Recentemente, a pastora Ana Paula Valadão, fez uma declaração carregada de desinformação, homofobia e preconceito.

Já não é a primeira vez que ela e o irmão, também pastor André Valadão, destilam falas preconceituosas acerca de pessoas LGBT+. A declaração mais recente da pastora foi de que homens gays seriam responsáveis pela propagação de HIV, como se o vírus fosse um castigo pelas práticas escusas dessas pessoas.

Ana Paula cometeu um crime e responderá por sua ação, porém não é apenas isso.

Em sua fala ela reflete o pensamento retrógrado e conservador de muitos segmentos da sociedade (não só de membros de religiões neopentecostais), alimentando o ódio e o preconceito àqueles que não são heterossexuais, e mais ainda, alimentando o ódio em relação às pessoas portadoras de HIV. A homofobia e os preconceitos só alimentam os estigmas, dificultando a vida dessas pessoas e expondo-as a mais situações de vulnerabilidade social que podem custar a própria existência delas.

Essa não é a saída. A saída é informação e respeito. Ignorância e obscurantismo apenas alimentam violências. Os movimentos LGBT+ estão há décadas lutando por direitos básicos que ainda são negados, especialmente em um contexto social e político como o nosso, extremamente atrasado e fundamentalista.

Portanto, é importante que nós enquanto sociedade acolhamos esses homens, que acolhamos e respeitemos as pessoas LGBT+, e que as famílias ensinem aos filhos que sensibilidade faz parte da construção humana. É importante que a informação esteja nos corredores das escolas, que o Estado patrocine rodas de apoio para dentro e fora das comunidades, e que a mídia nos bombardeie constantemente com homens chorando, mostrando que tá tudo bem ter momentos de fragilidade.

O que não tá tudo bem e nem deve estar é estarmos no século XXI com pensamentos retrógados, fundamentalistas e violentos, pois o preconceito produz violências e aumenta a vulnerabilidade social de grupos que já estão em situação de vulnerabilidade.

Que Ana Paula responda pelo crime cometido, e que nós não aceitemos mais esse tipo de fala.

Cocriação: Beatriz Porto