A Ilha do Metal: Primeiramente, sejam bem vindos a Ilha do Metal!

Andrea: Muito obrigado!

A Ilha do Metal: Vocês lançaram “Delirium” em 2016. Como foi o processo de composição do álbum e a recepção do público? Esse álbum alcançou suas expectativas?

Andrea: Eu acredito que “Delirium” iniciou um novo capítulo na nossa carreira. É nosso primeiro álbum com Ryan Blake Folden na bateria e também o primeiro álbum produzido pelo nosso baixista Marco Coti Zelati. No geral, nós escrevemos às músicas sem pensar muito no que as pessoas iam pensar do “Lacuna Coil”. Nós apenas seguimos as músicas sem nos comprometer muito com o nosso próprio “clichê”. Nós meio que voltamos nossa mente para quando gravamos álbuns como o “Comalies” ou “Karmacode”, quando estávamos menos preocupados com as expectativas.

Nas letras nós criamos um paralelo entre o que nós estávamos passando nos últimos anos antes de começarmos à trabalhar no conceito e no real problema da doença mental.

Eu acho que todo mundo hoje em dia consegue se identificar com a loucura da vida e experimentar diretamente ou indiretamente a dificuldade do momento em que nos sentimos perdidos, confusos, abandonados, etc. Às vezes uma mente perturbada faz mais sentido do que a nossa própria.

Acima de tudo, “Delirium” vendeu mais álbuns que o anterior e tem sido bem recebido muito bem tanto pela imprensa, quanto pelos fãs.

A Ilha do Metal: Vocês têm muitos fãs no Brasil e já vieram várias vezes para o nosso país. Você tem algum memória especial de algum show aqui? Ainda falando no Brasil, tem alguma iguaria que você gostaria de provar, ou já provou e gosta? 

Andrea: Brasil tem sido um país muito bom com o “Lacuna Coil”. Os fãs são incríveis, super altos e quando tocamos em São Paulo ou Rio de Janeiro, o show é sempre memorável. Até mesmo quando tocamos em diferentes cidades, as plateias são menores, porém com a mesma energia.

É muito maravilhoso para nós viajar para o Brasil e ainda ter pessoas indo para os shows de todo o país. Nós amamos ir para as churrascarias, experimentar diferentes carnes e tomar caipirinhas!

A Ilha do Metal: Para essa nova turnê no Brasil, a banda preparou algo especial? 

Andrea: Obviamente o setlist será diferente e vamos incluir músicas novas do “Delirium”, mais uma seleção de canções dos álbuns anteriores. Será também a primeira vez com essa nova formação. Será muita energia dentro e fora do palco.

A Ilha do Metal: Itália é conhecida por ser um grande destino para viajar, além de sua conhecida gastronomia. Porém nós não sabemos muito sobre a cena heavy metal. Pode nos contar um pouco sobre a cena italiana?

Andrea: Tem muitas bandas diferentes e a maioria está no “underground”, mas algumas tiveram impactos internacionais como “Rhapsody”, “Labyrinth” e “Fleshgod Apocalypse”. “Lacuna Coil” é a única que tem impacto nacional e atinge o “mainstream”. No geral, a cena heavy metal não é grande, mas há shows de bandas internacionais e bastantes clubes e bares de rock, especialmente no norte e no centro. Nós também temos duas estações de rádio que tocam apenas rock n’ roll.

A Ilha do Metal: E o que você acha do heavy metal mundial hoje em dia?

Eu acho que o metal tem um estilo muito mais amplo hoje em dia. Não é apenas sobre o metal clássico, há diferentes vertentes. Eu notei que os jovens que ouvem metal não ouvem apenas esse estilo, mas outros tipos de música e não se parecem mais com headbangers.

A Ilha do Metal: Cada show é único para a banda e os fãs. Como você se prepara para subir ao palco? Alguma regra ou superstição? 

Nós costumamos nos aquecer, cada um sua maneira, então nos unimos e gritamos algo para recarregar cada um e aliviar a pressão. Às vezes eu tomo uma dose de whiskey.

A Ilha do Metal: O álbum “Karmacode” foi lançado há 10 anos e ainda é uma obra de arte. Vocês pensaram em fazer alguma tour comemorando?

Andrea: Nós fizemos um show assim na Bélgica. Tocamos o álbum completo com as roupa de palco originais e o fundo com um design bem parecido. Talvez façamos de novo.

A Ilha do Metal: Deixe um recado para os fãs.

Andrea: Nós não vemos a hora de ver todo mundo e dar uma grande festa juntos. Nos vemos em breve, Brasil.