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Criolo | Novembro Negro

Kleber Cavalcante Gomes começou a participar de disputas de rap aos treze anos de idade. No fim dos anos noventa, tornou-se parte do grupo Pacto Latino e passou a ser conhecido como Criolo Doido. Em dois mil e seis, ao lado do amigo DJ DanDan, fundou a Rinha Dos MC's - um evento que promove a manifestação artística de rima improvisada do rap brasileiro. No ano de dois mil e onze, preocupado com a interpretação pejorativa de seu nome artístico, Kleber passa a ser chamado apenas de Criolo - nome conhecido por milhões de brasileiros.

Cantor e compositor, Criolo é filho do ex-metalúrgico Cleon Gomes e da professora, filósofa e escritora Maria Vilani. Filho de pais cearenses, Ciolo nasceu e cresceu no bairro do Grajaú, em São Paulo, ao lado de mais três irmãos. Cresceu ouvindo artistas como Clara Nunes, Martinho da Vila, Nara Leão e Altemar Dutra. Mais tarde, ao longo de sua adolescência e início da vida adulta, Criolo passa a ser influenciado por grupo como Facção Central e Racionais MC's, com os quais já dividiu palco em diversas ocasiões.

As letras de suas composições abordam principalmente as experiências vividas no Grajaú, diversas problemáticas sociais enfrentadas pelas classes mais pobres da população, algumas já experienciadas pelo artista ao longo da vida. Seu trabalho começou a ter popularidade após o lançamento do álbum Nó Na Orelha, no ano de dois mil e onze. Diversos ritmos são harmonizados ao rap neste trabalho, o que permite Criolo a trabalhar com composições inspiradas no samba, soul, afrobeat, bolero e reggae. 

Tendo vivido na pele o que é ser um rapper negro vindo da periferia, o trabalho de Criolo não é apenas uma forma de retratar o que é vivido pelas classes carentes da sociedade - mais do que isso, as canções do músico são repletas de respiros que, segundo o cantor na canção "Ainda Há Tempo", contribui para agregar às suas vivências uma sensação de pertencimento.
Criolo | Novembro Negro
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