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Assessoria de Imprensa: Banda Euterpe Itabirana

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     Banda Euterpe Itabirana 160 anos: acordes de uma história       
Conheça o grupo que faz parte da história e tradição negra de Minas Gerais.


A cidade de Itabira (MG), com seus 175 anos de existência, é um dos municípios de Minas Gerais que possui uma significativa contribuição histórica para o desenvolvimento econômico e cultural do estado. Terra natal do poeta e cronista Carlos Drummond de Andrade, Itabira também possui um patrimônio que conecta a música mineira à memorável luta pela igualdade racial, reconhecida na trajetória da Banda Euterpe Itabirana. O grupo construiu um repertório de hinos, músicas clássicas, sonatas e adaptações de canções da MPB que há 160 anos emociona seus ouvintes. 
Aos 50 anos, Joaquim Teodorino Olímpio, presidente da Banda Euterpe, reforça a importância do grupo para Minas Gerais: “a Euterpe contribuiu enormemente para o desenvolvimento da música mineira e para a cultura de nossa cidade. Há mais de um século estamos tocando nos mais diversos eventos sociais, como encontros cívicos, festas religiosas, comemorações de aniversário e cortejos fúnebres de figuras ilustres. Nosso grupo encanta corações não apenas de Itabira, mas de toda Minas, pois fazemos questão de levar nossa arte para outras cidades”, se orgulha o presidente. 

A história por trás das notas musicais 

No ano de 1863, Emílio Soares Gouveia Horta Junior reuniu pela primeira vez a Sociedade Musical Euterpe Itabirana, que no futuro viria a ser chamada popularmente de Banda Euterpe Itabirana. Erudito e influente, professor de português, francês, latim e matemática, Emílio Soares, possuía relações com o imperador Dom. Pedro II, o que lhe deu a oportunidade de se tornar chefe da guarda municipal de Itabira.
No controle da guarda, que tradicionalmente possuía o costume de ter grupos musicais para prestar homenagens às figuras públicas, Emílio Soares deu início às atividades da banda, porém, o conjunto desde sua criação trouxe inovações para cultura de Itabira ao se tornar uma das primeiras sociedades musicais a integrar civis em sua formação. Por mais de um século o grupo foi formado apenas por homens negros, ex-escravizados ou nascidos livres, que sedimentaram a tradição das bandas através da relação com as Irmandades de Nossa Senhora do Rosário, pois nos festejos religiosos já se realizavam apresentações musicais. A banda foi um importante instrumento de ascensão, defesa da humanidade e cidadania de pessoas negras, que conquistaram o direito ao espaço público através da arte.


Com o passar dos anos, a Euterpe Itabirana se tornou cada vez mais a principal atração nos eventos da cidade. Velórios, aniversários, festas religiosas, do dia da Independência à comícios eleitorais, o grupo musical ganhou fama pela grandiosidade e talento de seus músicos. A beleza da Banda Euterpe Itabirana encantou fortemente Carlos Drummond de Andrade, que inúmeras vezes registrou em crônicas e poesias a presença do grupo musical. A excelência não é para menos, pois até no nome a banda herda prestígio ao homenagear a deusa grega Euterpe, “a doadora dos prazeres”, uma das nove filhas de Zeus e Mnemósine, considerada a musa da poesia lírica e da música.
Tocar na Banda Euterpe Itabirana se tornou uma honra e herança de inúmeras famílias da cidade, que de geração em geração renovam o corpo de músicos do grupo. A banda conta com músicos veteranos que dedicaram anos de suas vidas à Sociedade, além dos novos integrantes que trilham os passos ancestrais de suas famílias. “A entrada de novos membros tem muita influência de algum familiar que um dia também já esteve conosco, que também já foi influenciado por outro familiar um dia e assim vai sendo passada a tradição. Temos um histórico de gerações completas que fazem parte da Euterpe”, lembra o presidente Joaquim Olímpio.

Com sede na Rua Dr. Guerra, 49, conhecida como Rua da Casa da Banda, a sociedade musical é um Patrimônio Imaterial de Itabira e faz parte da história da cidade mantendo viva uma trajetória que reúne 160 anos de tradição.

