(Des)Amor: Sujeira, 16/11/2020
"se eu pudesse cortar alguma veia importante
que bombeia sangue para esse órgão que
bate estupidamente por você,
eu cortaria."
[autoral, escrito dia 16 de maio de 2017]
A primeira coisa que fiz depois de te deixar, foi voltar para casa e entrar no banho. E eu esfreguei toda a sujeira que havia no meu corpo: as marcas de suas mãos, de seus beijos, de seus xingamentos e da culpa que você colocava sobre meus ombros.
Eu esfreguei tanto que doeu, mas eu não me importava - a dor da limpeza era regeneradora, a do seu desamor quase me matou. E eu continuei esfregando e chorando, e enxaguando e esfregando e chorando.
Mas não importa o quanto eu esfregue e enxágue e chore, até hoje sinto as marcas de suas nojentas mãos, da sua voz me diminuindo, de seus beijos falsamente amáveis, e da culpa que você colocava sobre os meus ombros.
Porém sobrevivi. Aos poucos as marcas foram saindo, e hoje só são uma sombra de um desamor que me machucou. Aprendi a costurar meus pedaços e me tornei inteira, utilizando toda a dor e dilaceração como fonte de arte.
Óleo e força sobre tela 30x30.
que bombeia sangue para esse órgão que
bate estupidamente por você,
eu cortaria."
[autoral, escrito dia 16 de maio de 2017]
A primeira coisa que fiz depois de te deixar, foi voltar para casa e entrar no banho. E eu esfreguei toda a sujeira que havia no meu corpo: as marcas de suas mãos, de seus beijos, de seus xingamentos e da culpa que você colocava sobre meus ombros.
Eu esfreguei tanto que doeu, mas eu não me importava - a dor da limpeza era regeneradora, a do seu desamor quase me matou. E eu continuei esfregando e chorando, e enxaguando e esfregando e chorando.
Mas não importa o quanto eu esfregue e enxágue e chore, até hoje sinto as marcas de suas nojentas mãos, da sua voz me diminuindo, de seus beijos falsamente amáveis, e da culpa que você colocava sobre os meus ombros.
Porém sobrevivi. Aos poucos as marcas foram saindo, e hoje só são uma sombra de um desamor que me machucou. Aprendi a costurar meus pedaços e me tornei inteira, utilizando toda a dor e dilaceração como fonte de arte.
Óleo e força sobre tela 30x30.
Feito com afeto por Laura F. Chalegre.
