Silêncio
O Silêncio e o solitário, visto por muitos como angustiantes, tristes ou ruins, são apresentados nesse projeto - desenvolvido para a disciplina Introdução a fotografia, ministrada pelo professor Luiz Edmundo de Castro na Universidade Federal Fluminense - com uma abordagem mais otimista, da busca pelo autoconhecimento e dos entendimentos dos silêncios e ruídos internos.
Começo essa apresentação, com a fotografia, que além de ter sido o meio pelo qual escolhi comunicar as ideias apresentadas, representa um silêncio diferenciado. Antes de qualquer coisa, preciso explicar que a escolha da edição das fotos em preto e branco, foram para representar o silêncio das cores, para que as formas tenham o protagonismo necessário. Voltando ao silêncio da fotografia, ele se estabelece no interior do fotógrafo, que mesmo em meio a cenários caóticos, está sempre concentrado nos detalhes do momento, captando essências e minúcias de quem se coloca, antes de tudo, como observador.
Prossigo com a leitura, que geralmente é feita em ambientes silenciosos, porém produz um ruído interno das palavras se formando com as entonações de cada personagem, com os detalhes de vestimenta, paisagens, fisionomias de cada personagem entre outras imagens tomando forma dentro da imaginação e tornando a jornada da leitura individual, única e exclusiva, dependente diretamente do olhar do leitor sobre cada palavra formada.
Nessa imagem, os protetores auriculares, fundamentais na natação para proteger os ouvidos da pressão da água, representam a prática silenciosa e atenciosa da natação. Um esporte individual onde a concentração na respiração e nos movimentos, fazem com que outros ruídos sejam abafados e a atenção seja direcionada a ouvir o que o corpo tem a revelar sobre os limites e posições que melhorarão a prática.
Representa também a proteção dos ouvidos que são a parte do corpo mais ligada ao silêncio.
A coletividade também pode ser silenciosa. Estar acompanhado mas em silêncio é a realidade do xadrez, um jogo silencioso.
Encerro essa apresentação, com a fotografia que considero principal deste projeto. O peão de vidro , peça mais simples do xadrez, iluminado internamente em foco ao centro do tabuleiro, distanciado das outras peças. Essa é a representação do processo de autoconhecimento, o distanciamento do todo para iluminação interna.
