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Comunidade Kalunga | Fotografia





KALUNGAS

O interior do Brasil começou a ser colonizado, há quase quatro séculos, principalmente por conta da descoberta de minas
de ouro nos estados de Minas Gerais e Goiás. Para realizar a extração, foram capturados índios, nativos das terras ainda não exploradas e escravos negros trazidos da África. Cansados do trabalho pesado, condições precárias e situações desumanas,
os escravos se organizavam e fugiam em busca de paz e liberdade, desbravando as imensas matas do cerrado goiano pouco explorado e se fixando em áreas de difícil acesso, dependendo unicamente da natureza e da adaptação ao ambiente hostil do cerrado para sobreviver.

Assim surgiu o Quilombo Kalunga, localizado no Sítio Histórico e Patrimônio Cultural Kalunga, que possui cerca de 272 mil hectares, localizada à 300 km de Brasília, na área da Chapada dos Veadeiros, corta os municípios de Cavalcante, Teresina
de Góias e Monte Alegre. A população geral dos Kalungas, chegam a quase oito mil pessoas que se organizam em mais de
20 comunidades e 42 localidades e é hoje a maior comunidade remanescente de quilombo do Brasil.

Um dos vários fatores que diferenciam os Kalungas dos outros quilombos, é a distância mantida da sociedade que os cercavam. Ainda nos anos 80 e 90 a comunidade não sabia que a escravidão no país tinha acabado, desconheciam o dinheiro e fazíam escambo, ao perceberem “gente de fora”, se escondiam, por achar que homens brancos estavam em busca de escravos.

O contato com o homem branco só aconteceu em 1982, quando um grupo de antropólogos chamou atenção para a construção de uma usina hidrelétrica no Rio Paranã, que iria desabrigar centenas de famílias do povo Kalunga, a partir de então houve
o contato da comunidade com o resto do país. O projeto da hidrelétrica foi cancelado. Após os primeiros contatos, muita coisa mudou para o povo Kalunga, o território do Sítio Histórico e Patrimônio Cultura Kalunga, que compreende todas as comunidades kalungas de Cavalcante, Teresina de Goiás e Monte Alegre, foi titulado em 2000 pela Fundação Palmares, vinculada ao Ministério da Cultura. Em 2003, a competência para regularização dessa área foi transferida para o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA). Em 20 de novembro de 2009, Dia da Consciência Negra, todo o território foi reconhecido por um decreto presidencial, tornando a Associação Quilombo Kalunga (AQK, formada por moradores das comunidades) responsável por gerir as terras e promover o desenvolvimento e cidadania para os Kalungas.






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Breve registro do cotidiano de uma das comunidades remanescentes dos Quilombos brasileiros do Centro-Oeste.

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