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Argila e queima de cerâmica vernacular

Pesquisa sobre a viabilidade de produção de uma argila e posteriormente queima, também local e de forma artesanal.
A argila é constituída por pequenas partículas de determinados minerais e para isto foi preciso fazer algumas etapas de decantação e coagem do barro. A terra escolhida foi a vermelha de formigueiros. A escolha dos formigueiros foi feita pois os insetos que utilizam terra para construção, como formigas e cupins, para o transporte dessa matéria consequentemente fazem um trabalho de refinação, pois carregam apenas suas menores partes, e separam de boa parte das impurezas presentes no solo.
Após a modelagem e secagem das peças foi feita uma fogueira em torno delas para que, através da queima, fosse cristalizada a sílica que compõe a argila. Por ser um processo muito delicado feito, neste caso, sob condições precárias, a queima não atingiu uma temperatura mínima (em torno de 600 ºC) para que esta cristalização conferisse a resistência característica das peças cerâmicas. No entanto uma pequena parcela deste componente se cristalizou e as peças não mais se desmancham com umidade (um dos aspectos essenciais da cerâmica). Sendo assim pode-se considerar que as peças são cerâmica, de má qualidade, mas cerâmica ainda assim.
Os resultados apontam, em um primeiro momento, que é possível executar as duas principais etapas do processo cerâmico (modelagem e queima) de maneira artesanal e rudimentar em qualquer local que apresente as condições ideais. Entre estas condições a mais vital seria a composição do solo, que necessita conter alguma mínima concentração de argila para que a massa oriunda dele possa ser modelada de forma satisfatória.
Constatado isso, seria viável a produção e consequente difusão da técnica cerâmica à áreas e pessoas que não tenham acesso à fornos mais sofisticados ou até mesmo argila já processada.
Argila e queima de cerâmica vernacular
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