Rammsy Ramos's profile

PERTO DO ASSOMBRO

 
PERTO DO ASSOMBRO / PENTALOGIA
 
 
"Perto do Assombro” es una serie de doze ilustrações. Que operam desde experiências de descobrimento, incredulidade, pânico, alegria e transformação. Oferecendo uma transcrição pessoal através de uma execução que aspira a uma transportação interna, honesta e, no melhor dos casos, irreversível.
 
"Nearby Wonder" is a series of twelve illustrations. Operating from experiences of discovery, disbelief, horror, joy and transformation. His work offers a personal transcription through an execution that aspires to deliver an honest, internal and hopefully irreversible transportation.
 
"Cerca del Asombro" es una serie de doce ilustraciones. Que operan desde experiencias de descubrimiento, incredulidad, pánico, alegría y transformación. Ofreciendo una transcripción personal a través de una ejecución que aspira a una transportación honesta y, en el mejor de los casos, irreversible. 

 
 
O assombro é um assassino do comum. 
Uma ruptura no previsível. 
Um quebranta frequências. 
Um detonador. 
Uma forma involuntária. 
Uma natureza violenta. 
O que nos impacta desde a outra direção. O Inesperado. 
O desencadeador-de-fluídos-em-repouso. 
O assombro vem em vibrações que não podemos desejar, pedir ou exigir. Aparece. É inevitável. 
O assombro corre junto com o medo. 
O medo que transforma e escava profundidades que não foram sido necessárias. 
Esse medo que anula, que encolhe, que aterra, que aturde. 
Um medo que empurra. Que ascende. Que escava e desenterra. Que socava e estimula. 
O medo que escolhe se declarar útil depois de ser malvado. 
Um medo que se transforma em viagem.
Uma resposta que emigra da contemplação da ação. 
Uma aceitação que traveste do progresso.
Que imuta ao conhecimento. 
O que deixa rachaduras. 
O que sangra até purificar. 
O que expande. 
O que explora, destrói, cospe e despoja. 
Que obra marchetando o inativo. 
Imolando o empantanado e entregando terreno ao diferente. 
Nem melhor. Nem pior.
Diferente.
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------
 
Mazement is the assassin of the ordinary. 
A rupture in the predictable. 
A frequency-breaker. 
A trigger of violent nature. 
It's obliteration impacting from the opposite side. 
It's the unexpected. 
A crack in the dam of your static fluids. 
Amazement comes in waves which we can't wish, ask or demand for. 
It just shows up. 
It's the inevitable. 
True amazement which runs parallel to fear. 
The fear which turns and transforms. 
Fear which scratches unused depths of yourself. 
The one that annuls, shrinks, terrifies and stuns. 
Fear that pushes, lights, digs and exhumes. 
Fear that undermines and stimulates. 
Fear which declares himself useful after being evil. 
The fear transformed into journey. 
A reflex. 
A migration from acceptance to action. 
Horror travestied as progress. 
Transmutation to the core of knowledge. 
Wisdom carving the flesh and the mind.  
Blood that runs in order to purify. 
Fear that swells, explores, destroys, spits and despoils. 
Withering inactivity. 
Immolating swamped terrain. 
Plowing territories to leave something different. 
Not better. Not worse. 
Different. 
 
------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------

El asombro es asesino de lo común. 
Una ruptura en lo previsible.  
Un quiebrantafrecuencias. 
Un detonador. 
Una forma involuntaria. 
Una naturaleza violenta. 
Lo que nos impacta desde la otra dirección. 
Lo inesperado. 
Lo desencadenador-de-fluídos-en-reposo. 
El asombro golpea en vibraciones que no podemos desear, pedir o exigir. 
Aparece. 
Es inevitable. 
El asombro corre junto al miedo. 
El miedo que transforma y escarba profundidades que no han sido necesarias. 
Ese miedo que anula, 
que encoge, 
que aterra, 
que aturde. 
Un miedo que empuja. 
Que enciende. 
Que excava y desentierra. 
Que socava y estimula. 
El miedo que elige declararse útil después de ser malvado. 
Un miedo que se transforma en viaje. 
Una respuesta que migra de la contemplación a la acción. 
Una aceptación travestida de progreso. 
Que muta al conocimiento. 
Que deja rajaduras. 
Que sangra hasta purificar. 
Que expande. 
Que explora, destruye, escupe y despoja. 
Marchitando lo inactivo. 
Inmolando lo empantanado, 
y entregando terreno a lo distinto. 
Ni mejor. Ni peor 
Distinto.    
 
 
Perto do assombro.
 
