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O Diário do Naturalismo 7° Postagem.

Bom Dia Diário!

Hoje vamos falar sobre Adolfo caminha e sobre sua grande obra “bom crioulo”.

    Adolfo era filho de Raymundo Ferreira dos Santos Caminha e Maria Firmina Caminha. Nasceu na Rua do Comércio (atual Rua Coronel Alexanzito), em Aracati, no estado do Ceará. A mãe morreu quando ele tinha apenas dez anos, vítima da Grande Seca do nordeste brasileiro. Ele então acabou se mudando para o Rio de Janeiro, aos 13 anos.
Em 1883, Adolfo entra para a Marinha de Guerra, chegando ao posto de segundo-tenente. Cinco anos mais tarde, transfere-se para Fortaleza (1888) para evitar os sintomas de tuberculose que começara a sentir. Apaixona-se por Isabel Jataí de Paula Barros, a esposa de um alferes, que abandona o marido para viver com Adolfo. Na sequência do escândalo, vê-se obrigado a deixar a Marinha e passa a trabalhar como funcionário público. Morreu precocemente aos 29 anos, vítima de tuberculose, na sua casa do Rio de Janeiro 1895.
     Bom-Crioulo é um romance de Adolfo Caminha publicado em 1895, considerado por alguns como um dos primeiros romances sobre homossexualidade da história de toda a literatura ocidental. A obra foi recebida com escândalo pela crítica literária da época e com silêncio por parte do público, devido à ousadia na abordagem de temas considerados 'tabu' em finais do século 19, como o sexo entre pessoas de diferentes etnias e a homossexualidade em ambiente militar. Além disso, apresentava uma frontalidade e um erotismos pouco usuais para a sociedade da época, mas é conceituada como uma narrativa contemporânea do seu tempo.

  A narrativa acompanha o personagem Amaro, um "ex-escravo" que presta serviços à Marinha e que, em determinado momento, apaixona-se pelo jovem Aleixo. O romance perpassa por dois locais: no navio (também chamado de Corveta), que em muitas vezes está em alto mar, e na Rua da Misericórdia, localizada na periferia do Rio de Janeiro.
Foco narrativo:
     A obra é narrada em 3ª pessoa por um narrador onisciente, possuindo um discurso indireto livre.

Espaço:
    A narrativa se situa em dois espaços: em alto mar e na Rua da Misericórdia. Os dois ambientes são descritos em seus aspectos mais degradantes e negativos, ressaltando a miséria daqueles que aí vivem, o que compõe a estética naturalista.

    Em um primeiro momento, a narrativa acontece a bordo de uma corveta, na qual os personagens Amaro e Aleixo prestam serviços à Marinha. Num segundo momento, a história se desloca para a terra firme, mais precisamente para um quarto na Rua da Misericórdia, onde Amaro e Aleixo, após terem se conhecido no navio, vivem o ápice e o declínio de seu relacionamento.

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     Ao retratar o espaço urbano, Adolfo Caminha fala a respeito de um tipo de moradia muito comum no Rio de Janeiro durante o final do século XIX, que eram as habitações coletivas. Os habitantes dessas moradias eram brancos e negros, mas sempre pessoas exploradas. Ao redor dessas habitações há a presença de negociantes portugueses em ascensão, como o açougueiro que sustenta D. Carolina e que se aproveita, de algum modo, da miséria dessas pessoas. É interessante perceber que esse movimento estético começa a retratar um Brasil que não apresenta só a elite e a burguesia, mas também as diferentes camadas sociais e as implicações que se apresentam nesses novos contextos, como a pobreza, a exploração do trabalho e as desigualdades sociais.

Tempo:
    O romance apresenta um tempo indeterminado. Porém, é possível estipular uma data aproximada devido aos acontecimentos que caracterizam o enredo, tais como a escravidão, os castigos físicos aplicados em marinheiros e a descrição da cidade do Rio de Janeiro, que apresentava aspectos que remetiam ao período do final do século XIX.
Fontes:

NATURALISMO EM PORTUGAL |Literatura Portuguesa. Toda matéria: Conteúdo escolares, 2011. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/naturalismo-em-portugal/ Acesso em: 7 de maio 2021.
BLPL: BLIBLIOTECA DIGITAL DE LITERATURAS | Literatura Brasileira. Conteúdo escolares, 2021. Disponível em:  http://dados.literaturabrasileira.ufsc.br Acesso em: 7 de maio 2021.
O Diário do Naturalismo 7° Postagem.
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