Iara Furtado's profile

Textos e matérias para faculdade

As transformações do espaço - Como uma empresa de grande porte pode impactar uma região
A senhora de 78 anos de idade, Íris Ribeiro, sentada do lado de fora de sua casa no centro da cidade de Jeceaba, observa a correria do dia-a-dia ao longo dos anos. Recentemente, ela encontra um misto de invasões na sua pacata cidade. “Quando a VSB chegou a vida da gente mudou. Todo mundo falava que Jeceaba seria diferente, que chegariam muitas pessoas na cidade”, comenta Íris. A Vallourec & Sumitomo Tubos do Brasil (VSB) chegou em Jeceaba em meados de 2010 e desde então influencia na cidade. 
O modo como nos apropriamos do solo tem impactado a vida na Terra de forma expressiva. Os espaços rurais e urbanos sofrem diversas transformações que são sentidas ao longo de séculos. Com essas modificações, novos contrastes são revelados, processos históricos são alterados e a sociedade impactada, de forma positiva e negativa. O espaço está em constante modificação. Tudo se transforma.
Uma pesquisa, da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), buscou demonstrar como a empresa, situada na cidade de Jeceaba-MG, modificou o espaço onde foi instalada, transformando a economia e impactando diretamente na vida da população local. Devido ao seu grande porte, as modificações causadas pela empresa são sentidas em outras cidades da região, como São Brás do Suaçuí e Entre Rios. 
Diante dos avanços da economia, com a globalização, empresas de grande influeência se instalam em cidades pequenas. Jeceaba possui pouco menos de 5500 habitantes e está localizada a 124km da capital mineira. A economia da cidade é baseada no setor terciário e grande parte da população vive na zona rural. Em 2011, na inauguração do complexo siderúrgico, o presidente do conselho administrativo da VSB, falou sobre a importância da instalação: “A Vallourec e Sumitomo Tubos do Brasil chega para somar, para participar e para contribuir através dessa usina na construção de um país soberano, poderoso em sua economia e decidido a fazer do crescimento econômico um instrumento de transformação e inclusão social”.
Porém, com a crise econômica, a VSB vem diminuindo gradativamente sua produção e quadro de funcionários. A empresa fabricante de tubos de aço passa recentemente por reestruturação e está operando em sua capacidade mínima. Natália Matos, que trabalha há 3 anos na empresa no laboratório mecânico, afirma que a empresa gerou muitas empregos para a população da região: “As oportunidades foram aparecendo sim, e conheço algumas pessoas que saíram de seus antigos empregos para trabalhar na VSB por acreditarem ser uma melhor”. Sobre o atual quadro de funcionários, Natália finaliza: “tivemos muitas demissões sim, mas não sei dizer se é diretamente ligado ao que vem acontecendo na economia, não temos acesso a essa informação”. 
O professor da UFSJ e orientador da pesquisa, Márcio Toledo, comenta que escolheu a pesquisa para entender as dinâmicas econômicas das regiões que recebem esses grandes empreendimentos. No ramo da Geografia econômica ele já realizou outras pesquisas, analisando também a Holcim e Lácteos Brasil, por exemplo. Toledo aponta para a necessidade de se entender as relações entre grandes empresas e o território que elas ocupam, "Como grandes empresas que operam segundo uma lógica global internacionalizada modificam os pequenos municípios na Mesorregião do Campo das Vertentes.  Quais os impactos, empregos gerados, mudanças ou aceleração dos processos de urbanização dentro outras questões." 
A pesquisa foi desenvolvida por um aluno de graduação do curso de Geografia, Webert Resende, que destaca a pesquisa como um importante ponto para se entender o mundo: “O tema é de suma importância porque trata de dinâmicas econômicas na Mesorregião do Campo das Vertentes. Apresenta como, no período da globalização, grandes empresas atuam e alteram dinâmicas locais. Não é possível entender os lugares sem entender o mundo e nem entender o mundo sem entender os lugares”.
