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Processo cênico "A Pele"

Processo Cênico "A Pele"

O trabalho origina de uma experimentação de interação entre a linguagem audiovisual e a dramaturgia . A dinâmica estética da atuação traz referencias da dança Butho e do teatro fisico de Antonin Artaud .
   O ambiente cenográfico traz uma dinâmica de sensações, com projeções de imagens, sons e cheiros, que emergem o espectador a um espectro delirante de um personagem em decomposição, que simboliza em sua expressividade uma sociedade, também em decomposição, abordando o tema da relação da instituição saúde, dentro de uma cultura predominantemente mercadológica e desumanizante.

   Ao entrar no espaço cênico o público se depara com um ambiente hospitalar. Um objeto se destaca no lugar, no fim de um facho de luz, ou será que esta é emitida pelo próprio objeto?
   Como na vida, tudo depende do ponto de vista de cada indivíduo. Imagens projetadas no ambiente provocam no público uma visão subjetiva, induzindo abstrações imaginárias, como uma atmosfera surrealista, gerando uma amplitude interpretativa. Formas geométricas, fórmulas matemáticas e sons que lembram grandes corredores com ecos como imagem sonora de um poço, ou um grito silencioso, ou paredes impregnadas de memória.
   Dentro desse lugar a realidade e a imaginação se misturam ao delírio e as projeções de uma mente em decomposição, que são materializadas. Uma trama de tecidos (peles) de diversas texturas dá ao lugar (objeto) uma forma des/uniforme, onde os delírios são projetados, e assim se tornam parte de um tecido que ajuda a contar a história.
Walter (o paciente/homem em decomposição) é uma metáfora de uma sociedade desumanizada. Está largado nesse lugar, esquecido, sem poder abrir as janelas. Seu único vínculo com o mundo lá fora é um binóculo que o aproxima do sentimento de liberdade.

Produção e Execução audiovisual - Haik Khatchirian
Atuação e Direção - Edgar Alves
Processo cênico "A Pele"
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