Ā Ā O terceiro Ć”lbum dos Deolinda, "Mundo Pequenino", Ć© um selo da perpetuidade da alma e do estilo da banda portuguesa. Para os amantes da lĆngua de CamƵes, de guitarras bem tocadas e de vibrantes melodias marcadas pelo discreto, mas sempre imponente, contrabaixo, "Mundo Pequenino", Ć semelhanƧa dos outros trabalhos dos Deolinda, nĆ£o desilude de forma alguma.Ā
Ā Ā Ā No entanto, desengane-se quem pensa que este novo Ć”lbum conta apenas com o ensemble acima referido e com a doce voz de Ana Bacalhau. Os sons do mundo vĆŖm fazer companhia ao Fado ligeiro e corridinho tradicional e novas cordas, sopros envolventes e percussƵes precisas vĆŖm juntar-se Ć festa, como se de facto este disco se tratasse de um mundo pequenino.
Ā Ā Ā Os poemas tambĆ©m nĆ£o desiludem os que gostam do recorrente escĆ”rnio das letras de Pedro da Silva Martins. Fazem atĆ© lembrar as canƧƵes de intervenĆ§Ć£o e as cantigas de maldizer da poesia trovadoresca. A banda sempre primou por expĆ“r os problemas deste cantinho da Europa, mas pode afirmar-se inclusivamente que este Ć© o seuĀ disco mais reinvindicativo, nesse sentido.
Ā Ā Ā Em geral, "Mundo Pequenino" eterniza a natureza dos Deolinda, mas traz algo novo - que, de resto, Ć© o tĆtulo do primeiro tema do Ć”lbum -, realmente, Ć sua mĆŗsica.