Uma aluna de uma Escola Estadual de Franca, no Jardim Leporace, registrou um Boletim de Ocorrência após ter sido vítima de injúria racial por parte do professor de história.  O caso aconteceu diversas vezes neste ano.

Em entrevista exclusiva à Rádio Imperador e Portal Pop Mundi, a menina contou que o professor a chamava de “arrombada” e “lixo”, além de falar mal do cabelo da garota. Segundo a aluna,  “ele me xinga, fala da minha mãe, que ela é muito bonita e que eu tenho que comer muito arroz e feijão para chegar no nível da minha mãe. Fala também que eu nunca vou chegar aos pés do meu irmão”.

A menina, que está na oitava série, relatou uma sequência de ofensas, injúria racial e perseguição. De acordo com ela, o professor coibia o seu comportamento: “ele não me deixava ir ao banheiro, eu levantava e ele mandava eu sentar. Ele deixava todo mundo ir ao banheiro. Disse que não era nem para eu respirar dentro da sala".

O pai da aluna, indignado, falou também com a equipe de reportagem da Rádio Imperador e Portal Pop Mundi, disse que a perseguição acontece há um tempo. “Já vem um tempo que ele vem importunando minha filha, vem perseguindo ela, falando de injúria, falando do cabelo dela” afirmou ele.

Como forma de tentar resolver a situação, o pai conta que resolveu registrar um Boletim de Ocorrência para que o caso seja resolvido e não aconteça com outros alunos, “com certeza outros alunos estão sofrendo com esse tipo de agressão verbal”.

O pai informou ainda que a escola disse que iria afastar o professor na quinta-feira (23). No entanto, na última sexta-feira (24), o professor estaria em uma festa junina que foi realizada na escola. Na ocasião, a menina relatou o ocorrido “ele passou, me esbarrou, olhou e falou para esposa “essa é a menina””.

Em nota, a diretora da escola informou que não poderia dar entrevista e nem se manifestar sobre o caso. Alegou que o professor está afastado e não faz mais parte da equipe escolar.

Em contato com a Diretoria de Ensino de Franca, foi informado que só podem comentar sobre o caso após liberação e permissão da SEDUC (Secretaria de Educação).

Até o fechamento desta matéria nossa equipe não conseguiu contato com a SEDUC. 

*Atualização 05/07

Nesta terça-feira (5), em nota, a Secretaria de Educação, a SEDUC, informou que o professor teve o contrato suspenso, além de oferecer a assistência do Programa Psicólogos na Educação à aluna.

Confira a nota na íntegra:

A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo (Seduc SP) repudia qualquer ato de racismo dentro ou fora do ambiente escolar. Assim que tomou conhecimento do fato, a Diretoria de Ensino de Franca, responsável pela unidade, adotou providências para suspender o contrato do docente, que já foi afastado das atividades na sexta-feira (24).

Foi colocada à disposição da estudante a assistência do Programa Psicólogos na Educação, se autorizado por seus responsáveis. O caso foi inserido na Plataforma Placon, sistema utilizado para acompanhamento de registro de ocorrências escolares na rede estadual de ensino.