Emmyle Karolline's profile

PORTFOLIO: Laboratório Análises Clínicas

FACULDADE ANHANGUERA UNIDADE TEIXEIRA DE FREITAS - BAHIA

PORTFÓLIO: ANÁLISES CLÍNICAS


EMMYLE KAROLLINE FONSECA SANTOS​​​​​​​
INTRODUÇÃO: ANÁLISES CLÍNICAS
Os laboratórios clínicos desempenham um grande papel quando o assunto é serviço de saúde, afinal, são através dos exames laboratoriais que se obtém evidências para a tomada de decisão clínica, no diagnóstico e prevenção de doenças. O principal papel de um laboratório de análises clínicas é a avaliação de amostras por meio testes químicos, físicos, biológicos e morfológicos, que envolvem técnicas e equipamentos que necessitam de materiais e reagentes específicos. 
O objetivo destes testes é contribuir com o diagnóstico, determinar o estágio de uma patologia e o prognóstico, acompanhar um tratamento e investigar a presença de fatores que poderiam gerar riscos à saúde humana. A realização de um exame pelo laboratório clínico pode ser resumida em um processo geral onde envolve a requisição do teste, a orientação e preparo do paciente, a coleta, o processamento e a análise da amostra e, por fim, a interpretação dos resultados. A fim de se obter um maior controle de todas as etapas de um exame laboratorial, elas podem ser divididas em três fases: pré-analítica, analítica e pós-analítica. Em vista disso, a realização desse estágio foi de extrema importância para minha formação em farmácia, pois, é uma das principais áreas de atuação do farmacêutico. 
LABORATÓRIO MUNICIPAL DE REFERÊNCIA REGIONAL DE TEIXEIRA DE FREITAS
O estágio foi realizado no LACEN (Laboratório Municipal de Referência Regional de Teixeira de Freitas) de Teixeira de Freitas, que é uma unidade de referência em análises clínicas localizada na cidade de Teixeira de Freitas, na Bahia. O LACEN é um órgão do Sistema Único de Saúde (SUS) e desempenha um papel fundamental no controle, prevenção e monitoramento de doenças, bem como na promoção da saúde pública.
O laboratório realiza uma variedade de exames laboratoriais, incluindo análises bioquímicas, hematológicas, microbiológicas e imunológicas. Esses exames são essenciais para o diagnóstico e monitoramento de doenças, fornecendo informações importantes aos profissionais de saúde e contribuindo para a tomada de decisões clínicas adequadas.
Além disso, o LACEN de Teixeira de Freitas também está envolvido na realização de testes laboratoriais relacionados a surtos epidêmicos, vigilância epidemiológica, controle de qualidade de água e alimentos, controle de doenças transmissíveis e outras atividades de saúde pública.
Como um importante centro de referência, o LACEN de Teixeira de Freitas desempenha um papel crucial no suporte às ações de saúde desenvolvidas no município e região circundante. A equipe do laboratório é composta por profissionais especializados, incluindo farmacêuticos, bioquímicos, biólogos, médicos e outros técnicos de laboratório, que trabalham em conjunto para fornecer resultados precisos e confiáveis.
Em resumo, o LACEN de Teixeira de Freitas desempenha um papel fundamental na área de análises clínicas, contribuindo para a promoção da saúde pública, o diagnóstico de doenças e o controle epidemiológico. 
COLETA DE SANGUE ​​​​​​​

O processo de coleta de sangue ou punção venosa, é uma técnica realizada para obter uma amostra de sangue do paciente. Essa amostra é utilizada para realizar diferentes tipos de análises laboratoriais, auxiliando no diagnóstico, monitoramento e tratamento de doenças. Antes da coleta, o profissional verifica a identificação do paciente, garantindo que a amostra de sangue seja corretamente associada ao paciente, o paciente é orientado a sentar-se confortavelmente, o local da punção é geralmente o antebraço, onde as veias são mais acessíveis, uma vez que a agulha está inserida na veia, tubos de coleta necessários, os tubos de coleta de sangue são recipientes utilizados para armazenar as amostras de sangue coletadas durante o procedimento de punção venosa, cada tubo tem uma cor específica, que corresponde ao tipo de anticoagulante ou aditivo presente nele, e é escolhido com base nos testes laboratoriais que serão realizados na amostra. 