Uma disputa que inspirou Carlos Drummond de Andrade 

A história foi recuperada durante as pesquisas do processo de tombamento da Banda Euterpe como Patrimônio Imaterial de Itabira e relata que, em meados das primeiras décadas do século XX, as bandas locais tinham o costume de criar rivalidades e competições de ego entre si. Isso não foi diferente para Emílio Soares e seus companheiros, que logo começaram a competir com a banda Henrique Dias, fundada pela família Noronha sob forte herança militar. 

A banda Henrique Dias era aclamada pelo povo itabirano e sempre foi convidada para tocar em enterros e festividades. Porém, com o falecimento de uma grande personalidade da cidade que tinha laços de amizade com Emílio Soares, o padre monsenhor Felicíssimo, em nome da família do falecido, convidou a banda Euterpe para se apresentar no enterro.

O repertório da Euterpe ainda era jovem e limitado, e como a partitura da música "Libera-me" pedida pela família não fazia parte dele, Emílio Soares engolindo seu orgulho pediu-a emprestada à Banda Henrique Dias, mas para sua surpresa, o seu apelo foi negado. Monsenhor Felicíssimo ofereceu sua ajuda para adquirir a partitura, mas Emílio Soares com o ego recuperado negou, e afirmou com muita certeza e segurança que a Banda Euterpe estaria presente no funeral na manhã do dia seguinte. 

No meio da noite, Emílio Soares agiu com rapidez e passou horas dentro da sede da Euterpe compondo ele mesmo a partitura. Por volta das 23h, ele chamou o carcereiro para tocar a clarineta de emergência que convocava a guarda municipal para comparecer ao local. Os guardas, que eram, na verdade, membros da banda, surgiram. Emílio então explicou para eles que não havia nenhuma emergência, pois o alarme foi soado para chamá-los para ensaiar a peça "Libera-me", que ele havia composto às pressas. No dia seguinte, a peça composta com tempo recorde pelo fundador da Banda Euterpe foi apresentada no velório e foi aclamada. Esse acontecimento foi registrado no poema Criação de Carlos Drummond de Andrade que pode ser lido aqui

O início das comemorações 

Com realização no dia 08/10, o Encontro de Bandas no Adro da Catedral marcou a festividade do 175º aniversário de Itabira e deu início a comemoração dos 160 anos da Banda Euterpe Itabirana. Reunindo 10 bandas de diferentes cidades de Minas Gerais, o encontro levou música e cultura para o domingo de festa. As bandas percorreram diferentes pontos da cidade até se encontrarem no grande palco montado para o evento, onde foram recepcionadas pela Banda Euterpe. 

“Temos um balanço positivo e surpreendente de um começo de trabalho. As corporações musicais convidadas ficaram felizes com a organização e com o apoio que tivemos da Prefeitura e dos cidadãos de Itabira, que aproveitaram todo o repertório tocado. Foi um grande momento de confraternização poder reunir as bandas e estar celebrando juntos a nossa cultura”, afirma Joaquim Olímpio, presidente da banda. 

Um dos pontos altos do evento foi a realização do chamado “bandão”, em que as 10 bandas tocaram juntas o hino nacional e o hino de Itabira, reforçando a união que a tradição musical mineira carrega em sua história. Na sequência, cada corporação musical apresentou 03 músicas no palco instalado especialmente para o evento.

"As bandas de música estão diretamente ligadas à história de Itabira e à formação cultural de nossa gente. Ao completar 160 anos, a Euterpe carrega consigo gerações e gerações de itabiranos ou que passaram pela banda, ou que tiveram algum familiar na banda ou que foram impactados diretamente por ela. Promover encontros como o do último dia 8 é, ao mesmo tempo, valorizar e revigorar esse legado. E isso ter ocorrido próximo do aniversário de Itabira torna tudo mais bonito. Foi um grande presente para Itabira”, comemora Marco Antônio Lage, prefeito de Itabira, que homenageou a Sociedade Euterpe com a entrega de uma placa. 