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Furacão Irma e consequências
O furacão Irma teve seu início na costa norte da África e avançou para o oeste do Atlântico, onde atingiu Bahamas, Cuba, Haiti, República Dominicana, Porto Rico, Barbuda, alguns estados dos EUA (principalmente a Flórida) e as Ilhas Virgens americanas e britânicas, além de Saint Barth, Saint Martin e Anguilla. Mais de 60 mortes foram confirmadas e algumas das ilhas ficaram quase completamente destruídas. Além das ilhas devastadas, foram registrados enormes prejuízos financeiros para praticamente todos os países e territórios caribenhos. 
A matéria do Fantástico começa mostrando os estragos do furacão no estado da Flórida, nos Estados Unidos. Ele utiliza a maior parte do tempo da matéria para falar sobre como o vento e as tempestades chegaram ao país. Os quase cinco minutos iniciais de matéria foram destinados à correspondente XXX falando sobre o hotel em que estavam e em como os moradores e turistas “reagiram” ao evento. Os próximos dois minutos de matéria são destinados aos outros lugares afetados pelo furacão, como Cuba e as ilhas pertencentes à outros países.  A matéria então começa a dar destaque aos turistas e moradores brasileiros que estavam em Miami ou na Flórida e sobre a “grande solidariedade” em abrigar outros turistas e moradores em suas casas. 
Ao final da matéria se explica a formação do Irma e de como o aquecimento global pode ter impactado no surgimento e principalmente na duração dele. O fato da matéria quase não ter falado sobre os países mais pobres ou sobre como o atual presidente dos EUA, Donald Trump tem se portado frente à assuntos relacionados ao meio ambiente preocupa. Segundo cientistas Um estudo chamado Relatório Especial Ciência e Clima, do Programa de Investigação da Mudança Global dos Estados Unidos afirma que a atividade humana contribui para o aumento da temperatura global e, consequentemente, a incidência de furacões. 
Lugares onde já há “rotas” de furacões ou outras catástrofes, principalmente em países mais desenvolvidos, como foi o caso da Flórida nos Estados Unidos, são muito melhores preparados para eventos como este. O hotel no qual a equipe da Rede Globo estava hospedada e realizando a transmissão para o Fantástico era um dos que contavam com vidros anti-furacão, além de outros “artifícios” para tal. E Cuba? Haiti? Colônias? Como eles podem lidar? Como a matéria frisou várias vezes, os entrevistados das matérias eram todos com um padrão médio de vida, com casas que poderiam ser protegidas para a chegada do Irma. O debate agora (e sempre foi, mas nunca passou de debate) é como os outros países podem se preparar para eventos como este, sendo que não possuem estrutura e muito menos condições financeiras para tal. E por que continuamos a dar atenção em noticiários apenas em países desenvolvidos? 
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Enquanto for jornalista
Seria tão difícil assim escrever uma autobiografia? Por quê escrever sobre as pessoas é muito mais fácil do que escrever sobre nós mesmo, ainda mais quanto jornalistas? Como a jornalista americana Janet Malcolm escreve, deve ser pelo fato de já termos passado por tantas outras histórias, que talvez a nossa não pareça ser uma coisa interessante a ser contada. Pelo menos não com a maioria dos jornalistas. 
Então por quê o jornalismo parece ser boa escolha? Quando entramos na faculdade, temos uma ideia bem diferente do que seria o jornalismo. Seus parentes começam a te perguntar quando você irá apresentar um telejornal, ou quando vão te ver como correspondente em Londres. Se esquecem -ou não sabem- que existem várias outras vertentes que podemos seguir. Mas aí você começa a estudar e se dar conta que do mesmo modo que seus pais pensavam dentro da caixinha com o jornalismo, você também o fazia, ao pensar que iria escrever sobre assuntos que apenas lhe interessavam e que iriam de encontro apenas com sua linha de raciocínio, ou que iria cobrir matérias interessantes o tempo todo.
 Essas mesmas pessoas que veem o jornalismo como uma profissão glamourosa, se espantam ao saber que esta pode ser bem desvalorizada. Afinal, quanto William Bonner deve ganhar? E olha todos estes privilégios que ele tem! Mas nem todos conseguem chegar lá. Bonner inclusive nem é formado em jornalismo, mas em comunicação social com ênfase em Publicidade. E hoje não se precisa mais de diploma para exercer o cargo. Mas quem não tem o diploma, mesmo que escreva bem, teria uma base teórica para tratar alguns assuntos mais complexos? Provavelmente não. 