O Tubo Amarelo contém um gel separador de soro e um ativador de coágulo, ele é utilizado para coleta de amostras de sangue para testes bioquímicos, como perfil lipídico, glicose, eletrólitos e enzimas hepáticas, o gel separador facilita a separação do soro do coágulo após a centrifugação. O Tubo Vermelho é utilizado para coleta de amostras de sangue para testes que requerem a coagulação completa do sangue, como determinação de níveis de hormônios, sorologias e imunologia. O Tubo Roxo contém o anticoagulante EDTA (ácido etilenodiaminotetracético), ele atua na ligação do cálcio, impedindo a coagulação do sangue, é utilizado para coleta de amostras de sangue para testes hematológicos, como hemograma completo e contagem de células sanguíneas. O Tubo Azul contém o anticoagulante citrato de sódio, que atua na inibição da coagulação, impedindo a formação de coágulos, é utilizado para coleta de amostras de sangue para testes de coagulação, como tempo de protrombina (TP), tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) e fibrinogênio.
 A quantidade de sangue coletada varia de acordo com os exames solicitados. Após a coleta, a amostra de sangue é enviada para o próximo setor, o preparo de amostras.


PREPARO DE AMOSTRAS​​​​​​​
O preparo de amostras para análises clínicas é uma etapa essencial no processo laboratorial, onde as amostras coletadas, como sangue, urina, fezes, e escarro são devidamente processadas e preparadas para os testes laboratoriais. O objetivo é obter uma amostra adequada e padronizada, garantindo resultados precisos e confiáveis. O preparo de amostras pode variar dependendo do tipo de análise a ser realizada e do tipo de amostra coletada. Por essa janela na imagem acima que são entregues os tubos de sangue, os potinhos de fezes, de urina, e os escarros, a pessoa responsável por essas amostras, recebe as amostras e as etiquetas necessárias.
Para as amostras de sangue, o sangue coletado é centrifugado para separar o soro ou plasma das células sanguíneas, o soro é utilizado para análises bioquímicas, a amostra é dividida em pequenas porções (alíquotas) para permitir que diferentes testes sejam realizados sem a necessidade de repetir a coleta. Para urina, se estiver sedimentada ou com aspecto heterogêneo, é necessário homogeneizá-la suavemente antes do processamento, assim como no caso do sangue, a amostra pode ser dividida em alíquotas para análises diferentes. As fezes são homogeneizadas para garantir uma amostra representativa antes do processamento. O escarro é entregue para a microbiologia, é observado apenas se a coleta foi feita corretamente.
O preparo de amostras é uma etapa crítica para obter resultados precisos e confiáveis nas análises clínicas. Por isso, é fundamental que seja realizado por profissionais de saúde treinados e em conformidade com os protocolos e diretrizes estabelecidos pelos órgãos regulatórios e de controle de qualidade.
URIANÁLISE
A área de urinálise  é responsável pela análise e interpretação das características físicas, químicas e microscópicas da urina humana. O exame de urinálise desempenha um papel importante no diagnóstico, monitoramento e tratamento de uma ampla variedade de doenças e condições médicas. No processo de urinálise, a amostra de urina é coletada do paciente e passa por uma série de análises. 
Inicialmente, são avaliadas as características físicas, como cor, odor, volume e densidade. Em seguida, são realizados testes químicos para detectar a presença de substâncias anormais na urina, como glicose, proteínas, bilirrubina, cetonas, células sanguíneas e produtos de degradação de medicamentos.
Além disso, a urina é examinada microscopicamente para identificar a presença de elementos anormais, como células epiteliais, células inflamatórias, cristais, bactérias, fungos e parasitas. Esse exame microscópico permite detectar condições como infecções do trato urinário, cálculos renais, doenças renais, inflamações e lesões no trato urinário.
Em resumo, eles utilizam seus conhecimentos para correlacionar os achados laboratoriais com os sintomas clínicos e o histórico do paciente, auxiliando no diagnóstico médico. A urinálise também é frequentemente utilizada para monitorar o progresso de tratamentos e avaliar a eficácia de medicamentos.

