Liberta-me desta mania de ser triste.

Cativa-me e arranca um sorriso de meus lábios duros.

Domine a tempestade, contenha os ventos,acalme o mar revolto.

Sossega minha alma, desata as correntes que prendem meu coração.

Protege-me da escuridão, abriga-me nos tempos de guerra.

Acolhe-me, sou a solitária e a desamparada. Estou perdida em meus medos, assombrada pelos fracassos. A fé se foi, e os olhos inimigos espreitam, à espera da minha queda.

Acalenta-me em teu colo, afaga-me e discorda das minhas angústias.

Sê meu chão, meu repouso, meu porto. Meu calor e bonança.

Traz minha justiça, sê o concreto dos meus sonhos, prova-me que a realidade também pode ser doce. Abraça-me e nunca, nunca me deixe.

Sê a luz da minha escuridão, a inspiração das minhas palavras. Sê digno de minha gratidão. Desejo-te como o moribundo deseja a vida, e como o cego deseja ver.

Segura-me pois em meio à tantas portas fechadas, tenho encontrado um abismo querendo me tragar. Debato-me e busco meu caminho de volta, mas não enxergo. Minha vida se esvai pelos meus poros e minha alegria escapa de meus olhos.

Salva-me depressa pois já me afogo em lágrimas e afogo-me em anseios.

Salva-me, salva-me.