Ao trabalhar com jornalismo, você provavelmente vai fazer matérias consideradas tediosas. E infelizmente, você pode se acostumar com isso, continuar na sua zona de conforto. Ainda segundo Malcolm, “um dos riscos profissionais do jornalismo é o atrofiamento (por falta de uso) dos poderes de invenção”. Então, mesmo que a matéria não lhe agrade, tente fazê-la com o maior zelo possível, sendo criativo mesmo para escrever uma nota de rodapé. Dá trabalho, nem sempre se está com cabeça pra isso, mas compensa. O jornalismo é uma profissão de amor. Você tem que ter amor pelo que faz, pois nem sempre é bem remunerado, nem sempre te deixa contente, e geralmente vai te fazer ficar horas acordado. Mas sabe aquele cansaço bom, de sentir que aquilo tudo vale a pena? Então, esse é o jornalismo - com ou sem diploma. 
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Jovens Empreendedores - Por que universitários desejam ter seu próprio negócio? 
Empreender nunca é fácil. E empreender quando não se tem uma carga teórica ou prática sobre o assunto, apenas a ideia, um pouco de dinheiro e a imensa vontade de fazer dar certo? Com perguntas como esta em mente, a Endeavor e o SEBRAE realizaram uma pesquisa com o objetivo de mapear boas estratégias e lideranças pelo Brasil, além de tentar conscientizar as instituições de ensino superior para os problemas que poderiam ser enfrentados. 2.230 alunos e 680 professores pertencentes a mais de 70 instituições de ensino superior de todas as regiões do país foram ouvidos, e a pesquisa revelou que apesar de 65% dos professores estejam satisfeitos com iniciativas de empreendedorismo dentro da universidade, a média entre os alunos é de apenas 36%. 

•Universidade e mercado
Um dos motivos é o fato das faculdades não terem um programa que apoia toda a jornada do aluno que quer empreender, algo que vá além da motivação e dos primeiros passos. Além disso, programas de acesso a investidores, mediado pela universidade, foram vistos como essenciais para 52,2% dos empreendedores universitários, mas apenas 22,6% das universidades têm essa iniciativa.

• Experiência dos jovens
Para mudar esta realidade, é necessário que as instituições de ensino superior estabeleçam estratégias para multiplicar o número de universitários que criam empresas inovadoras e transformam os setores em que atuam, gerando milhares de empregos no caminho. A Mosaico Comunicação Jr, empresa júnior do curso de Comunicação Social - Jornalismo da Universidade Federal de São João del Rei é um exemplo de como a universidade pode ser um caminho para a capacitação de pessoas que desejam se tornar empreendedoras ou ter ,um contato mais a fundo com a parte do curso de comunicação social que não seja especificamente o jornalismo. Além da parte jornalística, ela presta serviços na parte de comunicação, assessoria e marketing. Criada em 2012, atualmente a empresa conta com 13 membros efetivos, 1 conselheira consultiva e 16 trainees.  Segundo Letícia Carvalho, vice-presidente da Mosaico, há uma procura cada vez maior pela parte de assessoria de comunicação, e os maiores clientes são micro empresários da região. Para ela, a maior dificuldade é lidar com questões que não são da área, como por exemplo as partes jurídicas e financeiras. “A empresa júnior é uma oportunidade dos alunos colocarem em prática, direto no mercado de trabalho, o que estão aprendendo na graduação. Para o curso, é importante pois levamos o nome da UFSJ nos serviços que oferecemos” afirma a vice presidente. Na parte de marketing e empreendedorismo, o curso de Comunicação é falho. Quem deseja ter a mínima noção do assunto, deve procurar pelo curso de Administração. 