PARASITOLOGIA
Primeiramente, é necessário que seja feito o preparo das fezes para a lâmina, começamos pela diluição das fezes utilizando um palito de madeira ou espátula, diluímos as fezes coletadas em uma pequena quantidade de água. Misturamos bem para garantir a dispersão das fezes na água. Depois colocamos uma gaze sobre a abertura do tubo de centrífuga e despejamos a mistura de fezes diluídas sobre a gaze. A gaze atuará como um filtro para reter partículas grandes, como fibras e resíduos, permitindo que apenas as partículas mais finas e os parasitas passem. Utilizando uma pipeta, o líquido filtrado contendo as partículas parasitárias é transferido para um tubo. É feito o preenchimento uniforme dos tubos, e então são colocados no equipamento de centrifugação e é executado o ciclo de centrifugação conforme as especificações do laboratório. A centrifugação irá separar as partículas mais densas, incluindo parasitas e ovos, no fundo do tubo. Após a centrifugação, descartamos cuidadosamente o líquido sobrenadante, tomando cuidado para não perturbar o sedimento no fundo do tubo.
O método de Kato-Katz é uma técnica comum utilizada na parasitologia para detectar e quantificar ovos de helmintos (vermes parasitas) nas fezes humanas. É utilizado papel filtro, lâminas de microscopia, placas de Kato-Katz, espátulas ou colheres para coletar as fezes, corantes como lugol a 1% (opcional) e uma lâmina de vidro para preparar as amostras.
As lâminas de microscopia são colocadas sobre uma placa de Kato-Katz, que contém um orifício circular. Utiliza-se um papel filtro dobrado ao meio para cobrir o orifício em cada lâmina, com a espátula ou colher, a amostra de fezes é pressionada através do papel filtro, fazendo com que uma quantidade específica de fezes passe pelo filtro e caia sobre a lâmina de microscopia. As lâminas de Kato-Katz são deixadas em repouso por um período de tempo específico, geralmente cerca de 30 minutos, para permitir a sedimentação dos ovos presentes na amostra. Opcionalmente, após o tempo de sedimentação, pode-se adicionar uma gota de lugol a 1% sobre a amostra para corar os ovos presentes e facilitar sua visualização microscópica.
As lâminas de Kato-Katz são então observadas sob um microscópio, utilizando uma ampliação adequada. Os ovos de helmintos presentes são contados e registrados. O método de Kato-Katz é amplamente utilizado para estimar a carga parasitária em uma população e detectar infecções por helmintos como Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Ancilostomídeos e outros.
A farmacêutica prepara a lâmina colocando uma pequena quantidade da amostra coletada no centro das uma lâmina de vidro limpa, a amostra é espalhada uniformemente em uma área aproximada de 1 cm² e uma gotícula de lugol é acrescentada com a ajuda de uma pipeta, é feita a homogeneização e então a lâmina está pronta.
Imagem 1: Endolimax nana
Imagem 2: Hymenolepis nana
Imagem 3: Strongyloides stercolaris
Imagem 4: Ascaris lumbricoides ovo fértil
Imagem 5: Taenia sp ovo
MICROBIOLOGIA
A microbiologia é uma área especializada que se concentra na detecção, identificação e análise de microrganismos patogênicos em amostras clínicas humanas. As amostras clínicas como urina, escarro, líquidos corporais, tecidos e secreções, são processadas no laboratório para isolar e cultivar os microrganismos presentes. Após o crescimento dos microrganismos, eles são identificados usando uma variedade de técnicas, como testes bioquímicos, testes de sensibilidade a antibióticos, testes moleculares e técnicas de coloração. A identificação precisa do microrganismo é essencial para determinar a causa da infecção e guiar o tratamento adequado. Os microrganismos isolados são testados quanto à sua sensibilidade a diferentes antimicrobianos, como antibióticos, antifúngicos e antivirais. Isso ajuda a determinar quais medicamentos são mais eficazes no tratamento da infecção e ajuda a orientar a terapia antimicrobiana adequada. O laboratório de microbiologia clínica desempenha um papel fundamental no diagnóstico de doenças infecciosas, identificando os microrganismos responsáveis pela infecção. Isso inclui doenças como infecções respiratórias, infecções urinárias, infecções de pele, doenças sexualmente transmissíveis, infecções gastrointestinais, entre outras. 
