RESENHA :: The 1975 | Circo Voador

Há pouco mais de dois anos, lembro bem de uma tarde de sábado. Em ritmo de faxina, ligo na TV para acompanhar – sem muita expectativa – o que me traria o inexorável e juvenil Lollapalooza 2017. Apoiada com as mãos na vassoura, com os olhos fixados no vazio televisivo e no auge dos meus (então) 34 anos, incrédula, questiono: o que mais poderia me surpreender musicalmente falando?

Eis que surge uma figura com a agradável e criativa estranheza de David Byrne e uma pose um tanto quanto “gênio incompreendido da pós-modernidade”. Um vocal agressive pero muy bailante, um combo de Michaels – do Jackson ao Hutchence. Entre uma ida e outra para varrer e recolher o lixo, o som ia dominando minha mente, já um pouco sisuda e cansada dos pops meia-boca. A essa altura do campeonato, as referências aos australianos do INXS se multiplicavam em minha cabeça – fosse pela guitarra soando rasgante, apimentada, ou pela intensidade vocal e sexy de Matty Healy. Muito prazer, Cris, você seria apresentada ao The 1975.

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