Instituto DeVi - Centro Para Deficientes Visual
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Coordenação Pedagógica do Curso de Arquitetura e Urbanismo do UniLaSalle RJ como requisito parcial para a obtenção do grau de Arquiteto e Urbanista.
Arquiteta: Maria Júlia Serique
   A proposta contempla no estudo e desenvolvimento do Projeto Arquitetônico do Instituto DeVi, Centro para Deficientes Visuais na cidade de Niterói - RJ. O instituto propõe atender os deficientes visuais na área cognitiva, cultural e social, a partir de um programa que respeite todas as suas necessidades especiais. 
   Entre essas necessidades destacam-se a habilitação e reabilitação dos deficientes visuais, onde contextualizam o objetivo geral do projeto, que visa constituir a otimização da arquitetura a partir de ambientes adaptados e multissensoriais, por meio de atividades de educação, esporte, arte, cultura e lazer, a fim de estabelecer uma maior autonomia dos deficientes visuais e a inclusão dos mesmos à sociedade. 
   O desenvolvimento da proposta teve base em referências bibliográficas, estudos de referências teóricas e projetuais voltados ao tema, assim como a elaboração de análises dos condicionantes projetuais, e por fim, a elaboração da proposta a partir da elaboração de diretrizes projetuais.
  Diante de um cenário vigente das dificuldades que os deficientes encontram diariamente na sua mobilidade, perante a falta de cumprimento de normas já estabelecidas, a carência de recursos que facilitam sua locomoção, interação social e atividades diárias, é nitidamente crescente a preocupação com os espaços que proporcionam essa má experiência para essas pessoas. Assim, no âmbito da arquitetura, se torna cada vez mais urgente a produção de projetos que estejam adequados e que proporcionem ambientes inclusivos, em que todas as pessoas com mobilidade reduzida permanente ou transitória e pessoas com algum tipo de necessidade especial tenham conforto, segurança e possam habitar adequadamente os espaços.​​​​​​​
O Instituto DeVi visa oportunizar a plena integração entre os assistidos, sendo eles, crianças, adolescentes, adultos e idosos, também a integração destes com a sociedade e da sociedade com o Centro; incentivar a independência, a prática desportiva, a relação com arte, cultura, tecnologia e lazer, proporcionando meios que contribuam com o desenvolvimento e com a inserção social das pessoas com deficiência visual em qualquer possível cenário. A partir disso, os objetivos específicos do projeto se fazem da seguinte forma:

1. Projetar uma edificação que promova arte, tecnologia, lazer e aprendizados;
2. Adequar e proporcionar ao longo de todo o projeto experiências multissensoriais;
3. Constituir um programa que abranja educação, contemplações e vivências;
4. Estabelecer e promover a inclusão e interação de todos os usuários, principalmente dos deficientes visuais;
As diretrizes projetuais que ajudarão a compôr o projeto do Instituto DeVi, visa pontuar algumas condições favoráveis para o melhor
desenvolvimento do projeto e sua experiência no local. Entre elas estão: 

_ Propor uma experiência única e completa do local, a partir de estímulos multissensoriais para seus usuários;
_ Criar um programa que vise a habilitação e reabilitação dos deficientes visuais;
_Proporcionar um local de segurança para os deficientes, de maior independência e autonomia;
_Incentivar atividades de integração entre deficientes visuais e outras pessoas;
_Promover um local de palestras e reuniões, para a população local e os usuários do instituto;
_Disponibilizar um grande leque de atendimento de apoio aos deficientes visuais;
_Gerar uma experiência artística na edificação, a partir de diversos locais com diferentes proporções de exposição de arte;
_Assegurar a educação de ensino, qualificações especializadas para os deficientes visuais;
_Disponibilizar locais de lazer, entretenimento e contemplação ao longo da edificação;
_Projetar ambientes que visem o conforto dos usuários a partir de soluções arquitetônicas;
_Conceder ambientes que visem receber as famílias ou pessoas próximas dos deficientes visuais;
_Idealizar espaços que além de seu caráter multifuncional e sensorial, tenham um critério estético;
   O trabalho desenvolvido do projeto arquitetônico do Instituto DeVi, dispõe do conceito MULTISSENSORIAL como mecanismo para a compreensão e vivência do espaço por inteiro tanto do seu público alvo, que são os deficientes visuais, como de todos os seus outros usuários que irão usufruir do seu espaço. O conceito é atribuído aos fatores provenientes dos cinco sentidos: visão, tato, olfato, paladar e audição.
   Em busca de uma nova utilização para o terreno escolhido e da elaboração de seu volume inicial, o projeto do Instituto DeVi com intuito de implantar seu conceito de MULTISSENSORIALIDADE atribuído para o projeto e de iniciar, adota como PARTIDO arquitetônico:

_LINHAS RETAS E HORIZONTALIDADE DA EDIFICAÇÃO                            _PERCURSOS INTERATIVOS
_MATERIALIDADES COM TEXTURAS                                                            _ADIÇÃO DE VOLUMES
_JARDINS SENSORIAIS                                                                                  _ESPELHO D'ÁGUA
_ABERTURAS NAS ALVENARIAS EXTERNAS P/ ILUMINAÇÃO                   _DIFUSA NOS AMBIENTES
_ESTRUTURA DE CONCRETO ARMADO
   O Instituto Devi tem ao longo de toda edificação alguns diferentes materiais de acabamento. Em cada um de seus blocos, foi decidido ser adotado um revestimento externo que ajuda na identificação tátil do espaço a partir das texturas, temperatura, cheiros, etc. O Centro desenvolvido adotou na materialidade acabamentos externos e internos distintos porém simples no ramo da construção civil, como a adoção nas fachadas os tijolos decorativos de concreto que são aplicados em sentidos diferentes em cada um dos blocos e a pedra bruta, além da utilização da madeira, aço cortein e do concreto para marcarem as guias táteis de cada bloco.

   Além disso, um elemento de extrema importância presente nas unidades, principalmente em relação ao conformo térmico das casas, são as janelas com brises no formato muxarabi, que trazem uma estética particular para o Instituto que se multiplica ao longo do projeto e que, principalmente, amenizam a insolação recebida de forma direta.

   Por fim, os pisos adotados também fazem parte da identificação dos espaços pelos sentidos, esses mesmos pisos recebem o piso tátil nos espaços públicos e semi públicos, para ajudar na orientação básica dos deficientes visuais. Se tem ao longo de toda área externa, o piso externo drenante que é bastante indicado para pavimentações que desejam além da própria drenagem que ele proporciona, um custo mais acessível e de fácil instalação.

Palavras Chaves: 1. Deficiente Visual ; 2. Inclusão; 3. Arquitetura
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