A microbiologia clínica é essencial para a prática médica, pois fornece informações cruciais para o diagnóstico, tratamento e prevenção de doenças infecciosas. A combinação de técnicas tradicionais e avançadas permite a detecção e identificação precisa dos microrganismos patogênicos, auxiliando na seleção de terapias eficazes e contribuindo para a saúde e bem-estar
O teste para hanseníase, conhecido como teste de Hansen, é usado para detectar a infecção pela bactéria Mycobacterium leprae, responsável pela hanseníase. É coletada uma amostra de raspagem ou esfregaço da área afetada da pele, geralmente de uma lesão cutânea suspeita ou de áreas com perda de sensibilidade, como o lobúlo transversal da orelha direita e esquerda, e o cotovelo direito e esquerdo. A amostra coletada é espalhada em uma lâmina de vidro em formato circular, geralmente com o auxílio de uma espátula. A lâmina é fixada com calor, é corada usando técnicas específicas, como a coloração de Ziehl-Neelsen ou a coloração de Fite, para melhorar a visualização dos bacilos álcool-ácido resistentes (BAAR) presentes na amostra. A lâmina é examinada sob um microscópio, utilizando ampliação apropriada, para a detecção dos bacilos álcool-ácido resistentes característicos da Mycobacterium leprae.
O teste de PPD (Derivado Proteico Purificado) é usado para avaliar a resposta imunológica de uma pessoa à bactéria Mycobacterium tuberculosis, que causa a tuberculose. O teste é feito da seguinte forma: uma pequena quantidade (0,1 ml) de tuberculina, que contém extratos de proteínas derivadas de Mycobacterium tuberculosis, é injetada sob a camada superior da pele, geralmente no antebraço. Após 48 a 72 horas da administração do PPD, é realizada a leitura do resultado. A área de induração, que é um endurecimento da pele, é medida e marcada, a induração é medida em milímetros usando uma régua ou paquímetro. A leitura é feita na linha mais externa da área de endurecimento. O resultado do teste é considerado positivo quando a induração medida atinge um determinado limite, que pode variar de acordo com as diretrizes do local onde o teste é realizado. 
O teste TRM-TB, também conhecido como Teste Rápido Molecular para Tuberculose, é um exame laboratorial usado para diagnosticar a tuberculose. O TRM-TB é um teste rápido e altamente sensível, que utiliza a reação em cadeia da polimerase (PCR) para amplificar e identificar sequências específicas do DNA do M. tuberculosis. Esse teste é capaz de detectar a presença do DNA da bactéria em concentrações muito baixas, permitindo um diagnóstico mais rápido e preciso da tuberculose.
Os resultados do teste TRM-TB são geralmente disponibilizados em um curto período de tempo, muitas vezes em algumas horas, o que é uma vantagem significativa em comparação com outros métodos diagnósticos mais demorados, como a cultura bacteriana. Além disso, o teste TRM-TB é capaz de identificar rapidamente cepas resistentes a medicamentos, ajudando a orientar o tratamento adequado.
É importante ressaltar que o teste TRM-TB é uma ferramenta complementar no diagnóstico da tuberculose e não deve substituir outros métodos diagnósticos, como a avaliação clínica, história do paciente, exames de imagem, culturas bacterianas e testes de sensibilidade a antibióticos. O resultado do teste TRM-TB deve ser interpretado em conjunto com essas informações para um diagnóstico completo e preciso da tuberculose.
O Ogawa-Kudoh é um meio de cultura utilizado para o isolamento e identificação de micobactérias, especialmente do complexo Mycobacterium tuberculosis, que é o agente causador da tuberculose. Esse meio de cultura foi desenvolvido para melhorar a recuperação de micobactérias em amostras clínicas, como escarro, lavado broncoalveolar e outros materiais respiratórios. Ele compõe-se de nutrientes e ingredientes que fornecem um ambiente adequado para o crescimento das micobactérias, permitindo sua multiplicação e facilitando sua identificação. Além disso, esse meio possui alguns componentes que inibem o crescimento de bactérias não micobacterianas, o que contribui para a seletividade do meio. O meio de Ogawa-Kudoh foi formulado para acelerar o crescimento das micobactérias e diminuir o tempo necessário para seu isolamento e identificação. 
