Este trabalho de instalação trata da efemeridade, do afeto e das relações humanas. Traz a ideia da correspondência como vínculo e endereçamento. Aplicam-se as ideias de modulação, impressão, afeto e caligrafia. Expressa como monólogos podem ser diálogos e diálogos ser monólogos.
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Colei na parede cerca de 80 envelopes cor-de-rosa formando uma grande mancha quadrada. Em frente a essa composição coloquei uma escrivaninha e uma cadeira. Sobre ela haviam um tampo de vidro protegendo uma coleção de selos sobre o qual repousavam canetas, bicos de pena, tinta nanquim, lápis, papéis A4 brancos e um carimbo com as inscrições “De:” e “Para:”, com campos a serem preenchidos. Havia também um pote grande com marshmallows e dois outros pequenos: um de jujubas e o outro de chocolates. Havia ainda um jarro de vidro com seis girassóis, que foram murchando até o final da exposição.
A mesa servia de anteparo e ambientação para convidar à intimidade da escrita particular. Depois de escrever a carta ou o recado, o espectador poderia introduzi-los em um dos envelopes na parede, carimbando o “De: Para:” e realizando essa espécie de endereçamento.
Havia quem colocasse a carta e avisasse o destinatário que fosse lá buscá-la. Havia quem só se interessava em ler, mas não queria escrever e também o contrário. Cartas pedindo perdão, outras agradecendo, outras elogiando, outras falando de amor. Cada uma de um jeito. Foi incrível, não sobrou nem um envelope no último dia. (2009)
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Colei na parede cerca de 80 envelopes cor-de-rosa formando uma grande mancha quadrada. Em frente a essa composição coloquei uma escrivaninha e uma cadeira. Sobre ela haviam um tampo de vidro protegendo uma coleção de selos sobre o qual repousavam canetas, bicos de pena, tinta nanquim, lápis, papéis A4 brancos e um carimbo com as inscrições “De:” e “Para:”, com campos a serem preenchidos. Havia também um pote grande com marshmallows e dois outros pequenos: um de jujubas e o outro de chocolates. Havia ainda um jarro de vidro com seis girassóis, que foram murchando até o final da exposição.
A mesa servia de anteparo e ambientação para convidar à intimidade da escrita particular. Depois de escrever a carta ou o recado, o espectador poderia introduzi-los em um dos envelopes na parede, carimbando o “De: Para:” e realizando essa espécie de endereçamento.
Havia quem colocasse a carta e avisasse o destinatário que fosse lá buscá-la. Havia quem só se interessava em ler, mas não queria escrever e também o contrário. Cartas pedindo perdão, outras agradecendo, outras elogiando, outras falando de amor. Cada uma de um jeito. Foi incrível, não sobrou nem um envelope no último dia. (2009)