• Vontade de empreender
Mas o caminho nem sempre é fácil. Pedro Rajão de Faria é estudante de Engenharia Mecânica, e resolveu tentar um caminho totalmente diferente de seu curso: um jornal comercial. Com previsão de lançamento para este ano ainda, ele conta que resolveu investir no negócio após ver a dificuldade em conseguir um estágio na sua área e isso tem reflexo em também conseguir um futuro emprego na área de engenharia. Para ele, a maior dificuldade é exatamente o lançamento do jornal, chamado de Vitrine Comercial. “Já foram três pessoas que me disseram para voltar na segunda edição, que eles não investem na primeira, em lançamento” afirma o estudante, que tem como sócio um design gráfico de Belo Horizonte. 
As universidades precisam estar mais conectadas com os seus alunos, com o mercado e com a comunidade. É preciso conectar suas iniciativas a uma visão estratégica de médio-longo prazo, visando uma gama de atividades e espaços que acompanhem a jornada do empreendedor em um programa robusto de empreendedorismo. A universidade também não está atendendo da melhor maneira possível os seus alunos. As disciplinas de empreendedorismo são focadas principalmente em temas introdutórios ou de inspiração.
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Tóquio 2020 já é destaque na mídia
Superando várias expectativas quanto à organização, a abertura e o encerramento dos Jogos Olímpicos Rio 2016 foram capítulos à parte. Sem todo o glamour de edições anteriores, um dos principais destaques foi a hospitalidade brasileira passada aos atletas e turistas. Após o sucesso da Rio 2016, a imprensa já fala sobre a próxima Olimpíada.
No fim da cerimônia, a bola foi passada à próxima sede dos jogos: Tóquio, em 2020. E eis que o vídeo de apresentação chama a atenção de várias pessoas, de diversas idades: esportes misturados com ícones da cultura japonesa que fizeram história em todo o mundo em várias épocas. O primeiro ministro japonês, Shinzo Abe, incorporou o personagem Mário, do jogo Mário Bros, e virou um dos assuntos mais comentados pós olimpíadas. Muitos meios de comunicação nacionais e internacionais abordaram a criatividade dos japoneses. O que me interessou muito nesta análise foram exatamente sites que não são jornalísticos citarem o ocorrido. Tecmundo, Jovem Nerd e IGN Brasil são exemplos que citaram o acontecimento. 
O Jovem Nerd contou com mais imagens e gifs que textos em sua “matéria”: foram apenas três frases. Já o Tecmundo fez uma matéria bem mais completa, inclusive citando o que deve acontecer nos próximos anos de planejamento da Tóquio 2020. O IGN Brasil também fez uma matéria apenas contando o que aconteceu. Todos estes sites focaram nos elementos da cultura japonesa em si, enquanto portais como o Globo deram mais destaque à participação do primeiro ministro japonês, e como a participação dele fez com que as pesquisas relacionadas ao jogo aumentassem cerca de 250%. A escrita é diferente nos dois “tipos” de sites, com termos mais comuns à quem já conhecia a franquia e explicando quem são os personagens que apareceram na filmagem.
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José Mujica - Humano
José Mujica foi presidente do Uruguai entre os anos de 2010 e 2015. Sempre visto tanto em seu país como no exterior como um homem humilde e simples, o ex-guerrilheiro que ficou preso por 12 anos durante a ditadura, concedeu uma entrevista para ser usada como propaganda promocional do projeto Humans, que estará presente em três plataformas: teatro, TV e web. A entrevista com Pepe, como também é chamado, confirma que o ex-presidente é assim em sua essência, e não apenas na aparência. 
Em uma das passagens mais bonitas do vídeo ele afirma que “ou se é feliz com pouco, pois a felicidade está em você, ou não se consegue nada“. E foi isso que tentou realizar e passar para as pessoas durante seu mandato. Para ele, outros governantes estão mais preocupados com a economia que têm de crescer, de vencerem as próximas eleições, e em serem as próximas potências, mas se esquecem do povo e dos problemas mundiais. E as pessoas cada vez mais ligadas ao consumismo excessivo de trocas de coisas descartáveis e supérfluas ao invés de se preocuparem com o tempo de vida que se gasta para aquilo. “Quando compro algo, não pagamos com dinheiro, pagamos com tempo de vida que tivemos de gastar para ter aquele dinheiro. Tudo se compra, menos a vida“. Talvez esta seja a passagem mais forte de Mujica, provavelmente por ser uma enorme verdade que não nos damos conta. 
