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Pré-campanha Diogo Busse 2020

PRÉ-CAMPANHA DIOGO BUSSE (2020)
Colaborei e colaboro na pré-campanha à vereança do professor e advogado Diogo Busse com produção de conteúdo nas redes sociais, mais especificamente Facebook, Instagram e LinkedIn. Fui direcionado na maioria das vezes a comentar notícias relevantes ou levantar reflexões em forma de textos integrais, textos para legendas, comentários e artigos que, diretamente ou indiretamente, expunham os pilares estratégicos da pré-campanha.

Redes:


Alguns textos produzidos:​​​​​​​
Por Uma Educação Emancipadora (artigo)
“‘Quem ganhou?’. ‘Todos ganharam’”. As aspas são da crônica de Rubem Alves, Corrida Engraçada¹ - uma espécie de excerto de Alice No País Das Maravilhas. Acho que eu e Rubem a achamos engraçada pelos mesmos motivos. É uma graça a Alice e os outros personagens correndo cada um do seu jeito, cada um no seu tempo e cada um à sua distância. É doce a espontaneidade desconstruindo ludicamente um formato pedagógico voltado para a competição e para resultados e construindo um novo voltado para a liberdade e para a vocações.

Ela se configura como uma pseudocorrida, onde as normas são criadas a todo instante pelos corredores e não se anulam, pelo contrário, servem às singularidades deles mesmos. A abdicação de um modelo de movimento uniforme assim como a mudança do papel do organizador da corrida é o retrato de uma educação que prioriza o capital humano, isto é, suas paixões, seus talentos, sua complexidade agradável e seu potencial para ser e agir no mundo de forma integral.

Trata-se de literatura infantil. Mas percebamos que o obstáculo para a formação de pessoas integrais para além da literatura é a falta de autonomia dos alunos quanto a si mesmos, assim como um modelo escolar centrado na figura do professor, engrenagem de uma máquina de desnaturalização, com isso quero dizer da dúvida e da vocação – enclausurando-os em salas, enfileirando-os por horas, fazendo-os competir, reduzindo-os com base no conteúdismo a regulares, bons ou insuficientes. Fica para trás a chave do autoconhecimento, por consequência o amadurecimento, que Paulo Freire chama de “experiências respeitosas da liberdade”², resumida na confiança e na solidariedade dando a oportunidade de se fazer escolhas.

Ademais, as escolhas se restringem pelo modus operandi do modelo escolar, que influencia na vida privada e saúde dos alunos quando opta por não compreender e reaproveitar interesses dissonantes. Por exemplo, para crianças e jovens com TDAH, a prioridade é a medicação e não o encaminhamento a uma quadra de esportes ou um ateliê de artes. Pois “à medida que aumenta a pressão pelo desempenho, aumenta a necessidade de fazer as crianças pouco concentradas se focarem nas tarefas. Há a quem atribua ao enorme aumento dos diagnósticos de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade às novas demandas impostas às crianças.”³

Mas há a tendência das escolhas serem enviesadas, principalmente quando a educação passa por um reducionismo moralista - familiar, reforçado pelo modelo escolar e validado pelo vestibular - que exclui o aspecto formador em prol do símbolo de grau, da carreira de sucesso burguesa e da seguridade. Por fim, conhecimentos são valorizados em detrimento de outros por, em termos vulgares, não caírem na prova. Logo, podemos reconhecer uma das deficiências das escolas: O trajeto estabelecido para crianças e jovens alcançarem a vida profissional os afasta de seus próprios trajetos, que é sustentado pela autonomia, liberdade e vocação.

A partir daí, atualizando o modelo educacional ao passo do avanço do mundo e da matéria humana, teríamos uma educação que emancipa para a consciência de si e para agir no mundo eticamente.

1: ALVES, Rubem. Ostra Feliz Não Faz Pérola. 2 ed. – São Paulo: Planeta, 2014
2: FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. 58 ed. – Rio de Janeiro/São Paulo: Paz e Terra, 2019.
3: SANDEL, Michel J. Contra a Perfeição: ética na era da engenharia genética. Trad. Ana Carolina Mesquita. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013.


QUARENTENA DE FINAL DE SEMANA? (publicação)
Desde o início da pandemia, 15.064 pessoas em Curitiba sofreram diretamente os males da COVID-19. Indiretamente, aquelas que perderam ou quase perderam um parente ou um amigo, são incontáveis. Até agora, 404 vidas foram perdidas. Entre elas, Mônica Lunardon, Adelmo Azevedo da Cruz, Jair Dionizio dos Santos, Caio Martins Guedes e Valdirene Aparecida Ferreira dos Santos, todos profissionais de saúde que zelaram por 15.064 vidas, vidas estas que representam o mundo para nós. Honro-os deixando a minha gratidão e sentimento às suas famílias.

Mesmo diante deste cenário, em que 91% dos leitos disponíveis estão ocupados, a Prefeitura de Curitiba apresentou ontem o novo decreto para contenção do coronavírus em que, apesar de retomar a suspensão de bares e lotação de 50% do transporte público, permite a reabertura de shoppings, lojas, galerias, academias e salões de beleza apenas com restrição de dias e horários – a maioria funcionando de segunda a sexta e podendo ir até as 22hs.

Qual a coerência em se flexibilizar a reabertura do comércio mesmo à beira do colapso da saúde pública, Rafael Greca de Macedo? A única leitura possível é de que a prefeitura está lavando as mãos e deixando toda a responsabilidade da recuperação econômica dos pequenos e médios negócios nas costas do empresariado, nem que isso lhes custem vidas.


FUNDEB APROVADO NA CÂMARA (publicação)
Aprovado em dois turnos, o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (FUNDEB), foi aprovado ontem por 499 votos a favor.

Previsto para acabar em dezembro deste ano, o fundo que é repartido para as redes estaduais e para todas as 5.570 redes municipais de ensino, é a principal fonte de financiamento da educação básica no Brasil - isso inclui compra de equipamentos, construção de escolas e pagamento de funcionários e professores.

Agora aprovado com alterações, a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) prevê uma complementação considerável a essas redes, passando gradualmente de 10% para 23% de investimento na educação. Os valores que beneficiarão em torno de 40 milhões de estudantes continuará utilizando o CAQ (Custo Aluno-Qualidade), que mede o preço médio de investimento em infraestrutura e serviço para cada aluno a fim de fornecer condições mínimas de estudo.

Vale ressaltar que esta é uma grande vitória sobre as propostas do atual governo federal, alinhadas com a irrelevância dada pelo governador Ratinho Junior à educação básica, que pretendia adiar a vigência do fundo para 2022 e usá-lo para fugir do teto de gastos, financiando o Renda Brasil. Junto à estes opositores da educação básica, integram Filipe Barros (PSL-PR) e Paulo Eduardo Martins (PSC - PR), dois representantes do Paraná no Congresso Nacional que votaram contra a aprovação do FUNDEB.

A maior conquista é que uma vez aprovado o texto, o fundo torna-se permanente. No entanto, continuemos atentos, pois a PEC ainda precisa passar pelo Senado.

Pré-campanha Diogo Busse 2020
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