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Quilombo da Lapinha

Acompanhando o fotógrafo João Roberto Ripper, Zilah de Mattos, do CAA - Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas Gerais, e a historiadora Laura Mineiro, conheci o Quilombo da Lapinha, nos arredores de Matias Cardoso, Norte de Minas. O Quilombo é formado por uma comunidade vazanteira que tem o Rio São Francisco como um dos pontos centrais de suas atividades. Com o desmatamento da fauna, assoreamento e demais processos de destruição da natureza, o rio não tem fração da força que tinha anos atrás.

As comunidades tradicionais e seus vínculos com a terra são entendidos por pesquisadores como principais responsáveis, em suas determinadas regiões, por um modelo de cultivo ligado à preservação da natureza e de sua diversidade. Grandes projetos de represas, latifúndios monocultores e uso intensivo de agrotóxicos vêm destruindo essa biodiversidade e afetando diretamente estas comunidades.
bandeira do Quilombo da Lapinha, reconhecido em 02 de junho de 2005.
Dona Benedita, quilombola, moradora da Lapinha.
Dinda, uma das lideranças do Quilombo, conta sua história de luta debaixo de um umbuzeiro. A força simbólica da árvores está na história da quilombola. Dinda nasceu sob um umbuzeiro e, no momento do registro, reconta sua vida debaixo de outro.
O fotógrafo João Roberto Ripper fazendo sua documentação de beleza e afeto.
Dona Maria, quilombola centenária, fala em sua casa.
Ripper fotografando Dona Maria, quilombola com mais de 100 anos.
Ricardo, guri morador de Matias Cardoso, que foi se banhar no braço do São Francisco que corre pelo Quilombo da Lapinha.
Dona Benedita caminha sobre as águas do braço do São Francisco que corre pelo quilombo.
A lavagem de roupas no rio é tradição que se perdeu com o tempo e o desenvolvimento. Com o surgimento de novas tecnologias e os programas do governo federal de expansão do desenvolvimento para o interior, esta prática vêm desaparecendo. O rio foi substituído pela água encanada, tanques e máquinas de lavar. Ainda assim, no Quilombo da Lapinha, todas as mulheres lavam sua roupa no rio. Segundo Dinda, é uma questão identitária para elas e traz um simbolismo forte. Além de local de trabalho e de fazeres domésticos, o rio é um lugar de socialização e de encontro com o sagrado.
Menina posa para a câmera sob o pôr do sol na Lapinha.
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