A imagem acima demonstra um lavado broncoalveolar (LBA), o LBA é um procedimento realizado para coletar amostras de células e fluido presentes nos pulmões e nas vias aéreas inferiores. É um método usado para obter informações diagnósticas sobre várias condições pulmonares, como infecções respiratórias, doenças inflamatórias e doenças pulmonares intersticiais. As células coletadas são depositadas em lâminas de vidro e espalhadas uniformemente para fazer esfregaços. Esses esfregaços são então corados com corantes adequados, como coloração de Wright ou coloração de Gram. Os esfregaços corados são examinados sob um microscópio para identificar e contar diferentes tipos de células presentes, como células inflamatórias, células epiteliais e células microbianas. Dependendo da suspeita clínica e dos resultados preliminares, testes adicionais podem ser realizados na amostra de LBA, como testes de sensibilidade a antimicrobianos, testes moleculares para detecção de agentes patogênicos específicos, citologia para identificação de células cancerígenas, entre outros.
HEMATOLOGIA
A hematologia é uma área da medicina laboratorial que se concentra no estudo dos componentes sanguíneos e suas características. No laboratório de análises clínicas, a hematologia desempenha um papel essencial no diagnóstico e monitoramento de diversas condições de saúde relacionadas ao sangue. 
A máquina de hematologia do LACEN é a XE-2100D é um modelo específico de analisador hematológico fabricado pela Sysmex Corporation. O XE-2100D é capaz de diferenciar e contar os diferentes tipos de glóbulos brancos presentes no sangue, como neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinófilos e basófilos. Isso é importante para identificar e monitorar condições como infecções, inflamações e distúrbios hematológicos. O analisador realiza a contagem precisa dos glóbulos vermelhos e avalia sua morfologia, incluindo a detecção de anormalidades como células em formato de alvo, esferócitos ou eliptócitos. Isso é útil para diagnosticar e monitorar anemias e outras condições relacionadas aos glóbulos vermelhos.
Também é habilitada para contar e avaliar a morfologia das plaquetas sanguíneas, fornecendo informações importantes sobre a função plaquetária e ajudando no diagnóstico de distúrbios de coagulação. Mede a concentração de hemoglobina no sangue, o que é essencial para o diagnóstico e monitoramento de anemias e outras condições relacionadas à hemoglobina. Calcula automaticamente índices hematimétricos, como volume corpuscular médio (VCM), concentração de hemoglobina corpuscular média (CHCM) e amplitude de distribuição dos glóbulos vermelhos (RDW), fornecendo informações adicionais sobre o tamanho e a distribuição dos glóbulos vermelhos.
A tipagem sanguínea é um teste realizado para determinar os grupos sanguíneos e os fatores Rh presentes no sangue de uma pessoa. Essas informações são importantes para transfusões de sangue, transplantes e para identificar possíveis incompatibilidades sanguíneas. O processo de tipagem sanguínea geralmente envolve a coleta de uma pequena amostra de sangue por meio de uma punção venosa. Em laboratório, essa amostra é misturada com soros contendo anticorpos específicos para determinar a presença ou ausência de antígenos A, B e Rh. Com base nos resultados, o indivíduo é identificado com um tipo sanguíneo específico.​​​​​​​
Imagem 3: Possível alergia, por conta dos eosinófilos presentes.
Imagem 4: Anemia Falciforme.

Na hematologia, a observação de lâminas é uma parte fundamental do processo de análise do sangue em laboratórios de análises clínicas. Após a coleta da amostra de sangue e a realização de testes hematológicos automatizados, como a contagem de células e a medição de parâmetros sanguíneos, as lâminas são preparadas para uma análise microscópica mais detalhada. Essa observação microscópica permite avaliar a morfologia das células sanguíneas e identificar possíveis anormalidades ou doenças. A observação de lâminas em hematologia desempenha um papel essencial na obtenção de informações adicionais sobre as células sanguíneas e no diagnóstico de diversas condições hematológicas, como anemias, leucemias, distúrbios de coagulação e doenças infecciosas. É uma etapa complementar aos testes automatizados, permitindo uma avaliação mais detalhada e individualizada das células sanguíneas para um diagnóstico mais preciso.
A hematologia clínica também abrange a avaliação da coagulação sanguínea. Testes como o tempo de protrombina (TP) e o tempo de tromboplastina parcial ativada (TTPa) são realizados para avaliar a função dos fatores de coagulação e verificar se há distúrbios hemorrágicos ou trombóticos. 