Não gosto de soar paranóico quando o ar está olhando.
Menos hoje.
Em um lugar onde todos os metais do mundo regressam para as minas.
Onde a mente transpira.
Lubrificando bicicletas de barro que uso nas corridas contra o rio.
Um rio que as vezes me deixa ganhar.
Quando suspeita que tenho que voltar para casa a comer.
Onde a gravidade,
morando no andar de baixo,
se atrasa com as contas como eu.
Onde cada hora dura 63 minutos
e as despedimos tronando mantras de pólvora para o céu.
Com um caranguejo amigo, ao que dei de presente a minha concha.
Contávamos vinte e oito,
e fomos interrompidos por uma onda.
Engolindo-se os meu órgãos.
Escolhi ir a buscá-los.
Quando,
além das boias,
um cavalo me gritou que os tinha encontrado.
Comecei a nadar.
 
 
 
Nearby Wonder
 
I don't like to sound paranoid when the air is watching.
Not today,
in a place where the metals of the world are going back to the mines.  
Where the mind transpires
lubricating bikes made out of mud
which I use to race against the river 
who lets me win 
sometimes 
when suspects that I have to go back for supper. 
Where gravity,
living in the flat down below, 
gets late with the rent just like me.
Where an hour lasts 63 minutes 
and we farewell every single one
thundering powder mantras to the sky
with a crab friend
which I gave my shell.
We counted twenty eight today,
until we were interrupted by a tide that stole my organs.
I chose get them back
When
beyond the buoys
a horse yelled that he found them. 
I started to swim.
 
 
 
 
Cerca del asombro
 
No quiero sonar paranoico cuando el aire está mirando. 
Menos aquí, 
donde todos los metales del mundo regresan a las minas.
Donde la mente transpira
lubricando 
bicicletas 
de barro  
          usadas
              en carreras
    contra el río 
un Río que me deja ganar,
cuando sospecha que vuelvo a mi casa a comer. 
Donde la gravedad, 
viviendo en el piso de abajo,
se atrasa con las cuentas igual que yo.
Donde cada hora dura 63 minutos
y las despedimos tronando mantras de pólvora al cielo
junto a un cangrejo amigo, 
al que le regalé mi concha. 
Contábamos venitiocho 
y nos interrumpió una ola 
extirpándome los órganos.  

Partí a buscarlos

Cuando 
más allá de las boyas 
un caballo me gritó que los había encontrado.

Empecé a nadar.

 
Con medo mas valente

O encontrei três meses depois
e sua família inteira despedia a um potrinho.
Quando terminamos de queimá-lo,
depois da comida,
O rei equino me abraçou.
Disse que meu órgão voltariam a ser água,
arrancando-me a orelha de raiz,
repetindo que tudo ia estar bem.
Todos se submergiram,
eu não pude.
O mar começou a ferver.
No mergulho de outro sol que escolheu afogar-se,
extinguindo as correntes ao seu passo.
Aterrissei no fundo.
Quis me deitar,
e a ausência de espaço.
Caminhei entre toda a população moribunda do oceano.
Escutei brânquias e pulmões engasgando-se deles mesmos.
Escutei uma mandíbula,
escutei meu pés sendo engolidos,
mas entre os cadáveres do mar,
encontrei uma mandíbula maior.
Fechei os olhos que já não tinha
e enterrei a cabeça
 
 
Brave and afraid

I reached him three months later 
his family was sending off a foal 
we burned him
and after dinner 
The King Horse hugged me 
saying that all my organs will be water again 
and ripped off my ear from the root 
repeating that everything is just fine
then, they submerged back
but I could't follow
so the sea started to boil
with a new plunge from a sun who chose to drawn himself again
snuffing all the lights and currents with his demise 
I landed on the rocky bottom 
and tried to lay down
but there wasn't space 
so I walked through all the moribund population of the ocean 
I heard gills and lungs 
choking with themselves 
while a jaw started to gulp me down.
Still
lucky enough  
to find a bigger jaw
among the corpses of the sea 
I closed my snatched eyes 
and I put my head in

 
 
 
Con miedo pero valiente

Lo alcancé tres meses después,  
mientras su familia despedía al potrillo más viejo.  
Terminamos de quemarlo
y pasada la comida,
El Rey Equino me abrazó. 
                    Dijo que mis órganos volverían a ser agua 
                 arracándome la oreja de cuajo,
                              repitiendo:
        
-“todo va a estar bien” - 
                           -”tdoo av a eastr neib”-
Los demás se volvieron a sumergir
y entendí que para ellos yo ya no estaba invitado.
Luego el mar comenzó a hervir
en el suicidio de otro sol que se quiso ahogar
enterrándome con él 
y todas las corrientes extranjeras de su paso.  
Aterricé en el fondo 
quise acostarme
y por falta de espacio
caminé entre toda la población moribunda del océano
 
escuché branquias y pulmones atorándose de ellos mismos
queriendo deglutir más aire del que pueden
y cuando escuché mis pies siendo tragados. 
             
             tomé uno de los cadáveres del mar
                    abrí su mandíbula                         cerré los ojos que ya no tenía
                       Y enterré la cabeza.