Pepe é um homem que consegue passar em sua entrevista uma simplicidade tão forte, com um conhecimento tão profundo que suas palavras atingem qualquer um. “Ocorreram diversas revoluções para continuarmos vivendo como em feudos?” O ex presidente afirma que seria melhor termos continuado a viver em um mundo arcaico. Seria tudo uma questão de sobriedade: aprender a viver com o que é necessário. Necessário, básico, sem luxúrias, mas com conforto. Apenas. 
A maioria das pessoas parecem concordar com as palavras de Pepe – os comentários da primeira página do vídeos mostram cidadãos, principalmente da América Latina, demonstrando admiração pelas ideias e pela pessoa de Mujica. 
O Projeto Humans é uma iniciativa do cineasta Yann Arthus-Bertrand, que passou três anos coletando histórias de vida de milhares de pessoas 60 países, e mostra um pouco sobre cada pessoa, suas histórias, vivências e relatos. 
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Da espinha ao leite: a ciência por trás do misticismo
Como o pensamento científico sobre a astronomia surgiu e se desenvolveu através da curiosidade
“O que são as estrelas?” É assim que o cientista, astrobiólogo, astrônomo, astrofísico, cosmólogo, escritor e divulgador científico norte-americano Carl Sagan começa descrevendo seu mais novo episódio da série Cosmos. A Espinha Dorsal da Noite era o nome dado à Via Láctea pelo antigo povo Kung, que habitava o deserto do Kalahari. Eles deram este nome pois acreditavam que o “Cinturão” de estrelas era o que sustentava todas as luzes que estavam no céu, como uma espinha dorsal. 
Sagan conta que desde pequeno via as estrelas no céu, o que despertou cedo sua curiosidade para a astronomia, levando-o para além dos limites do seu pequeno universo e em um bairro novo, mais precisamente em uma biblioteca. Ele nunca havia saído de seu bairro, e aquilo era algo totalmente novo. Para ele, nossos antigos ancestrais humanos também consideravam que o mundo era pequeno e único. As indagações sobre os céus e as estrelas começaram a surgir em volta das fogueiras. Seriam as estrelas fogueiras de outros povos no céu? A partir desse momento os fenômenos naturais eram atribuídos a seres que viviam acima de nós. Os deuses. As estrelas começaram a puxar-nos para além do nosso mundo, para maior conhecimento, encontrando-nos dentro de "algo muito maior" do que nós jamais teríamos imaginado. 
O cientista então começa a discorrer através da história da humanidade, contando como a ciência evoluiu desde que foram criados os deuses para explicar todas as causas do mundo. Essa jornada tem início na ilha grega de Samos e a primeira conclusão sobre as estrelas, baseada em misticismo, era a de que a chamada “Espinha Dorsal da Noite” pelo povo Kung, era na verdade o leite derramado dos seios da deusa Hera. Até hoje esse mito nos persegue, pois daí surgiu o nome da nossa galáxia: Via Láctea.
Alguns filósofos jônicos começaram a tentar organizar os fenômenos e o mundo. Foi dado o nome de Cosmo ao universo, pois ele era ordenado, seguia leis. Pitágoras descobriu que a Terra era esférica. "Foi alegado que o universo era cognoscível. Por quê? Porque foi ordenado, porque há regularidades na natureza que permitido segredos para ser descoberto. Natureza não era totalmente imprevisível, havia regras que nem ela mesma não poderia deixar de obedecer. Este personagem ordenado e admirável que é o universo foi chamado cosmos."  Essa seria a chave para o conhecimento do mundo. Sem previsibilidade, o homem viveria em um caos completo. Esse modo de pensar tirou o universo desse caos e acarretou no primeiro embate entre misticismo e ciência. O primeiro problema surge quando alguns se atrevem a questionar essa ordem, a demonstrar que algumas coisas simplesmente eram caóticas e sem lógica, que não eram regidas por princípios matemáticos. 