Para o Teste de TP (Tempo de Protrombina), uma amostra de sangue é coletada por meio de uma punção venosa e é adicionado um anticoagulante para evitar a coagulação, o sangue é centrifugado para separar o plasma dos elementos celulares. No plasma, são adicionados reagentes que contêm substâncias que ativam a cascata de coagulação, o tempo necessário para a formação do coágulo é medido e expresso em segundos ou em relação ao tempo de coagulação normal de uma amostra padrão. O resultado do teste de TP é comparado com um valor de referência para determinar se há algum problema na coagulação sanguínea. O TP é usado principalmente para monitorar o tratamento com anticoagulantes, como a varfarina, e para avaliar a função hepática.
No Teste de TTP (Tempo de Tromboplastina Parcial), uma amostra de sangue é coletada e também é adicionado um anticoagulante, o sangue é centrifugado para obter o plasma. No plasma, são adicionados reagentes que ativam a cascata de coagulação, incluindo substâncias que neutralizam a função dos fatores de coagulação. O tempo necessário para a formação do coágulo é medido e expresso em segundos ou em relação ao tempo de coagulação normal de uma amostra padrão. O TTP é usado principalmente para detectar distúrbios hemorrágicos hereditários ou adquiridos e para monitorar o tratamento com anticoagulantes, como a heparina.
BIOQUÍMICA, HORMÔNIOS E SOROLOGIA
O LACEN é um laboratório onde encontramos diversas máquinas, as máquinas COBAS PRO e COBAS E 801 são analisadores automatizados de alta performance usados para realizar uma variedade de testes laboratoriais. Essas máquinas são fabricadas pela Roche Diagnostics e são amplamente utilizadas devido à sua precisão, eficiência e capacidade de processar um grande volume de amostras mas por serem extremamente caras para se manter, é díficil de encontra-las em laboratórios particulares.
 A COBAS PRO é uma plataforma de análise clínica totalmente automatizada, projetada para oferecer uma ampla gama de testes laboratoriais em um único sistema. Ela é capaz de detectar e quantificar os marcadores imunológicos, como hormônios, proteínas específicas, anticorpos e antígenos. É capaz de processar múltiplas amostras de forma simultânea, fornecendo resultados rápidos e confiáveis. Além disso, possui recursos avançados de automação, como manuseio automatizado de amostras, reagentes e descarte de resíduos, reduzindo a intervenção manual e aumentando a eficiência do laboratório.
A COBAS E 801 é um módulo analisador de imunoensaio de última geração que faz parte do sistema COBAS e, geralmente, é usado em conjunto com o COBAS PRO. Essa máquina é projetada para realizar testes imunológicos de alta sensibilidade e especificidade. Ela tem a habilidade de medir os hormônios como TSH (hormônio estimulante da tireoide), T4 livre (tiroxina livre), cortisol, entre outros, a detecção de marcadores específicos para diferentes tipos de câncer, como PSA (antígeno prostático específico), CA 125 (antígeno carboidrato 125), CA 15-3, entre outros. Detecção de antígenos e anticorpos relacionados a doenças infecciosas, como HIV, hepatite, sífilis, entre outros. É utilizada a tecnologia de quimioluminescência para obter resultados precisos e confiáveis. 
Encontramos no LACEN a máquina COBAS INTEGRA 4000 plus, sua principal função é realizar análises bioquímicas e imunológicas em amostras de sangue, soro, plasma, urina e outros fluidos biológicos. 
O sistema automatiza várias etapas do processo de análise, incluindo a pipetagem precisa das amostras e reagentes, mistura, incubação, leitura e interpretação dos resultados. O COBAS INTEGRA 4000 plus é capaz de realizar uma ampla gama de testes, incluindo parâmetros bioquímicos, hormonais, imunológicos, toxicológicos, de coagulação e muito mais. Isso abrange testes como glicose, colesterol, enzimas hepáticas e renais, eletrólitos, hormônios tireoidianos, marcadores cardíacos, entre outros.
Os testes são realizados de acordo com os princípios da espectrofotometria, imunoensaio ou outros métodos específicos, dependendo do teste em questão. A máquina é capaz de se integrar a sistemas de informações laboratoriais, permitindo a rastreabilidade e o gerenciamento eficiente dos resultados dos testes, bem como a geração de relatórios e a comunicação dos resultados aos profissionais de saúde.

O teste de LATEX VRDL (Venereal Disease Research Laboratory) é um teste sorológico utilizado para detectar a presença de anticorpos contra o Treponema pallidum, a bactéria causadora da sífilis. 
