O Atlas da Violência 2018 aponta Brasil com crescente taxas de homicídios para negros e queda da taxa para brancos. Os dados sobre a violência no Brasil que apontam no Atlas foi organizado em parceria entre o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). “É como se, em relação a violência letal, negros e não negros vivessem em países completamente distintos.” Em 2016, a taxa de homicídios de negros foi 40,2 por 100.000 habitantes contra 16,0 de não negros.

No estado do Alagoas um negro tem as mesmas chances de ser assassinado do que se morasse em El Salvador, um dos países mais violentos do mundo com uma taxa de homicídio de 60 mortos por 100.000 habitantes. Ja um homem de etnia branca as chances de ser morto no estado são baixíssimas, as mesmas dos EUA: 5,3 homicídios por 100.000 habitantes. A OMS (Organização Mundial de Saúde) considera taxas acima de 10 homicídios epidêmicas.

Estudos sobre os casos de Alagoas destaca, especialmente interessante o fato do Estado ter a terceira maior taxa de homicídios de negros (69,7 por 100.000 habitantes) e a menor taxa de homicídios de não negros do Brasil(4,1 por 100.000). 

Com os dados apontados pelo Atlas, se torna impossível ignorar o racismo existente no país, a taxa de homicídios de negros cresceu 23,1% e no mesmo período a taxa de homicídios de não negros caiu em 6,8%. As maiores taxas de assassinatos de negros no Brasil se encontra em Sergipe (79 por 100.000 habitantes), logo em seguida está o Rio Grande do Norte (70,5), já as menores taxas são a de São Paulo (13,5), Paraná (19) e de Santa Catarina (22). A taxa de homicídios de mulheres negras também é alarmante, a taxa foi 71% superior à de mulheres não negras. Apenas no estado do Paraná a taxa de homicídios entre nao negros foi maior do que a de negros: 30,6 e 19 respectivamente.

Os destaques positivos do Atlas são os estados da Paraíba e do Espirito Santos, que mostraram diminuições gradativas nas taxas de homicídios. Estudos apontam que os programas “Paraíba pela Paz” e o “Estado Presente” lançados em 2011 foram os responsáveis pela grande diminuição. São Paulo também continua numa trajetória de diminuição constante das taxas de homicídios.