A festa continua em novembro: veja a programação completa

         Os 160 anos da Banda Euterpe Itabirana ainda contará com atividades no mês de novembro. No dia 22/11, quarta-feira, data historicamente escolhida como aniversário em homenagem à padroeira dos músicos, Santa Cecília, Itabira ganhará uma exposição inédita sobre a história da Banda Euterpe Itabirana. A Casa da Banda, localizada na Rua Dr. Guerra, nº 49, no Centro de Itabira , vai receber visitantes com instrumentos históricos, fotos, partituras e documentos que compõem o acervo da “Mostra Banda Euterpe 160 Anos – Acordes Históricos”. O evento acontece a partir das 20h e é gratuito. A exposição pode ser visitada até o dia 22/12 entre 10h e 16h. 
Nos dias 23/11 e 24/11, quinta e sexta-feira, a Casa da Banda recebe a oficina de Livros de Pano que será ministrada por Fabíola Gabriel em  duas sessões: de 08h às 12h e de 13h30 às 17h30.  No dia 26/11, domingo, às 10h, a Banda Euterpe realiza um ensaio aberto ao público, que ocorre na sede da banda.  

         O projeto também conta com o lançamento do livro "Banda Euterpe Itabirana 160 Anos – Acordes Históricos” , que reúne depoimentos de antigos membros, fotografias, além de textos especialmente produzidos para celebrar os 160 anos. O evento de lançamento acontece no dia 30/11, quinta-feira, às 20h, na Casa da Banda, com entrada gratuita. 

Todas as atividades fazem parte do Projeto Banda Euterpe Itabirana 160 Anos, uma parceria da Sociedade Musical Euterpe Itabirana com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo e a Prefeitura de Itabira, por meio do Termo de Fomento 071/2023.


Banda Euterpe lança livro em comemoração aos seus 160 anos


A tradicional Banda Euterpe Itabirana há 160 anos emociona gerações da cidade com suas apresentações. A banda, que faz parte da história de Itabira, chegou ao seu centésimo sexagésimo aniversário no dia 22 de novembro de 2023 e desde o dia 08 de outubro vem realizando eventos comemorativos com uma programação intensa que já contou com encontro de bandas, lançamento de exposição, oficina, ensaio aberto, homenagens, entre outras atividades compartilhadas gratuitamente com o público itabirano. A agenda de eventos continua no dia 14 de dezembro com lançamento de livro e a exposição inaugurada no dia do aniversário segue aberta para visitação gratuita na Casa da Banda até 22 de dezembro de 2023.

Joaquim Teodorino Olímpio, presidente da Banda Euterpe, reforça a importância do grupo para Minas Gerais: “A Euterpe contribuiu enormemente para o desenvolvimento da música mineira e para a cultura de nossa cidade. Há mais de um século estamos tocando nos mais diversos eventos sociais, como encontros cívicos, festas religiosas, comemorações de aniversário e cortejos fúnebres de figuras ilustres. Nosso grupo encanta corações não apenas de Itabira, mas de toda Minas, pois fazemos questão de levar nossa arte para outras cidades”, se orgulha o presidente. 

Às 20h, na quinta-feira (14/12), acontecerá o lançamento do livro “Banda Euterpe Itabirana 160 anos - Acordes Históricos” que trará um apanhado de fotos, partituras e histórias de personagens resgatados ao longo dos 160 anos da banda, além de ter registros da participação da Euterpe em alguns dos principais eventos da cidade de Itabira. O evento acontecerá na sede da Sociedade na Rua Doutor Guerra, 49 - Centro, Itabira, com entrada gratuita. 

A celebração faz parte do Projeto Banda Euterpe Itabirana 160 ANOS que conta com realização da Sociedade Musical Euterpe Itabirana e da Prefeitura de Itabira através do Termo de Fomento 071/2023. 

 “A escrita do livro é uma forma de registrar os passos da banda, desde sua fundação até os dias atuais com os integrantes que fazem com que a chama da euterpe permaneça acesa e iluminando a cidade”, afirma Cleber Camargo Rodrigues, coordenador do projeto comemorativo. 
  