O pensamento pitagórico, que tanto contribuiu para os passos iniciais da ciência, seria justamente o que censuraria todas as outras teses e hipóteses levantadas mais tarde. Esse pensamento levaria grandes nomes gregos à morte por heresia e blasfêmia. Não muito diferente do que aconteceria séculos mais tarde durante a Inquisição. Ao percorrermos as auto estradas do saber propostas por Sagan, encontramos a relação entre a matemática, ciência e filosofia. Abordam-se as teorias de grandes filósofos e cientistas desde Thales de Mileto até os dias atuais. O universo é infinito, tem milhares de galáxias e imensas estrelas e planetas. Para ele, no passado, fomos navegantes, como aqueles marinheiros e pescadores das antigas colônias gregas, e assim continuamos a ser, sempre buscando o conhecimento do mundo que nos rodeia.
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A Inquisição Vermelha - não seja nem simpatizante
O público sempre gostou do que era enfadonho. O apresentador, aquele homem que era a favor do povo e contra os homens do crime, já havia sido até cogitado a ser político. Suas falas, e suas perguntas aos telespectadores sempre tendiam ao maniqueísmo. Aquele assaltante merecia prisão eterna? Um monstro desses, que matou a esposa, não merecia pena de morte? E seu programa, em um horário considerado até nobre, possui uma boa audiência. Chegou até a mostrar um assassinato - sim, assassinato - ao  vivo. Um policial matando um assaltante. Mas ele não era uma pessoa de bem, não é? Se estivesse trabalhando e não roubando isso não teria acontecido. Merece morrer sim! Mas afinal de contas, se matarmos todos os bandidos, sobrariam apenas pessoas de bem, ou assassinos no mundo?
E isso já abre pretexto para se perguntar, por que o homem estava roubando? Ele escolheu estar ali, ou não teve opção? Qual seria a história de vida dele? Ele era só mais um morador da favela. Aquela, que os políticos geralmente só lembram quando precisam de votos, ou quando mandam a polícia invadir e trocar tiros com os traficantes, para mostrar serviço para quem não mora lá. Lá, eles são esquecidos. E o pior, é que muitos pensam que esta é a única saída para eles. Quantos vários meninos e meninas tiveram que ajudar nas contas, trabalhar desde cedo, e abandonar os estudos?
Apesar de a realidade ter mudado um pouco, era um longo caminho a se percorrer. Mas e agora? Com a ascensão do PT e seus programas sociais, mais e mais pessoas que nunca pensaram em ter oportunidades melhores na vida puderam ter. Estes programas foram incluídos no orçamento do governo, aquele que é pão com mortadela, do líder sindical que era metalúrgico e não um sociólogo ou neto de políticos influentes. Apesar de não ter ganhado as primeiras vezes em que tentou, Lula foi crescendo até virar presidente. A população, a massa de manobra que a classe média chama, se via naquele homem, de pouco estudo mas com grande conhecimento. E isso não agradava quem sempre esteve no poder. Primeiro por este fato, eles sempre estiveram ali, ninguém ousava tirá-los. Já estava incrustado que, para ser político, a pessoa deveria ter conhecimento, ser estudada, falar outras línguas. E, como naquela época, apenas a classe média tinha esse “direito”, apenas eles continuavam no poder.  Quando viram que não seria mais assim, que haveria cotas sim, que haveria estudos, mais universidades e estudo para estas pessoas de classe mais abastada, a elite ficou raivosa. Ora, por que meu filho, que sempre estudou nos melhores colégios, nos melhores cursinhos, perdeu a vaga para a filha da empregada, como no filme “Que horas ela volta?” 
E como o PT continuou no poder, com Dilma, eles tinham que fazer algo. E foi assim que começou a inquisição aos “petralhas”. A mídia, que sempre teve privilégios, queria continuar a tê-los, os partidos queriam o poder ( ou o que o poder traz) e então, começaram essa perseguição ferrenha a quem fosse do partido, com a desculpa de ser pelo bem do país, já que eles arruinaram a política do Brasil, que são ladrões, e que o juiz que comanda tudo era o salvador da pátria. O pior é que estão conseguindo. Tiraram a presidenta eleita democraticamente, perseguem o ex-presidente mesmo sem provas, mas com convicção, e tentam derrubar ou deslegitimar quem quer que seja simpatizante ou do partido. 
