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Portugal dos Pequenitos

Este manual de identidade foi executado no âmbito da disciplina de Oficina de Design II inserida no Mestrado em Design e Multimédia. O projecto é a compilação
de todo o desenvolvimento da criação de uma identidade visual para o parque temático Portugal dos Pequenitos, em Coimbra. Considero que é essencial mencionar
o meu posicionamento na criação deste projecto, já que adoptei sempre uma abordagem crítica.


Portugal dos Pequenitos é um parque pedagógico destinado particularmente à criança com o intuito de demonstrar além dos aspectos arquitectónicos, também a história do Império Português. Foi assim que a 8 de Junho de 1940 se realizou a sua inauguração no Largo do Rossio de Santa Clara, em Coimbra. Projectado pelo arquitecto Cassiano Branco e idealizado pela iniciativa do Professor Bissaia Barreto é considerado um parque que vive essencialmente do espírito nacionalista do tempo em que foi projectado. A representação de monumentos em escala reduzida, assim como os inúmeros elementos da arquitectura e História de Portugal são
o retrato vivo da presença portuguesa no mundo, sendo um reflexo do passado e um referencial pedagógico para muitas gerações.


Ao analisar a toda a contextualização económica, social e política em que Portugal vivia na época da criação do Portugal dos Pequenitos, pude verificar que o arquitecto Cassiano Branco teve todo o mérito no que toca à conjugação dos principais elementos dos diversos edifícios arquitectónicos existentes em todo Portugal. Devido a este facto, desenvolvi toda minha pesquisa e estudo no sentido de conseguir representar aglutinação e a junção de todas estas caracterizas numa só peça – num só edifício. Esta característica verifica-se com especial enfoque na área designada de “Portugal Monumental” situada no centro do parque temático. O arquitecto teve obrigatoriamente que seleccionar determinados elementos, os quais identificassem a região a ser retratada e conjuga-los num único pavilhão. Posteriormente verifiquei que devido à pouca identificação no local e fora deste, observei que muitos dos visitantes não conseguem identificar e reconhecer os elementos arquitectónicos lá representados. Deste modo, e utilizando o facto da ineficácia e da carência de informação no local, achei pertinente adoptar a mesma atitude de selecção que o arquitecto Cassiano Branco utiliza inicialmente no seu processo de trabalho. Esta selecção terá assim como ponto de partida, um conjunto estruturado de elementos, que aleatoriamente extraia partes, resultado da desconstrução. Um conjunto simplificado de elementos de difícil reconhecimento, será a resposta crítica à falta de informação histórica por todo o parque temático.
Processo Criativo
Matriz

Desconstruir de forma aleatória e justificando um processo que vêm a devolver consecutivamente composições interessantes e coerentes, esta cruz tem toda estrutura e concepção para ganhar uma visualização credível.

No que toca a parte generativa, o conceito principal de toda esta critica assenta na desconstrução de um conjunto de elementos gráficos levando-os assim a uma simplificação gráfica. Desde formas mais minimalistas às mais complexas, há inúmeras soluções que se poderá obter deste elemento. Tendo em conta que a desconstrução é apenas feita pela matriz construtiva da Cruz da Ordem de Cristo, obteremos distintos desfechos para o logótipo.

A tipografia seleccionada para completar o logótipo designa-se de Adobe Caslon Pro. É uma variante do tipo de letra Caslon, uma fonte serifada desenhada por Carol Twombly em 1990. Podemos verificar que esta remete para aos tipos irregulares do barroco holandês, e que apresenta certos pormenores como: contraste entre os tipos, uma textura robusta, existência de uma cavidade côncava no ápice do A, características que subtilmente requintam todo o alfabeto.
Durante a visita guiada pelo Portugal dos Pequenitos, constatei que na zona do “Portugal Monumental” - sendo este um espaço ilustrativo de inúmeros monumentos portugueses - não existe identificação suficiente, assim como a respectiva informação de cada monumento aí representado.
Em visitas posteriores, verifiquei que muitos dos visitantes que percorrem o parque temático, têm dificuldades em reconhecer os monumentos apresentados.

 
O principal obstáculo está relacionada com o facto de os visitantes não conhecerem os verdadeiros monumentos arquitectónicos, assim como a sua importância na História do país. Na falta dessa informação, o visitante não pode comparar, extrair e compreender as relações que o arquitecto Cassino Branco projectou. Deste modo, e utilizando a mesma metodologia que Cassiano implementou no seu método de selecção e extracção dos elementos arquitectónicos, restringi todo este processo na simplificação de inúmeras formas por mim seleccionadas.
 
Retornei ao parque para executar uma análise mais aprofundada, com especial atenção à área Monumental. Pude constatar que por todo o parque temático, está representada a Cruz da Ordem de Cristo, sendo este um óptimo elemento identificativo do “Portugal dos Pequenitos”. Tendo em consideração que o meu conceito tem como princípio a desconstrução de um aglomerado de elementos, a Cruz da Ordem de Cristo justificou ser o melhor conceito e ter a melhor estrutura para essa mesma simplificação. Já que o facto de morfologicamente a sua matriz construtiva consistir na repetição de 4 partes iguais, compreende-se que seja um elemento gráfico consistente resultante na representação visual deste mesmo conceito.
 
Este símbolo transmite uma conotação muito forte sobre o modo como a população portuguesa reagiu e reage face a muitas situações. É um símbolo que desde muito cedo esteve presente na nossa história e que foi evoluindo ao longo dos anos. Estas várias representações da Cruz de Cristo que podem ser observada em pequenos ornamentos durante o percurso do parque temático. Devido a toda a conotação que abrange o Passado 
e que deram um significado do simbólico, a solução encontrada mais coerente foi apenas a utilização da matriz construtiva. Deste modo, ao não pegar directamente num símbolo tão conotativo, e trabalhar a sua matriz de origem, consigodesprender directamente todo o conceito e de trabalhar subtilmente todo oDesconstruir de forma aleatória e justificando um processo que vêm a devolverconsecutivamente composições interessantes e coerentes, esta cruz tem toda estrutura e concepção para ganhar uma visualização credível. No que toca a parte generativa, o conceito principal de toda esta critica assenta na desconstrução de um conjunto de elementos gráficos levando-os assim a uma simplificação gráfica. Desde formas mais minimalistas às mais complexas, há inúmeras soluções que se poderá obter deste elemento. Tendo em conta que a desconstrução é apenas feita pela matriz construtiva da Cruz da Ordem de Cristo, obteremos distintos desfechos para o logótipo.
 
Utilizando o “Processing” para realizar um programa que obedecesse a estas características foi o objectivo a que me propôs alcançar. Aproveitando a matriz da cruz já vectorizada, criada inicialmente para a contextualização de toda a ideia do projecto, ajudou para a rápida e eficaz realização do programa. Com o emprego do objecto “PShape”, disponibilizando o uso do método “loadShape()” que faz o carregamento da imagem (SVG) para a janela de exibição. Após efectuar o carregamento, é preciso pedir para o programa a desenhar. Deste modo, ao analisar a composição do SVG verifiquei que este estava estruturado por vinte e quatro linhas. Para as poder aceder utilizei a função “getChild()” juntamente com método “getChildCount()".
Manual Visual
Intervenção no espaço
Fontes Tipográficas
 
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