         A banda euterpe é um marco histórico que sempre está presente nas festividades da cidade, e ainda não tem nenhum documento que reúna a história do grupo, o lançamento do livro é uma oportunidade de expor a banda ao público para além das apresentações musicais, o leitor pode esperar muitos casos curiosos e interessantes, além de conhecer a história e trajeto da sociedade musical por onde passaram muitos nomes da música popular brasileira.

“Será um livro para ler e reler, ver e rever, um livro que dirá um pouco da história de preservação e manutenção de um sonho de fazer música em épocas tão diferentes, numa cidade referência em música popular”, lembra Cleber Camargo Rodrigues, coordenador do projeto comemorativo.
     
      Além do lançamento do livro, haverá também o lançamento do projeto de digitalização do acervo da banda, juntamente à declamação do poema “Criação” escrito por Carlos Drummond de Andrade em homenagem à Banda Euterpe Itabirana, contando também com a leitura da coluna do mesmo autor publicada no Jornal Correio da manhã, em homenagem ao centenário da banda. 

   A atividade faz parte do projeto “Banda Euterpe Itabirana 160 anos”, é uma parceria da Sociedade Musical Euterpe Itabirana com a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Inovação e Turismo e a Prefeitura de Itabira, por meio do termo de fomento 071/2023. 

História da banda:
         
       A Banda Euterpe Itabirana foi criada em 1963 por Emílio Soares Gouveia Horta, que era um homem erudito e influente, professor de português, francês, latim e matemática, além de compositor. Devido a uma boa relação com o imperador Pedro II, Emílio teria criado e respectivamente assumido o comando da Guarda Municipal de Itabira, a cujos membros transmitiu conhecimentos musicais, formando assim o núcleo básico da futura Sociedade Euterpe. Tradicionalmente a guarda possuía o costume de prestar as homenagens musicais, mas a partir da criação da Banda Euterpe houve a integração de civis em sua formação, até então algo ainda não visto na cultura da cidade. Esses integrantes civis eram formados por homens negros, nascidos livres ou ex-escravizados que fizeram parte da banda através da Irmandade de Nossa Senhora do Rosário, sendo assim a banda fazendo um grande papel de defesa de cidadania e ascensão de pessoas negras.
       Com o passar dos anos, a Euterpe Itabirana se tornou cada vez mais a principal atração nos eventos da cidade. Velórios, aniversários, festas religiosas, do dia da Independência à comícios eleitorais, o grupo musical ganhou fama pela grandiosidade e talento de seus músicos. A beleza da Banda Euterpe Itabirana encantou fortemente Carlos Drummond de Andrade, que inúmeras vezes registrou em crônicas e poesias a presença do grupo musical. 

Conheça o acervo da Banda Euterpe na exposição que segue até 22/12/2023

Em 22/11, foi aberta ao público a exposição “Banda Euterpe Itabirana 160 anos - Acordes Históricos”, que reúne peças históricas do acervo da sociedade musical. A visitação pode ser feita até o dia 22/12, na Casa da Banda (Rua Dr. Guerra, nº 49, no Centro), das 10h às 16h, com entrada gratuita. 

       Com seus 160 anos, a Banda Euterpe vem ganhando reconhecimento como patrimônio cultural, e a importância de seu acervo tem sido afirmado como um importante registro de sua trajetória centenária. Desde a década de 90, o grupo vem sendo colocado no centro da tradição musical brasileira e possui riqueza de seu acervo composto por manuscritos da música barroca e colonial. O acervo de partituras da banda é um verdadeiro tesouro, sendo constituído por marchas fúnebres, músicas para novenas, missas e marchas, que juntas também contam histórias vividas na cidade, sendo fundamental para a preservação e continuidade da história da banda Euterpe.

       No acervo pode ser encontrado também instrumentos utilizados ao longo da história, alguns os integrantes utilizam um mesmo instrumento durante todo o período de participação na banda, e em alguns casos de membros mais antigos, os instrumentos nunca mais foram utilizados após a morte do músico pertencente, possuindo assim um acervo importante na memória da banda e integrantes. 

Assessoria de Imprensa: Banda Euterpe Itabirana
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