O modo como foi tratado na mídia foi de tal forma, que as pessoas, mesmo de classe baixa, já têm outra mentalidade sobre o PT. Nas eleições municipais de 2016, ele foi o partido que menos prefeitos elegeu, sendo apenas uma capital. Isso mostra que esta perseguição está tendo o efeito esperado por quem orquestrou o golpe. A PEC que está para ser aprovada, a reforma da previdềncia, jantares luxuosos, investigações que poderiam levar para a cadeia políticos influentes e que agora estão paradas, são apenas algumas das coisas que estão acontecendo. Isso tudo, sendo tratado de forma banal, ou às vezes nem sendo tratado pela mídia tradicional, apenas por meios independentes. Por isso que as ações que já começaram, como as ocupações em escolas e universidades são essenciais para que as pessoas, principalmente as que serão as mais atingidas com estas medidas, vejam o que está ocorrendo tanto com elas, quanto na política.
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Aluna de Jornalismo da UFSJ publica iniciação científica em revista especializada de viagens
Estudante pode ser considerada  uma das pioneiras no estudo de escrita para blogs de turismo

Quando você viaja, de onde tira as ideias? E se vai para um lugar que nunca foi antes, pesquisa sobre ele? Qual seria o melhor jeito de se pesquisar e ler matérias relacionadas ao turismo? Foi isso que a aluna do curso de jornalismo da Universidade Federal de São João del Rei fez. Lis de Queiroz Maldos viu na sua paixão pelas viagens o tema de sua iniciação e monografia, que foi publicada em uma revista conceituada no assunto, a Revista Ibero-americana de Turismo. Lis conta que o trabalho envolveu a análise de dois blogs de viagem e turismo. O primeiro, chamado Matraqueando e escrito pela jornalista Sílvia Oliveira e o segundo, chamado Gabriel Quer Viajar, escrito pelo freelancer e publicitário Gabriel Prehn Britto. 
O blog Matraqueando existe desde 2006, funcionando como um dos principais blogs de língua portuguesa que falam sobre viagens. O blog é também um dos fundadores da Associação Brasileira de Blogs de Viagem. Além disso, Sílvia Oliveira é a presidente da Associação. Na página sobre a jornalista, ou a Matraca, como se denomina, fica claro que o site não possui nenhum vínculo com hotéis, companhias aéreas ou restaurantes, ou seja, tudo o que é escrito, é baseado nos pedidos dos leitores e no gosto pessoal da autora.
Segundo a jornalista, isso transmite transparência e credibilidade, uma vez que não recebe comissões para falar bem de algum produto.
Já no blog Gabriel Quer Viajar, Gabriel Britto, o autor, propõe escrever sobre curiosidades, histórias, culturas e povos de países exóticos. Ele frisa que nem todas as postagens são feitas sobre viagens que ele fez, mas também sobre o que ele descobre em pesquisas e acredita que deve ser do interesse de seus leitores.
A partir dos dois sites, a autora começou a fazer uma vasta pesquisa e passou  a relaciona-los com o que já havia aprendido em aula - principalmente com sua professora orientadora, Alessandra de Falco. Ela também começou a fazer relações com autores e pesquisas, como a netnografia e o estudo de culturas. A maior parte de seu trabalho é fazendo relações sobre estes autores e sua pesquisa, o que a torna muito rica de informações e links. A estudante então entra na parte de maior interesse ao público geral: as formas de se noticiar uma matéria e seus modos de interagir com os internautas. Ela ainda faz um espécie de mini manual de escrita para blogs, dando dicas para o jornalismo voltado para o turismo e viagens. 
