Cidades Invisíveis

Trabalho realizado na disciplina Arquitetura Brasileira, no curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná.

O título do exercício tinha por objetivo fazer o aluno enxergar a cidade sob um ponto de vista diferente do habitual, de modo a ressaltar aquilo que normalmente não se vê. De abordagem livre, coube a cada um encontrar o seu modo de percebê-la.

Fotografias realizadas em P&B com inspiração surrealista.

Somos como água. Não pura.

Assegurados por uma tensão superficial que constitui um intervalo terno entre o consciente e o inconsciente

Repletos de pequenas partículas que compõem um todo quase sempre bem adaptado ao meio;

Em suspensão, vê - se: ainda que haja apatia – tal como as paredes dos edifícios acinzentados – há também metamorfose;

Bela. E tão superficial quanto as fachadas das famílias de alta classe

Ah, essa sociedade de água que tem a plena certeza de ser de vinho:

Ainda que sabendo de tudo, embriaga-se, mas faz de conta se hidratar

Embeleza-se, mas muda apenas no âmbito do razoável

Se a camada que nos assegura não é feita de tijolo nem madeira é, ao menos, constituída de algo que controla a vazão do eu

Mas o olhar, mas as janelas... Danados delatores!

Transparecem os desejos mais profundos dos que (sobre)vivem na infelicidade de ser o que não queriam

Mas, então cidade... Por que fazer notar o reflexo túrgido de tudo aquilo que guardamos em segredo?

Porque é disso que somos feitos (água suja, não barro puro)

Que tristeza

Sucumbimos

Num semi-estado de consciência sufocante

O homem é um bicho tão... Inexplicável

Luta contra os próprios instintos à medida em que os canaliza no contexto do impensável