Derretimento das calotas polares, aumento do nível dos mares e alterações significativas no estado do clima mundial podem parecer cenários de um filme apocalíptico. Mas, infelizmente, esses fenômenos estão mais próximos de nós do que pensamos, graças a uma das preocupações globais mais urgentes destes tempos: o Aquecimento Global.

     A partir daí, cabem as seguintes reflexões: o que nos cabe, principalmente enquanto engenheiros eletricistas, fazer diante dessa situação? Qual a nossa contribuição, junto às demais classes profissionais, para a resolução ou, sendo um pouco mais cautelosos, atenuação desse problema? Qual o legado resultante dos nossos esforços para as futuras gerações?

     Para respondermos a primeira pergunta, devemos ter em mente a formação profissional do engenheiro, seja ele eletricista ou não. Com o auxílio do ferramental teórico extenso aprendido em árduos anos de estudo, somos treinados a compreender os problemas que nos são apresentados e detalhá-los a partir de uma longa cadeia de causas e efeitos. Em resumo, somos treinados a descobrir os porquês de um problema e propor soluções.

     O engenheiro eletricista, de modo mais específico, deve ser capaz de entender, por exemplo, que as principais fontes de geração de energia elétrica ainda são dependentes da queima de combustíveis fósseis, como carvão e gás natural. Além disso, uma parcela considerável dessa mesma energia é perdida não só ao longo de sua transmissão como também por aqueles que a consomem de modo ineficiente em seus processos ou tarefas.

     Para respondermos aos desafios e oportunidades de atuação listados anteriormente, devemos, hoje, contar com as chamadas energias renováveis que, aliadas à geração distribuída, permitem uma revolução no modo de se gerar e consumir eletricidade, uma vez que fontes sustentáveis de energia, como a geração fotovoltaica, vêm sendo largamente implantadas por consumidores, que passaram a ser também produtores. Por outro lado, muitas indústrias têm se preocupado com ações que possam aumentar a eficiência energética da sua produção, como a aquisição de motores de alto desempenho e lâmpadas mais eficientes.

     Quanto às duas últimas perguntas levantadas neste artigo, pode-se dizer que um dos muitos legados possíveis resultantes do enfrentamento desses problemas será uma capacidade ainda maior de cooperação e sinergia entre diversos setores do conhecimento humano, dentre eles a engenharia elétrica, visto que para problemas complexos e globais, como o Aquecimento Global, todos os profissionais têm muito a contribuir.