Dizem que depois da tempestade vem o sol, mas nunca ninguém falou a respeito do que vem depois de tanto tempo de confinamento, sem poder viver as coisas mais simples, o mar, os campos, o ar livre. Foram dias, semanas, meses de agonia e adaptação total do olhar para uma vida quase monocromática, acizentada, baseada nos brancos das paredes de dia e no preto da escuridão da noite. Na breve liberdade, o reencontrar com a luz do sol, as cores dos campos de flores, as árvores e com os primeiros habitantes que se arriscaram a sair de suas bolhas protetoras. Tudo parecia diferente, saturado, forte, excesso de informação. Como na liberdade dos prisioneiros do “Mito da caverna” de Platão, essa série nasce do ato reflexo de tentar capturar todos aqueles acontecimentos, que antes tão efêmeros e agora tão carnais.
Breve liberdade
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