 
 
 
O ESQUECIMENTO NÃO EXISTE
 
Escavei túneis através do corpo
e vi minha orelha entre caixas de sangue seca.
Aí me esperava o Rei Equino.
Mastigando cartilagem alheia.
“Encontrou os seus órgãos”, disse.
E um por um
os costurou de volta plantando bolsos de carne.
Logo engoliu minha roupa,
me deitou,
trocou a fronha do meu travesseiro
e me mandou descansar sem sono.
Dormi bem esse ano,
sonhando com sonhos anteriores,
organizando-os em fila,
extinguindo distancias,
recorrendo gente,
lembrando de coisas que ainda não passavam
e
seguindo o truque do meu avô inexistente,


Olhei as minhas mãos.
 
 
 
ABSENT OBLIVION 

I dug down the body
and I saw my ear 
inside a locker made of coagulated blood
The King Horse was waiting
chewing unknown cartilages 
"you found your organs", he said 
and one by one 
he sewed everything back
farming trails of meaty pockets.
Then 
he took off my clothes 
laid me down 
changed the pillow case
and commanded me to rest still awake 
I slept well that year 
dreamt about past dreams 
put them together
in different positions 
week after week
toying with them 
cutting distances   
travelling through people 
remembering uneventful adventures   
then
following a trick from my inexistent grandpa 
I stared my hands. 
 
 
 
EL OLVIDO NO EXISTE

Excavé túneles a través del cuerpo, 
encontrando mi oreja entre cajones de sangre seca.
Ahí me esperaba el Rey Equino, 
masticando cartílagos ajenos.
"encontraste tus órganos", dijo 
        y 
                       uno 
                       por 
                       uno
                       ] los cosió de vuelta [
                sembrando bolsillos de carne a su paso 

se tragó mi ropa 
me acostó
cambió la funda de mi almohada
y me ordenó descansar sin sueño 
Dormí bien ese año 
soñando con sueños anteriores
ordenándolos en fila 
apagando las distancias 
recorriendo gente
acordándome de cosas que aún no pasaban
 
y, 
siguiendo el truco de un abuelo inexistente:

miré mis manos. 



 
 
MORTE

Reconheci meu dedos.
Ressuscitando em movimentos fragmentados
pela extensão de uma palma preocupantemente laranja.
Foi uma procissão rígida, liquida e independente,
sufocando o tempo.
Para dividi-lo em envelopes de ossos
e lacrá-los com línguas desde o centro da terra.
Saí a entregar-los
com a velocidade suficiente
para reagir ante qualquer cumprimento,
especialmente,
            os de chapéu.
                        (práticas comuns do Rei Equino)
Que rara vez apareceu
supervisando minhas suturas,
que duraram séculos.
E terminei rasgando eu mesmo,
ejetando o meu peso
para uma última viajem.
O mês passado recebi seu cartão postal
cronicas de sua reunião com o potrinho que voltou ao mar,
sobre a muita distancia,
que tiraram de nós dando voltas ao sol.
Preguei o cartão postal no peito de um desconhecido
e comecei a correr.
 
 
DEATH

I recognized my fingers 
resurrecting in fragmented movements 
as extensions of an unusually orange palm

It was a rigid, liquid and independent procession 
suffocating Time
dividing him in wooden envelopes 
sealed by tongues from the centre of the Earth 
I delivered them 
fast enough 
to wave back to everybody  
especially,
        the tipping of a hat
                           (common practices from The King Horse).
Rarely, 
he showed up checking on my stitches, 
which I finally ripped off myself. 
Ejecting my weight 
in a last trip. 



Last month 
I received his postal. 
He met again with the foal
In a descriptive chronic
about how busy is he
with all the roundtrips around the sun. 
I pinned the postal in a foreign chest 
And I started to run. 

 


MUERTE

reconocí mis dedos
resucitando en movimientos fragmentados
sobre la extensión de una palma preocupantemente naranja.  
Fue una procesión rígida, líquida e independiente.
Sofocando el tiempo,
dividiéndolo en sobres de hueso,
sellados con lenguas desde el centro de la tierra. 
empecé una repartija
en velocidades que reaccionan frente a todos los saludos
especialmente,
             los saludos de sombrero
                               (prácticas comunes del Rey Equino) 
Un rey que rara vez apareció.
Un rey que nunca revisó suturas.
suturas que duraron siglos
suturas que terminé rajado yo mismo
eyectando mi peso a un último viaje.  

El mes pasado recibí su postal,
crónicas de su reunión con el potrillo devuelto al mar
y la mucha ventaja que nos sacaron dando vueltas al sol.
clavé la postal en el pecho de un desconocido,
y empecé a correr.

 

AL MIEDO
Y A DANI PEREZ.

 
OBRIGADO
THANK YOU
GRACIAS
 
 
DIEGO BASTIDA / NISA EAST / NATALIE (from Q SPACE)
PERTO DO ASSOMBRO
Published: