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Opinião | Pai de verdade X Pai de mentira

Opinião | Pai de verdade X Pai de mentira

Fazer um filho é muito fácil, mas ser pai de verdade é uma missão especial e para poucos

Por Natália Lins

Em agosto é comemorado o Dia dos Pais, e por isso, nada melhor do que encerrar o mês refletindo um pouco sobre essa figura que se faz extremamente importante na vida de um outro alguém. Ser pai (e mãe) sempre será uma das funções mais difíceis e complexas do mundo. É de sua responsabilidade construir o caráter de uma outra pessoa, educar, dar atenção e carinho, amar e contribuir para o crescimento desse outro ser que agora carrega em seus braços, e que, por muito tempo será dependente de você.

Como qualquer outro ser humano ele estará passível ao erro, pois apesar de seus filhos muitas vezes o considerarem um grande herói, lá no fundo ele sabe que também possui suas falhas e fraquezas, virtudes e riquezas, e que além de tudo também crescerá junto com seu filho. Pai não é sabedoria o tempo todo, é também ignorância e inconstância, assim como pode ser todo amor também pode ser frustração e decepção. O trabalho é ainda dobrado quando um dos dois precisa ser mãe e pai ao mesmo tempo.

Aos pais que não são de sangue, isso é um mero detalhe físico, pois seu amor e sua dedicação já te tornou pai de verdade há muito tempo. Quando um filho está feliz, triste ou com medo a quem ele recorre? Aos pais. E por acaso ele grita: Paiê de verdade! Paiê de mentira!? Claro que não. Então o pai que o criou é mesmo pai e não tem discussão. Se o DNA é igual não importa, o que importa é o cuidado que você dispensa a ele, é o amor que você sente por ele, é o que você seria capaz de fazer por ele... 

Esse assunto veio a tona nas últimas semanas através da premiadíssima atleta norte-americana Simone Biles, que juntamente com sua irmã mais nova estiveram sob cuidado do Estado antes de serem adotadas pelo avô, Ron Biles e sua esposa, Nellie. Apesar da decisão clara de Simone de chamá-los de pais, porque afinal é exatamente isso que eles são, um comentarista de uma TV americana se referiu várias vezes como os "avós de Simone". Uma usuária então utilizou o Twitter pedindo para que ele parasse de usar esse termo, e a resposta foi chocante: "Eles podem ser mamãe e papai, mas NÃO são os pais dela".

Senta lá, carinha da TV, que você não sabe de nada! Quem é ele para dizer se são os pais dela ou não quando a própria atleta diz: "Tenho muita sorte de ter pais que podem vir e me apoiar e que eu posso procurar depois de dias bons ou ruins e eles sempre vão me amar"? Sujeito petulante. Outro caso descoberto durante os jogos foi do atleta brasileiro Thiago Braz, atual campeão e recordista olímpico no salto com vara. Abandonado pela mãe "verdadeira" ainda muito pequeno, foi criado pelos avós, responsáveis por consolá-lo quando ficou, por dias, esperando que ela voltasse, com uma mochila nas costas. ''Todas as qualidades que tenho hoje vieram dos ensinamentos deles, que foram meus pais na realidade'', declarou ele.

Fazer um filho é muito fácil, mas ser pai de verdade é uma missão especial e para poucos. O pai realmente não precisa ser de sangue. Ele pode ser um padrasto, um tio, um padrinho, um amigo próximo ou um avô. Ser pai é ser acima de tudo amor, um amor que transborda e espalha ao redor. A paternidade vai muito além de simplesmente colocar uma criança no mundo, ou registrá-la com o seu nome na certidão de nascimento.
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