O teste de LATEX VRDL é baseado na reação de aglutinação, em que partículas de látex sensibilizadas com antígenos do Treponema pallidum são misturadas com o soro do paciente. Se o paciente tiver anticorpos específicos contra o Treponema pallidum em seu soro, ocorrerá uma aglutinação das partículas de látex, formando uma aparência turva ou em grumos.
É importante ressaltar que o teste de LATEX VRDL é um teste de triagem e que, em caso de resultado positivo, é necessário confirmar o diagnóstico com testes adicionais, como o teste treponêmico (por exemplo, teste de imobilização de T. pallidum ou ensaio de imunoabsorção enzimática - ELISA) e/ou testes de confirmatórios, como o teste de fluorescência treponêmica (FTA-ABS) ou teste de hemaglutinação (TPHA). O teste de LATEX VRDL é uma ferramenta útil no diagnóstico da sífilis, mas é importante lembrar que nenhum teste é 100% preciso. 
Imagem 1: ASO (Anti-Streptolysin O) é um teste sorológico utilizado para detectar a presença de anticorpos contra a estreptolisina O, uma toxina produzida pelo Streptococcus pyogenes. Esse teste é frequentemente realizado para auxiliar no diagnóstico de infecções causadas por esse tipo de bactéria, como faringite estreptocócica e outras complicações associadas. 
O Streptococcus pyogenes é conhecido por causar uma variedade de doenças, como amigdalite, escarlatina, febre reumática, glomerulonefrite pós-estreptocócica e outras infecções relacionadas. O teste de ASO mede os níveis desses anticorpos no soro do paciente. Valores elevados de ASO podem indicar recente infecção por Streptococcus pyogenes, uma vez que os níveis de anticorpos aumentam algumas semanas após a infecção e permanecem detectáveis por um período de tempo variável. No entanto, é importante destacar que o teste de ASO não é específico para uma infecção ativa, pois os níveis de anticorpos podem permanecer elevados mesmo após a resolução da infecção, o resultado do teste de ASO é interpretado em conjunto com a avaliação clínica do paciente e outros achados laboratoriais relevantes.
Imagem 2: Exame negativo de Beta-hCG (gonadotrofina coriônica humana), que é um hormônio produzido pelo corpo durante a gravidez. Ele é secretado pelas células que formam a placenta, logo após a implantação do embrião no útero. O teste de Beta-hCG é um exame utilizado para confirmar a gravidez, uma vez que a presença desse hormônio no sangue (soro) ou na urina é um indicativo da gestação. Vale ressaltar que os níveis de Beta-hCG aumentam rapidamente nos primeiros estágios da gravidez e continuam aumentando ao longo das primeiras semanas. Esse hormônio desempenha um papel fundamental no desenvolvimento do embrião e é utilizado como indicador de gravidez em diferentes estágios gestacionais.


CONCLUSÃO
Durante o estágio de análises clínicas, tive a oportunidade de adquirir conhecimentos teóricos e práticos fundamentais para a atuação em um laboratório clínico. Fui exposto a diversas áreas, como hematologia, microbiologia, bioquímica, urinálise, parasitologia, coleta de sangue e preparo de amostras.
Foi possível familiarizar-me com os equipamentos e instrumentos utilizados no laboratório, aprendendo a operá-los corretamente e a interpretar os resultados obtidos. Aprendi a realizar diferentes técnicas laboratoriais, como coleta de amostras, preparo de lâminas, execução de testes sorológicos e bioquímicos, entre outros. Tive a oportunidade de trabalhar em equipe, interagindo com outros profissionais de saúde, como biomédicos, técnicos de analises clínicas e farmacêuticos. Aprendi sobre a importância da ética profissional, seguindo rigorosamente os protocolos de segurança, a manipulação adequada de materiais biológicos e a garantia da confidencialidade dos pacientes.
Durante o estágio, também pude desenvolver habilidades de comunicação e relacionamento interpessoal, pois tive contato direto com os pacientes, explicando os procedimentos e coletando as amostras necessárias para os exames. 
Em resumo, o estágio de análises clínicas foi uma experiência enriquecedora e fundamental para minha formação profissional. Adquiri conhecimentos práticos relevantes e desenvolvi habilidades essenciais para atuar de forma segura e eficiente no ambiente laboratorial. Estou confiante de que essas experiências serão valiosas para minha carreira futura na área de análises clínicas.
PORTFOLIO: Laboratório Análises Clínicas
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