Para Lis, seu trabalho não busca escolher qual o melhor jeito de se escrever ou qual o melhor autor, “meu intuito era acrescentar informações que julgava válidas sobre os estudos de escrita para blogs de viagem”. Ainda segundo ela, o material disponível é muito escasso, o que fez com que seu trabalho pudesse agir como um elo para os futuros pesquisadores e escritores. Além disso, o mercado de trabalho para jornalistas na área de turismo vem crescendo e principalmente para quem deseja ingressar ou continuar na área digital. O mais difícil, é a consolidação de um blog autoral - como é o caso dos blogs citados na notícia- e tirar algum retorno financeiro deles. 
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Suicídio mata mais que homicídio e desastres
Segundo uma estimativa da Organização Mundial da Saúde, 883 mil pessoas se matam no mundo a cada ano. É mais gente do que todos os mortos em guerras, vítimas de homicídios e desastres naturais - coisas que somadas, tiram 669 mil vidas por ano. E o ritmo dos suicídios está se acelerando: o número global de casos cresceu 60% desde a década de 1970, mas agora assumiram um ritmo mais intenso. E um dos fatores de maior influência, é a depressão. Em 2010, pela primeira vez na história, a maioria da humanidade passou a viver em cidades - onde há mais estresse e mais pressão para ser bem-sucedido. Ao mesmo tempo, as pessoas nunca estiveram tão sós. E isso pode estar impulsionando a depressão e as tentativas de tirar a própria vida.
De acordo com o psicólogo Rubens Zanitti, para a pessoa apresentar um diagnóstico de depressão, ela mostra alguns sinais e sintomas, como falta de projeto de vida, quando a pessoa não tem vontade de fazer mais nada da vida, não programa mais nada para o futuro, além de emoções à flor da pele, tristeza e angústia contínuas, problemas para dormir, e o desenvolvimento de alguns vícios, principalmente em homens, que tirem esta sensação de angústia. Alguns fatores se tornam mais recorrentes e podem ser os causadores da depressão, como situações impactantes na vida da pessoa, a perda de um ente querido, uma doença com a própria pessoa ou com alguém no ambiente familiar, o término de um relacionamento amoroso ou dificuldades financeiras. Segundo o psicólogo, a depressão tem vários estágios, e geralmente ela é diagnosticada quando já está muito avançada, que é quando a pessoa pode vir a optar pelo suicídio. Suicídio este que não é a tentativa de morrer, mas sim um grito de socorro, uma forma de chamar atenção das pessoas ao redor para o desespero e angústia que está sentindo. E para a compreensão da situação do doente, o envolvimento da família é fundamental. Segundo Rubens, geralmente a ajuda não é procurada pela pessoa, mas sim pela família, amigos ou pessoas próximas, pois a pessoa com depressão não tem iniciativa de procurar uma ajuda, em alguns casos mais avançados, ela está em um estágio de total letargia e apatia perante sua situação. “Por isso é muito importante o âmbito familiar ficar atento”, afirma o psicólogo.  
No caso das crianças, pode ser mais fácil a identificação de possíveis transtornos, pois é mais comum deles expressarem suas emoções, dizendo que têm vontade de sumir ou dormir para sempre. “Isso tem que ser levado muito a sério, mesmo quando em tom de brincadeira, pois podem ser sim, indícios de um comportamento suicida” finaliza Rubens. A Prefeitura de São João del Rei oferece apoio e tratamento à pessoas com algum tipo de sofrimento mental. Segundo Fellipe Mello, Coordenador de Saúde Mental da Prefeitura, houve o remanejamento do núcleo de saúde mental, e agora, a perspectiva é de que vários trabalhadores estejam em vários serviços. Hoje, há atendimento na Políclínica Central, na UBS do bairro Colônia, no Núcleo Materno Infantil, nos Caps, Policlínica do Matosinhos, com vários profissionais oferecendo cuidado e tratamento para diversas demandas do campo de saúde mental. Segundo o coordenador, para depressões em níveis mais graves, a procura é pelo Caps 1. 
Além do atendimento à pacientes no SUS, a Universidade Federal de São João del Rei também oferece tratamento, por meio de alunos e estagiários do curso de Psicologia da Universidade. 

Para quem quiser mais informações sobre o núcleo de saúde mental, ligue para a Secretaria de Saúde. O número é 3379-1563.
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