Matéria feita por mim, Sabrina Dos Santos, e publicada no porta de notícias Lorena R7.

Aos 57 anos de idade, Brooke Shields é a nova capa da revista internacional “People” e contou, pela primeira vez, sobre o abuso sexual que sofreu há mais de três décadas por executivo poderoso de Hollywood.  Em seu documentário “Pretty Baby”, que estreia no dia 03 de abril no streaming Hulu, nos Estados Unidos, a atriz conta o relato e aborda seus papéis sexualizados, incluindo “Pretty Baby” (1978) em que sua personagem era uma criança prostituta e “A Lagoa Azul” (1980).

Brooke tinha 20 anos quando aconteceu a agressão, mas nunca contou o ocorrido ou denunciou o agressor. "As pessoas não acreditavam nessas histórias naquela época. Achei que nunca mais trabalharia. Levei muito tempo para processar isso. Estou com mais raiva agora do que naquela época.”, contou.

Sem dar nome ao agressor, a artista conta que foi convidada por um executivo de Hollywood para jantar. "Achei que estava conseguindo um filme, um emprego", contou. Para ir embora, ele pediu a ela para chamar um táxi do seu quarto de hotel. Lá, ele cometeu o crime. “Eu não lutei. Simplesmente congelei", lembrou. Depois, se culpou. “Eu ficava dizendo para mim mesma: 'Não deveria ter feito isso. Por que subi com ele? Não deveria ter bebido no jantar.'", relatou.

"Era muito fácil desassociar naquela época e porque era uma escolha do tipo lutar ou fugir. Lutar não era uma opção, então você apenas deixa seu corpo. 'Você não está lá. Isso não aconteceu.", desabafou Shields.

Na época, a atriz contou sobre o abuso apenas para uma pessoa, seu amigo íntimo e ex-consultor de segurança, Gavin de Becker. “Brooke viveu tanto tempo sob o julgamento dos outros que foi doloroso vê-la julgar a si mesma”, contou ele.

"Fazendo o documentário, você vê tudo junto, e é um milagre eu ter sobrevivido", afirmou. "Todo mundo processa seu próprio trauma em uma linha do tempo diferente. Quero defender que as mulheres possam falar a verdade", disse Shields.