e músculos, causando total dependência dos seus corpos ao traje. Jamais conseguiriam retornar à Terra e ter uma vida duradoura e saudável, caso sequer conseguissem continuar a viver nas condições de lá.
 A revolta contra a Space X foi unânime e suprema contra a opressão dos astronautas, que a partir de agora trabalhariam para as cobaias, que detinham todas as armas e todo o poder, possibilitando então, a emancipação dos agora Marcianos. Foram criando todos um espírito de colaboração e coletividade, pois até os cientistas foram se realizando do quão alienados pelo sistema estavam, a ponto de comprometerem seus corpos em troca de uma empresa multibilionária. Trabalhando em equipe e com cada vez menos hierarquias e desconfianças de sabotagens e afins, conseguiram criar um sistema extremamente sofisticado de armadura acoplada ao cérebro, servindo como um exoesqueleto completamente único e com acesso a um servidor de internet criado por eles também, que serviria como uma espécie de deep web bloqueada para a Terra. 
Seus corpos já haviam sido modificados, corrompidos e metalizados. Involuntariamente abandonados em Marte. Sozinhos no deserto, sem nenhuma ajuda de fora, o trabalho passou a ser ainda mais intenso e complicado. Os dispositivos falhavam com mais frequência e partes do corpo iam sendo substituídas com a mesma rapidez. 

As armaduras haviam se tornado indispensáveis e as dores insuportáveis. Os marcianos passaram a se tornar irritáveis e depressivos se esquecendo de todo o propósito da CCAM (Comunidade Ciborgue Anárquica Marciana) e de sua mensagem. Suas mentes estavam tão esgotadas e enferrujadas quanto seus corpos. Foi então que os simuladores foram lembrados. Com alterações em seu código e estrutura, eles foram acoplados a uma cúpula construída com o material que eles conseguiram encontrar, sendo restos de foguetes, pedras, armaduras inutilizadas e uma solução feita com a areia que os rodeava. 

Além do que possa parecer, os marcianos ainda eram, queiram ou não, humanos. Ainda conseguiam sentir prazer, amor e paz. Com uma rotina exaustiva, sem perspectiva de resgate, apáticos e presos em seus corpos falhos, atrofiados, eles precisavam, acima de tudo, de um lugar para o qual escapar, de um lugar para esquecer do medo constante de viver. 

Recordam-se então, daquele antigo simulador usado como distração anos atrás, enquanto ainda estavam de viagem. O adaptaram para se encaixar em seus corpos-máquinas. Se conectavam abaixo de suas cascas e plugavam em suas mentes, os transportando para um servidor com uma infinitude de realidades de sua escolha. Nesse plano eles poderiam sentir ecos das sensações que tanto sentiam falta: As cores de um jardim, ar puro em seus pulmões, o colo de uma mãe, a textura da grama, o som de ondas no mar, entre outros sentidos através de impulsos nervosos. Essa forma de entretenimento de saudade os acalentou de alguma forma, permitindo que a vida em Marte fosse um pouco menos estressante.
O Protótipo
Uma cúpula cujo interior há encaixes nas paredes para as armaduras dos marcianos e suas próteses a qual envia dados através de plugs para que o indivíduo entre em uma realidade simulada.



Funcionalidade

Uma cúpula cujo interior há encaixes nas paredes para as armaduras dos marcianos e suas próteses a qual envia dados através de plugs para que o indivíduo entre em uma realidade simulada.
O protótipo surgiu com a ideia de trazer o máximo de imersão possível dentro de um espaço virtual controlado, na época esse dispositivo ainda estava em sua fase de testes e era constantemente utilizado pela tripulação da nave que transportava os humanos para Marte como forma de entretenimento e distração, o protótipo estava configurado para atender a simulação de qualquer tipo de realidade possível, tanto de ambiente quanto de outras pessoas sendo possível qualquer tipo de interação. O dispositivo já possuía nessa época a função de trazer a máxima imersão através de impulsos elétricos-nervosos que fariam com que os nervos reagissem com o intuito de trazer sensações aos usuários. O usuário se encaixa no buraco feito para as armaduras adaptáveis de tamanho único fornecidas para a viagem, que para melhorar a sua locomoção em ambientes com menos gravidade possuem um grande peso, porém devido às conexões neurais do usuário, a armadura se articula e move com facilidade, como se você estivesse movendo seus próprios membros, apenas através dos impulsos nervosos gerados ao tentar realizar tal movimento. Tal conexão com o cérebro permite que após conectar-se, a consciência do usuário seja levada a um servidor que funciona como uma espécie de jogo, onde o usuário pode escolher o cenário e contexto, se mover livremente e sentir tudo que vivencia ali.

Material

A Space X tinha como plano inicial a construção sustentável de Super Adobe 's (habitações bio construídas com materiais como solo, água, areia e arame farpado) em Marte, o que tornava a base da construção bastante resistente e também uma boa condutora de energia. 
Devido a escassez de recursos possíveis em Marte, os marcianos optaram por começar a desmantelar as naves utilizadas por eles para chegarem em Marte com o intuito de reutilizar de suas peças para fins de resistência e entretenimento da sociedade que estava se estruturando.  Através da um conjunto de algumas partes inicialmente projetadas para acoplar os passageiros para momentos de descanso e outras voltadas para tratar de problemas psicológicos com conectores capazes de enviar estímulos para o cérebro e assim com o auxílio de uma espécie de cimento desenvolvido com a mistura de água e alguns elementos do solo para assim construírem uma cúpula capaz de desprender a consciência do próprio corpo para que o usuário consiga ter total acesso a uma realidade manipulável onde lá se iriam se conectar por sessão até 4 pessoas através de um conector que plugaria em entradas localizadas nas nucas da armadura utilizada pelos marcianos.


Futuro do Entretenimento
O protótipo aborda o entretenimento de uma forma mais ampla, não havendo um foco em específico, entretanto possibilita uma quantidade praticamente infinita de tipos de entretenimento. 
Entretenimento é qualquer ação, evento ou atividade com o objetivo de entreter e despertar o interesse de um público. Partindo desse princípio mais amplo do contexto, o Espaço Amarte foi criado para abranger infinitos tipos de interesses e públicos. “O público pode desempenhar um papel passivo, como quando assiste a uma peça, ópera, programa de televisão ou filme; ou um papel ativo, como no caso dos jogos.” (https://www.hisour.com/pt/history-of-entertainment-35999/) No caso do Amarte, o público teria total liberdade de fazer uso da forma mais flui
Moodboard
Equipe
Thiago Ramos - Identidade Visual e protótipo;
Júlia Richelle -  Identidade Visual, Texto e Ideação;
Renan Amorim - Ideação e Texto;
Laura Pimentel - Identidade visual, Ideação e Texto;
Lucas Lopes - Ideação  e texto;
Referencial teórico:
Espaço A'marte
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Espaço A'marte

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